#DECULPEM-ME OS ERROS
Alice
Então ele se vai...
Me deixando só em casa, e então tudo vem a minha mente.
Ele pedindo para vir mais cedo nas reuniões de família e amigos, os suspiros constantes de cansaço, a expressão de esgotamento depois de um dia de trabalho e eu levantando brigas, ele estava realmente tentando. E eu nunca fiz mesmo. Quando passamos um tempo no Canadá só fiz críticas de todos a sua volta, e reclamações de não conseguir me adaptar lá em todos os anos de faculdade, todas as vezes em que ele ia a trabalho eu sempre brigava por um defeito.
Mas mesmo assim ainda não acredito que ele esfregou isso na minha cara. Isso é humilhante.
Daqui a algumas horas ele deve estar aos braços dela, sendo consolado ternamente, enquanto eles riem da minha cara junto com os amigos.
Mas acham que vou me sentir culpada? Nada disso! Eu sei que fiz coisas erradas, mas traição é demais para mim.
Conheci Richard no último ano da minha faculdade de paisagismo no Canadá, ganhei uma bolsa de intercâmbio e não pensei duas vezes, aos meus 17 anos estava na metade do cursinho de inglês, larguei tudo aqui para eu ir atrás da minha faculdade la. No último ano eu o conheci, comecei a trabalhar de garçonete em um café chique, no qual ela ia todas as manhãs antes do trabalho, ler seu jornal e tomar café da manhã, e todas as tarde comprar um caputino e um milk shake de leite condensado, até que alguns meses depois, indo buscar tradicionalmente as bebidas da tarde um pouco mais atrasado e apressado do que de costume, eu sem querer esbarrei nele, pedindo imenssas desculpas, sabendo que trabalharia o resto da vida de graça para pagar aquele terno que exalava riqueza, feito de linho italiano, ''sim conheço um de custura e tecidos após trabalhar em uma loja chique de ternos no Canadá'', ele apenas quase me esculhabou por causa das malditas bebidas, derramadas, tanto em seu terno como no meu uniforme, fiquei bem confusa pelo ocorrido, "onde infernos duas bebidas que valiam 15 dólares canadense apenas era mais importante que um terno de linho italiano onde teria que vender todos os meus órgãos no mercado negro pra pagar e talvez ainda assim ficaria devendo?" Olhei para ele debochadamente enquanto ele me encarava com uma fúria que tentei ao máximo não me intimidar, o que foi muito difícil, não sei se foram segundos ou minutos, mas sei que não foram horas dele tentando me matar ali mesmo, mas sei que num passe de mágica o gerente surgiu ao nosso lado com as benditas bebidas de sempre, sem quebrar o contato visual ele pega as bebidas, e depois caminha em direção a porta atrás de mim. O gerente manda eu arrumar toda bagunça, e após o expediente me chama a atenção, sei que ele falou isso pela influência de Richard, pois em quase um ano trabalhando no tal café esse foi meu primeiro erro.
Fui para casa naquele dia, como sempre eu trabalhava, eu arranjei um apartamento baratinho e bom estado para alugar, meus pais também mandavam dinheiro, assim conseguia me manter, mas eu não conseguia esquecer aquele par de olhos cinza de um pouco mais cedo, Richard sempre foi um rapaz bonito e todos esses 6 anos que nos conhecemos ele sempre foi um pouco vaidoso. Rapaz alto, 1,80 mais ou menos, pele branca e cabelos amarelos brilhantes como o sol.
Lindo ele sempre foi lindo.
No dia seguinte, acordei as 5:30 da manhã, as seis ja estava no café, as oito iria para faculdade que ficava a poucos quarteirões, e as duas estaria de volta. As sete e quarenta e cinco em ponto ele adentrava o café, fui a sua mesa e ele disse apenas "O de sempre". Me limitei em apenas pedir desculpas mais uma vez, e mesmo sendo um pouco arrogante de vez em quando meus pais sempre me ensinaram a ser educada com todos.
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O "AMANTE" da "AMANTE"
RomanceUm romance narrado por Alice, Richard e Thomas. Contando a vida sobre a misteriosa amante. Alice é casada com Richard, em meio desconfianças e brigas, vê que seu casamento está por um fio, tentando reconquistar o marido, ela vai atrás da amante para...