Capítulo 5 - LEMBRANÇAS

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Thomas

Eu terminava de retocar as linhas do desenho até ouvir:

-Nossa que lindo! Quem é essa moça? -A voz doce que não sumia da minha mente, ela é a mais linda de todas as mulheres e sempre desejei me casar com ela quando crescesse. Fui subindo meus olhos por seus braços até chegar a seus cabelos, agora hondulados, nem pareciam ser fruto daquele bastãozinho que ela enrolava o cabelo de vez em quando, subi embusca da visão do seu rosto onde havia um lindo sorriso angelical e seus olhos admiravam o desenho na folha baixo das minhas mãos.

-É a princesa da história que escutei da Elie ontem. Eu estava tentando imaginar ela, então desenhei assim! Ficou bom?

-Ficou lindo meu anjo! Não sabia que gostava de desenhar! - diz me sentando em seu colo enquanto sentava na cadeira que eu estava.

-Eu amo desenhar mamãe! Foi você que me ensinou lembra? Mas eu gosto mais de desenhar rosto. Olha só os que eu já fiz! - Digo espalhando algumas folhas sobre a mesa deixando o primeiro desenho totalmente tampado.

Vários retratos da mamãe desenhados a mão estava nos papéis, alguns de perfil, outros em poses de corpo inteiro, existia umas poucas da família, da Elie e do papai, mas a maioria eram dela, todos eu que fiz.

Não tive tempo de ver seus olhos marejados da lembrança de quando pequeno se passando no meu sonho acordando logo em seguida, eu não conseguia parar de tentar lembrar do desenho inicial. Levanto da cama rapidamente e me visto descentemente, saio do apartamento em direção a garagem dando partida no carro assim que entro.

Eu sempre desenhei muito bem, desde criancinha, minhas habilidades aumentaram quando minha mãe me ensinou novas técnicas, com 7 ou 8 anos eu ja sabia desenhar rostos ou qualquer paisagem quase perfeitos e usando como um relaxante mental, sempre perdia horas - às vezes dias- nos desenhos muito bem recompensadas no final quando eu via o resultado.

Aquela cena, aquela lembrança, lembro-me como ontem, o orgulho no brilho dos teus olhos... Eu tinha apenas 10 anos aquilo era tudo pra mim.

Chego na mansão branca com um belo jardim na entrada que ficava a 30 minutos do meu apartamento por causa do bom trânsito da madrugada, eu ainda possuía as chaves, então entraria facilmente. Assim que abri a porta, fui ao segundo andar onde ficava os quartos e entrei na porta preta e comecei a buscar por meus desenhos apenas com a lanterna do meu celular, tentando fazer o mínimo de barulho possível, para que meu pai não acordasse. Mas de nada adiantou, se passaram horas e uma folha se quer eu encontrei, via amanhecer pela janela e a decoração do quarto tomar vida com a cor do sol...

Irritado...

Assim estou. O quarto nem é tão grande, e as coisas parecem ter sumido, eu só queria sentir aquele orgulho outra vez.

-Merda! -Xingo dando um soco na parede, abrindo um pequeno buraco.

-Mas o que isso significa?!! Vai quebrar a minha casa agora Thomas? -grita meu pai aparecendo no quarto.- E o que diabos está fazendo aqui a essa hora?

Me viro para ele e me deparo com uma expressão abatida, jamais pensei que veria meu pai assim, as olheiras fazia se tempos que eram presentes, mas a expressão torturada não era comum.

-Pai! O que houve? - Não precisei chegar muito perto para sentir o doce cheiro das uvas que armonizavam com álcool. Ele nunca foi de beber, apenas vinhos _porque gostava_ ou champanhe _quando era obrigado em festas_ nunca foi de se embriagar, ver meu pai nesse estado é cortante.

-Tirando o fato que você quer destruir a minha casa, está tudo ótimo! - A sua fala era constate, o que me deixa confuso se ele realmente está alterado.- O que faz aqui a essa hora da madrugada Thomas? São apenas 5:30 da matina! -Prefiro não insistir, sei que ele me chamando de Thomas o negócio é sério.

-Eu.. Hã.. Estava.. Huum.. Procurando uns desenhos antigos. -Declaro.

-Está no ateliê da sua mãe, está aberta a porta você pode entrar e por favor, vê se não quebre mais nada, eu vou dormir. - E saiu em direção ao seu quarto me deixando só.

Fui até o tal ateliê, no qual ele tinha apontado a direção, que eu nem sabia que existia, contrariando a vontade de saber o por que que ele bebeu, motivo que negaria até a morte talvez até me bateria se cogitasse um porre vindo dele, então deixei meu interesse desenho falar mais alto e fui andando até a porta entre aberta no fim do coredor que ele me indicara.

Uma fresta de luz fraca estava lançada sobre a pequena abertura da porta, fui abrindo-a devagar para apreciar o que tinha la dentro, o lugar estava um pouco bagunçado, o que não fazia o estilo da minha mãe,  mas logo se notava o porque, tinha uma garrafa de vinho na beira da mesa que derramava as gotas que podia, alguns papéis na mesa de desenho e outros no chão manchados de roxo, ele estava aqui e bebeu por ela.

É triste descobrir isso.

Levantei os olhos de encontro as paredes, tinha vários quadros de desenhos meus e dela, fotos da família juntos e separados em fases importantes das nossas vidas, tudo enquadrado na parede e com pequenos abajures que fazia especial cada um. Ela guardou tudo, ate o último detalhe. Aquilo remetia todas nossas vidas.

Ainda maravilhado com o trabalho da minha, acabei achando o que proucurava, o desenho, havia algo especial nele, ele me lembrava alguém especial.

Após deixar o quarto impecávelmente limpo e arrumado, peguei o desenho que eu prourava e fui embora depois de verificar se meu pai estava bem em seu quarto. Chegando em casa ainda sem sono tomei um banho me arrumei e fui em direção ao café novamente, pois Bett ainda no hospital, hoje ao menos eu não chegaria atrasado no gabinete.

Sabendo que tinha mais de uma hora de tempo livre, aproveitei para dar atenção ao meu estresse e joga-lo fora antes mesmo de ir trabalhar e ganhar outro. Sentei numa das mesas do café que frequentei ontem e comecei a desenhar.

O lápis deslizava livre, aparecia as linhas negras no papel e em alguns minutos se dava forma a um rosto, era bom revê-lo, estava claro que eu ainda não suprara a morte, meu coração ai da transbordava alegria apenas em vê-la em um simples desenho na folha de um rascunho de um caso qualquer com um lápis simples que estavam na minha pasta.

Apoiei minha cabeca entre as mãos com os cotovelos sobre a mesa, memórias invadiam a minha mente as quais me faziam lembrar dela, o sonho que tive na madrugada passada, o orgulho que ela sentia de mim.

Peguei o desenho que fui buscar mais cedo e simplesmente deixei a lembrança me invadir, escuto o sino da porta da café e levando a cabeça me assustando pelo reflexo.

Era impossível algo assim, me deparei mais uma vez com a moça que vi ontem e ela simplesmente não só passava por mim com a mesma graciosidade de ontem, era ela quem estava desenhada no papel que encarava pasmo

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03/02/2018

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2018 ⏰

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