Capitulo 1

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-Morgana! Desça já daí! Garota teimosa!-Meu pai berra.

-Não vou descer não, quero ficar aqui-gritei de volta.

Que saco. Meu pai acha que sou uma marionete, que ele faz o que quer comigo.
Ele está muitíssimo enganado, sou dona do meu próprio nariz, a verdade, só estou nessa casa ainda porque não peguei o que era meu. A herança que minha mãe me deixou assim que partiu.
Minha mãe sofreu um acidente de carro quando eu tinha 15 anos. Foi fatal, e desde então, moro com o nojento do meu pai. Ele vive tentando colocar regras em minha vida, logo eu, que adoro quebrá-las! Adoro o perigo, e nada, nada! Vai me fazer mudar.
Ele está querendo que eu conheça sua nova namorada. Patético!
Ela tem uma filha e um filho, o garoto é dois anos mais novo que eu e a garota só tem 12 anos. Diz ele que são meus novos "irmãos". Mereço..
Meu pai berra novamente me tirando de meus devaneios.

-O que é!?

-Claudia e seus irmãos chegaram, venha conhecê-los!

-Nem morta-Rio ironicamente.

-Não me faça ir aí!

-Venha, estou pouco me importando com você.

Ouço passos firmes subindo as escadas, lá vem Carlos, meu pai.
Ele tenta abrir minha porta mas é em vão, está trancada.

-Abre isso por favor Morgana, colabore comigo.

-Então colabore comigo primeiro. Tenho condições a serem tomadas.

-Ok, quais são Morgana?

Sorrio.

-Não vou forçar simpatia, vou ser eu mesma e não vou aceitar que essa mulher me dê ordens.

-Claro Ana, vamos!

-Desde que mamãe morreu não ouço o senhor me chamar de Ana-Abro a porta.

Desço as escadas acompanhando meu pai.

-Essa é Morgana, podem chamá-la de Ana!

-Para vocês é apenas Morgana.

Meu pai aperta meu braço e eu o ignoro.
Se querem jogar, será com minhas regras!
Pareço ser chata (ok, talvez eu seja). Mas é que meu pai nunca me deu atenção, ficou frio e esquisito depois da morte de minha mãe, entendo que ele perdeu a mulher que tanto amava, mas eu perdi minha mãe e queria que ele tivesse um pouco de compaixão comigo. Ah quatro anos não sou abraçada por ele. E ele quer simplesmente me enfiar goela abaixo essa nova "família".
Irei deixá-lo ser feliz, irei sumir da vida dele. Estou só esperando o Juiz determinar a quantia em dinheiro que irá ficar comigo.
Termino de descer as escadas e sento-me a mesa juntamente com a nova família de meu pai.

-Olá, sou Claudia. E esses são meus filhos, Carla e João.

-Ah.. prazer.

Eles apenas sorriem para mim.

-você e João se darão muito bem!-sorri, maliciosa.

-Não faz meu tipo.

-Você é lésbica? Meu filho é lindo.

-Mãe!-o garoto protesta-ignora ela.

-Claro-sorrio.

-Bom, vamos jantar.

Meu pai coloca a comida na mesa e eles começam a se servir. Claudia tenta puxar assunto comigo.

-Então... Morgana.

-Hum?

-O que planeja fazer na faculdade?

-Estudar.

-Em que área?

-medicina.. medicina veterinária. Na verdade já estou estudando, sai da escola com 16, pausei por um ano mas quando fiz 18 já continuei, estou no segundo ano.

-Eu pretendo ser médico cirurgião-João fala tentando se enturmar.

-Eu quero ser estilista!-a garota berra.

-Filha, não grite!

-Odeio crianças-murmuro.

Meu pai me olha com reprovação.
Ela nem escutou, não sei pra que esse drama todo.
Terminamos de jantar e eu vou para o meu quarto.
Alguém bate na porta.

-Entra.

-Oi Ana.. é..

-Fala logo o que quer.

-Você pode ficar de olho na Clara e no João?

-É Carla o nome da menina pai.

-Que seja. Vou sair com a Claudia, você faz esse favor?

-Quantia.

-200.

-Fechado.

Espero eles saírem e vou para a sala, onde se encontram Clara (como diz meu pai) e João.

-Oi meninos.

-Eu sou menina!

-Cala boca garota. Enfim, o que querem fazer?

-Carla já vai dormir, ela tem balé amanhã cedo.

-Então o que ela está esperando?

O garoto leva ela até o quarto que meu pai arrumou para eles.
João volta e tira a camisa. Até que ele é bonitinho.

O príncipe do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora