Capítulo 07 - Se não falarem por bem...

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~Megan~

Fazer as coisas na surdina e perguntar as pessoas "amistosamente" não estava resolvendo os meus problemas.

E quando eu digo perguntar amistosamente, quero dizer é usar os meus domínios da mente para vasculhar a cabeça dos dominadores sob o comando do Tobias, buscando qualquer coisa que possa me ajudar. Isso é amistoso, pois eu não estou machucando ninguém que não preciso.

Só que isso não está sendo suficiente. A maioria das mentes que eu procuro estão bloqueadas, e nas que eu consigo entrar, não há informações boas. Tobias está sabendo como cobrir os seus rastros.

E ainda fazer tudo isso que estou me propondo e não deixar rastros é pior ainda. Sei que todos estão atrás de mim, e não há nada que eu possa fazer para mudar isso. Conheço minha família, amigos e Adam bem o suficiente para saber que eles não irão parar.

Quer dizer, eu até tenho algumas ideias na minha mente para deixar as coisas mais fáceis, mas ainda não quero colocar essas ações em prática. Pode ser minha última escolha.

Esse posto do Tobias era no meio da província do ar. Pessoas passavam em frente da pequena casa, que parecia estar reformando, e nem se davam ao trabalho de olhar duas vezes para aquele local. Mas eu estava completamente atenta. Quatro pessoas dentro. Já consegui identificar dois dominadores próximos da porta, vigiando. Mas eles não fazem isso direito, já que nem me perceberam ali.

A movimentação ali dentro não é tão intensa quanto eu pensava. Poucas pessoas entram e poucas saem, devem ter no máximo umas seis ou sete pessoas ali dentro. Na minha solidão fica difícil fazer isso de modo rápido. Tenho que ter um plano, uma estratégia.

Quando um dos homens que estava vigiando, se afasta um pouco, aproveito a deixa para me aproximar. O homem que ainda ficou vigiando, nem me viu chegando perto dele, só sentiu o meu domínio de terra o desacordando. Muito rápido prendo o homem, para que mesmo que ele acorde, não consiga vir atrás da pessoa que o desacordou.

Eu não tive tanta sorte com o homem que voltou. Ele logo percebeu que o seu amigo não estava lá, e desconfiou que alguma coisa estava errada. Por conta de tentar esconder o corpo do seu companheiro, eu demorei um pouco mais e não consegui ser rápida o suficiente.

O homem me acha antes que eu estivesse pronta e eu recebo uma forte descarga elétrica em meu corpo. Meus dentes trincam automaticamente e sem outra escolha, parto para a briga.

Para evitar envolver mais pessoas do que o necessário, ergo uma enorme parede de fogo ao redor do local. Escuto de longe algumas pessoas gritando, acredito que de susto, mas pelo ninguém tenta fazer nada contra aquela parede.

Sei que assim estou jogando pela janela o meu possível anonimato, mas eu não pretendo passar muito tempo aqui mesmo...

O homem visivelmente está em desvantagem, ele não tem como fazer muita coisa contra os meus seis domínios com apenas o seu único.

Mas quando duas pessoas saem de dentro do posto, a vantagem numérica pode ser um fator decisivo. Não me deixo abalar e deixo os meus sentidos ligados no máximo.

Quando as três pessoas avançam na minha direção, eu me ponho na ofensiva. Minha melhor defesa é o ataque. Acredito que eles devem ter pensado que eu ficaria apenas me defendendo, por isso, consegui nocautear o homem que vinha mais a frente com uma rajada de terra e ainda fiz com que a mulher que vinha atrás dele ficasse um pouco tonta.

O homem com o domínio do raio não se abalou por seus companheiros e já estava jogando diversos raios em minha direção. Agora que eu estava preparada, consegui escapar de todos. Ele não dava trégua usando toda a extensão do seu domínio.

O Décimo DomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora