Capítulo 3 FAMÍLIA

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Desculpem-me os erros

Thomas

-Olha só como ele era fofinho! -Ouço Ana, uma das minhas sobrinhas exclamar.

-Mamãe também quero um irmãozinho! -Dessa vez foi Lara.

-Tenho dó do garotinho, eu tinha uma louca para me encher com essa coisas de menina, ele terá duas. -Digo para minhas sobrinhas em tom de gozação.- Se você der a luz a um menino. -Digo a minha irmã.- Eu o sequestro, só devolvo quando ele for adolescente. Não vou deixar vocês usarem o garoto como manequim de vocês! -Digo a última para para todas elas.

-Você não irá sequestrar ninguém! -exclama meu pai divertido..- Eu protejo meu netinho!

-Para Thom! -Exclamou minha irmã.- Sei que você gostav...

-Eu odiava! -Digo calmo interrompendo-a.- Aquilo que você fazia era desumano Elie!

-Não era nada desumano! -Defende-se- Não tenho culpa se pedi uma boneca que fala ao papai Noel e chegou você. Já que eu tinha você, você seria minha filhinha. Você ficava tão fofinho quando eu te maquiava.. -Diz maravilhada enquanto todos riem.

Deus, eu ainda tinha pesadelos, quase 20 anos depois.

Perdi as contas, de quantas vezes eu tive que me esconder para não ter que ser o brinquedinho em tamanho real da minha irmã..

Umas das razões que não gosto que ela venha almoçar na minha casa, é ela ficar enchendo a cabeça das gêmeas, suas filhas Ana e Lara, com histórias das atrocidades que fazia comigo quando criança, desde os chás horrorosos que me fazia tomar a mostrar fotografias minhas catastróficamente maquiado ou com enfeites no cabelo. Triste!

Sempre reunimos a família de quinze em quinze dias para passarmos um tempo juntos, mamãe gostava sempre que ficássemos juntos em um almoço em família, resolvemos manter a tradição semanal, mas agora em quinzena, depois que ela faleceu em um acidente de carro dois anos atrás. Toda família ficou desestabilizada, eu principalmente, sempre fui muito apegado com ela e a semelhança transbordava, eu era sua cópia masculina, cabelos castanhos e olhos cinza esverdeados, ja Elie uma mistura dos nossos pais, os seus cabelos ondulados eram loiros e seus olhos, uma raridade, violetas como os do papai, o resto era todo da mamãe, fisionomia, silhueta, tudo se lembrava a mamãe como se estivesse em um disfarce. Depois que ela morreu a nossa família é igual aquela blusa velha, que está desbotada e você tem todos os motivos para deixa-la de lado, mas você ainda a ama. Chega ser engraçado, mas é uma forma que convivemos, no começo da sua morte foi difícil, pois cada um lembrava a ela.

-Me integrando no assunto.. -Diz Philip, marido da Elie, que preparava nosso almoço.- Temos uma novidade. -Diz tocando a barriga da esposa.- É um menininho..

Os olhos do meu pai perdem o brilho quando a minha irmã fala.

-Para de graça Phil! -Ela diz divertida, mas com o olhar triste.- O tratamento ainda não está surgindo efeito, -Diz tocando o ventre, mas logo muda de assunto.- temos que depositar nossas esperanças no Thom.

-Senhor! Nem bem tenho uma noiva e já me arrancam filhos.. -Digo rindo.

-Titio, -Diz Anne sentando no meu colo do lado esquerdo.- se a mamãe não puder me dar mais irmãozinhos...

-nhos? -pergunto assustado, acho que já sei o rumo da conversa...

-Sim vários! -Completa Lara sentando no lado direito..

O "AMANTE" da "AMANTE"Onde histórias criam vida. Descubra agora