Capítulo 6- Dois meses depois.

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    Emma estava iluminada, com uma energia tão positiva que nada de ruim poderia acontecer, hoje.

    Finalmente o tão esperado dia chegou, aformatura já passou. E hoje as emoções não cesão,  apenas começam. Uma jornada na qual só Deus pode abençoar.

    Hoje, Emma esta vestida de branco, prestes a entrar na igreja. Logo as portas abrem, e Emma pode ver Kelvin vestindo um terno azul marinho. O mesmo vê uma linda noiva, de véu e grinalda, com um vestido colado no corpo cheio de cristais, em sua perna esquerda uma pequena fenda.

     Cada passo até o altar era uma eternidade, mas quando Emma chegou, seu coração acelerou. Então tinha certeza, que ele era o cara ideal.

    A cerimônia durou trinta minutos. A festa dorou mais duas horas, e a lua de mel Kelvin faria durar pela vida toda.

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        Primeiro Ano de casados.

    Emma e Kelvin já passaram por diversas coisas, nesse um ano juntos.

    O casal já perderam um filho ao nascer, ele tomou água do parto e logo se enrolou no cordam umbilical. Quando tiraram o menino, estava roxo.

    Emma e Kelvin demoraram para superar, e ainda não superaram.

      Ambos estão sentados no quintal da casa onde Kelvin preparou um piquinique:
      -- Está bom?-- Kelvin pergunta ressabiado.
      -- Está.-- depois da perda, Emma não soube muito o que dizer.
     -- Emma você tem que parar de se culpar, meu anjo.
     -- Eu sei. Mas uma coisa que eu gostaria de esquecer, era isso.
     -- Não tem como, mas podemos aprender a lidar, meu anjo.-- Kelvin diz limpando suas lágrimas.
     -- Como? Me diz, como lidar!-- Emma chorava de soluçar.
     -- Não sei meu anjo, mas Deus sabe o que faz.-- Ele diz abraçando-a.
    
     Emma não soube o que dizer, não queria parar de chorar, pois se relutasse a ficar bem, seria como ter perdoado o que houve. Seria como ter esquecido do seu pequenino. E ela não queria isso.

     Kelvin a abraçava cada segundo mais forte, até ela se acalmar. E seus dias se resumiram à isso, por mais um ano.

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       Manuela e Manuel.

    Depois de um ano, Emma descobriu que estava grávida. Fez um jantar a luz de velas. E uma brincadeira.

    Quando Kelvin chegou do serviço viu a casa ilumunada por velas, então ele seguiu as velas, subiu as escadas. Viu que todas elas levavam ao quarto de seu falescido filho. Kelvin suspirou, então criou coragem para abrir a porta. E lá estava sua mulher com uma caixinha de sapatos nas mãos, em um quarto vazio.

    Logo Kelvin entendeu que Emma estava grávida, mas nenhum deles imaginavam que essa alegria viria em dobro.

   
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         Aniversário de cinco anos.

   Hoje as crianças completam cinco anos, são a alegria da casa.

   Emma ainda sente saudade do seu filho, do filho que nunca pode pegar no colo. Mas hoje, ela entende o porque Deus levou ele e não ela. Ele queria que ela visse, sua família assim, feliz.

   Emma persegue sua família com olhos, cuidando deles a cada instantes, para eles não se machucar. Mas sabemos que ninguém prevê nada, e por isso assidentes acontecem.

      Emma estava com um sorriso estonteante, logo vê seu marido correndo atrás de seu filho na rua, onde um carro vinha na direção deles. Kelvin joga Manuel para longe, mas infelizmente Kelvin foi brutalmente atingido.

     Seu sorriso virou em lágrimas, suas lágrimas se transformaram em dor, logo em ódio e raiva.

    Emma corre o quanto pôde, mas não chegou à tempo, viu o seu marido jogado no chão, sangue saia pela sua boca.

    Emma grita desesperadamente, para que ele permanecesse alí, com eles. Emma se curvou em seu peito e chorou, tudo o que tinha, pôs para fora.
 
    Olhou para Kelvin e só pode ouvir um mísero som, vindo de sua boca:
     -- Meu anjo, sabe uma coisa...que gosto na nova Emma? É que ela continua sendo a mesma. Eu te amo...
 
   Emma o abraçou com força, emplorou para que ele ficasse. Mas sabia que ele não tinha esse poder.

    Então Emma gritou com todas suas forças para o céu, " Já não tirou o suficiente de mim! Precisa leva-lo? Por favor, deixe ele!"

    Gostaria de dizer que seu pedido foi realizado, mas não foi. Kelvin morreu, ao terminar de sussurrar que a ama. Seu coração parou, suas costelas foram quebradas.

    Kelvin foi enterrado no quintal da casa, em baixo dos pés de roseiras, as mesmas que Emma jogou no chão.

                          ¬₪¬

          Dois anos depois

    Emma até hoje não superou a morte de Kelvin, mas mesmo assim sua vida continuou.

    Seus filhos ja tinha entendido o que ocorreu, eles sempre foram  nos pés de roseiras para contar como foi o dia de todos.

    Pediam para que seu pai protegessem sua mãe, eles percebiam o quanto ela mentia que estava bem. Percebiam a falta que sentia, percebiam que não ia superar.

      Emma parou de tomar seus remédios, não porque quiz, mas pelo fato de realmente esquecer. Quem lembrava de tomar era Kelvin, que hoje não está mais presente na sua vida.

                        ¬₪¬

           Anos depois.

     Emma ja tinha superado tudo. Estava sentada na varanda, lembrando do seu primeiro beijo. Da forma que Kelvin contou, é claro.

    Depois que Emma jogou o buquê de flores no chão, eles ficaram umas semanas sem se falar. Então Emma achou um bilhete no seu armário. Pedindo para ir na praça.

    Emma ficou em dúvida, mas lá estava ela. Sentada no banco do beijo. Ficou alí, e logo viu Kelvin se sentar so seu lado. Emplorando por desculpas.

   Emma notou que Kelvin, era um bom garoto, só estava perdido. Por algum motivo. Que hoje ela sabe. E ela devia lhe dar uma chance, devia ajuda-lo. E foi assim que Emma o beijou, porque se fosse pelo Kelvin...Ele estava tremendo, duvido que daria o primeiro passo.

     Emma se desperta do seus pensamentos, enxaguando as lágrimas que escorria pelo seu rosto. Observou um pequenino se aproximar:
     - Vó, por que esta chorando?- Esse era o famoso Nataniel.
     - Saudade.
     - Saudade doe?
     - Não, meu anjo. Bem as vezes sim.
     - E você está com dor?
     - Não, apenas saudades.
     - Do vovó?
     - Sim.

     Emma observava as roseiras, sabia que de alguma forma ele estava lá. Viu um vulto, sentiu uma vibração, uma energia. Sabia que era ele.
    

   

Não me deixe esquecer.Onde histórias criam vida. Descubra agora