Welcome To The Sound Of Pretty.Odd.

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O ano é 2007, os rapazes da banda PATD estão gravando uma música para seu novo álbum. A música se chama Mad as Rabbits. Curiosamente, Ryan Ross é apaixonado pelo conto de Alice no País das Maravilhas e criou essa música dedicando-a à sua infância.

Os garotos da banda agora estão mais experientes desde o seu último álbum, A Fever You Can't Sweat Out. O sucesso de I Write Sins Not Tragedies foi tão grande que a banda foi convidada a se apresentar no VMAs 2006. Apesar da bela performance, Brendon estava muito nervoso e acabou falhando várias vezes na apresentação.

Agora os meninos precisavam de algo novo, eles já estavam cansados de tocar as mesmas canções do seu primeiro álbum.

Após a gravação, os garotos passaram no Starbucks para tomar um café:

— Eu acho que está ficando muito bom, quando a música estiver pronta, vai soar como a gente imaginou — disse Spencer enquanto pagava a moça do caixa.

— Esse álbum vai ficar muito foda, sério. Mal posso esperar para cantar Nine In The Afternoon ao vivo, é minha música favorita! — Disse Brendon enquanto escolhia seu café.

Enquanto isso, Ryan e Jon estavam apreciando seus capuccinos numa mesa próxima à fila:

— Ele é muito escandaloso... dá pra ouvir o que estão falando daqui... — Disse Jon.

— Eu tô muito puto porque eles não ajudaram a gente a escrever... e ainda diz que NOSSA música é a favorita dele... eu tô com muita raiva... — Ryan esbravejou.

— Cara, se acalma. Você é muito foda, sério! Eu pago pau pra você porque você escreveu o Fever praticamente sozinho. Você é, definitivamente, mais importante que todos nós.

— O problema é esse, Jon. Eu não tenho reconhecimento nenhum! Só sou o guitarrista da banda...

— O que você quer dizer com isso?

— Eu sou muito mais que só um guitarrista. Porra, eu que fundei essa merda! Mas as fãs ficam loucas com quem? Exatamente... o Senhor Fodão. E o Spencer ainda fica babando ovo dele, mereço...

— Calma, Ryro. Você tá falando sem pensar. Esfria a cabeça.

— Vai a merda... eu não vou esfriar a cabeça.

— Ao menos finge que está tudo bem, eles já estão vindo pra cá.

— Está bem... Eu não vou falar nada, quero ver até onde essa folga vai chegar...

🌹

As semanas se passaram e o álbum foi ganhando forma. Muitas músicas acabaram sendo descartadas pelo próprio Ryan por "não serem boas o bastante". Apesar de Brendon e Spencer não terem ajudado muito na composição, eles deram muita liberdade criativa para que os outros dois fizessem o álbum. O resultado final foi um álbum muito "rock anos 60". Ninguém reclamou, ninguém exceto Ryan:

— Vamos ter que tirar essas cinco músicas. Elas estão muito ruins.

— Como assim, Ryan? A gente já gravou elas — Brendon arregalou os olhos enquanto olhava para seu amigo.

— Não estão de acordo com o que eu quero. Simples assim.

— Ryan, você tá maluco? Elas não estavam ruins, a gente adorou elas! Não estou entendendo isso... sério mesmo...

— Ryro, ta tudo bem? — Spencer perguntou em um tom calmo.

— Olha bem pra minha cara e vê se está tudo bem — Ryan franziu o cenho — Quer saber, fodam-se. Se quiserem deixar esses lixos no álbum, não ligo... mas saibam que eu me recuso a tocar elas.

— Ah cara, não faz isso. Você tá parecendo uma criança. O que foi? Me diz? Fiz algo de errado? — Brendon segurou o braço de Ryan enquanto perguntava.

— E ainda pergunta...

Então, Jon abre a porta de uma vez e chega com um saco de papel nas mãos:

— Volte-ei! E trouxe pre-tzels! Quem vai quere-er?!

Todos encaram Jon com uma cara de surpresa e Ryan decide sair da sala.

🥀

Os meses se passaram, já estamos em 2008 e o álbum finalmente foi lançado. Apesar dos pesares, todos colaboraram de alguma forma para o Pretty.Odd..

Brendon estava preocupado com o rumo que a banda estava seguindo. Eles começaram com um rock bem performático, cheio de elementos circenses e agora pareciam Os Beatles. Ele até tentava não se importar muito, mas a popularidade do álbum não estava lá essas coisas. Os singles não estavam rendendo e os shows não estavam lotando. É como se os fãs quisessem um Fever 2.0, o que acabou não acontecendo.

Enquanto isso no backstage de uma das turnês:

— Caras, precisamos conversar — Disse Brendon.

— Mas agora? — Jon perguntou — O show começa daqui a pouco.

— Não precisar ser agora, se não quiserem, mas eu queria desabafar.

— Manda aí, Beebo — Ryan disse.

— É impressão minha ou o Pretty.Odd. foi um fracasso? Sejam sinceros...

Todos ficaram calados por um tempo sem saber reagir:

— Olha... eu não diria "fracasso" — Spencer falou — Só acho que não foi tão popular mesmo...

— Mas gente, vejam só, nós fizemos sucesso com nosso primeiro single no álbum passado. Porque não conseguimos repetir a dose?

— São estilos totalmente diferentes, Brendon — disse Jon — Eu acho que os fãs estavam esperando por algo bem parecido com o álbum anterior.

— É esse o ponto que eu queria chegar.

— Então você tá nos dizendo que se este álbum fosse idêntico ao outro ia fazer mais sucesso? — Ryan olhou para Brendon com desaprovação.

— Eu não sei... acho que sim... acho que não correspondemos às expectativas dos fãs.

— A gente precisa evoluir, cara — Ryan pegou sua guitarra e colocou a alça em seu ombro — Eu não quero tocar a mesma coisa pelo resto da minha vida. O Fever já passou. Nem a gente aguenta mais tocar aquelas musicas...

— Concordo com o Ryan — disse Jon.

— Mas a gente tá perdendo nossa identidade, meu amigo. Não dá pra ficar mudando de gênero a cada álbum.

— O Bden também tem razão — Spencer pegou suas baquetas — O Pretty.Odd. é foda sim, mas o ritmo é muito diferente. Não dá a mesma emoção que antes... mas é ótimo de escutar na primeira vez.

— Gente, não estou a fim de falar disso agora — Ryan pega sua palheta e caminhou em direção à porta — Temos um show agora.

— Tudo bem, Ryan... — Brendon olhou para Spencer com uma cara de chateação — Vamos lá!

Things Have Changed For MeOnde histórias criam vida. Descubra agora