Chanyeol lembra que desde pequeno sonhava em se casar e ter muitos filhos, mas quando começou a ter uma vida sexual e sua lista cresceu nome atrás de nome, achou que o amor nunca chegaria para ele. Ao conhecer Jongin, Chanyeol entendeu que o amor não se procura, este te encontra, te escolhe e não tem botão de voltar atrás para rebobinar e você se esconder.
Ele sentia-se um felizardo porque o seu amor foi correspondido e não teve que viver a experiência de um amor unilateral.
Uma vez que Jongin foi embora, Chanyeol entendeu que não se pode amar sem que sinta dor... e doía nele como a merda. Depois de chegar a pensar que o seu coração se fragmentava e de ter experimentado o sabor de suas lágrimas, só restou o vazio, escuro e profundo, sem fundo com o qual se estatelar; e Chanyeol, chegou à conclusão de que o amor não estava pronto para ele.
(O amor é mais doloroso do que outros, e este lhe desenhava um sorriso e ele estava cansado da sensação de asfixia em seu peito).
Chanyeol precisava de um motivo para se levantar pelas manhãs porque, sem querer, ele tinha feito de Jongin o dono deste privilégio. Antes não era assim. Antes, ele não precisava de nenhum bom motivo fora a promessa de um chouriço* de sua mãe, ou a simples expectativa de que algo bom aconteceria em seu dia.
Em algum momento entre as sombras dos móveis, da escuridão das persianas fechadas e da própria escuridão que o absorvia, Chanyeol pensou que esperou tempo demais para sentir borboletas na barriga que quando essa merda passou, Jongin passou a ser a sua propriedade e agora que ele já não estava, Chanyeol não sabia o que fazer.
Chanyeol esteve perdido durante muito tempo e às vezes pensava que continuava estando. Como um tipo de criança que nunca, jamais era capaz de voltar para casa e nem avançar no tempo. Seu problema ia além do Capitão Gancho ou de não envelhecer, sua dor residia e, seu coração, em suas entranhas, e não podia erradicá-la sem perder partes de si mesmo.
Havia descoberto que o álcool e os cigarros ajudavam até certa medida. Os efeitos analgésicos e amnésicos duravam um tempo relativamente curto e Chanyeol entendeu que eles apenas nublavam os seus sentidos, faziam-no sentir irreal e pesado, não o faziam sentir-se melhor. Às vezes, achava que mãos o agarravam e o puxavam para baixo, fazendo-o cair mais e mais rápido no buraco que Jongin formou, e logo Chanyeol culpava a maconha por isso.
Ele desejava que essa coisa obscura e viscosa que circula por suas veias e infecta todos os órgãos de seu corpo, parasse. Queria que a lembrança de Jongin virasse fumaça como o próprio Chanyeol desapareceu da mente de seu amante ao conhecer Kyungsoo. E então, Baekhyun o beijou e Chanyeol perdeu a cabeça, mais ou menos.
No vazio, ele não sentia nada, havia apenas dor, desespero e raiva. A pontada no centro do seu peito, nunca parava. Chanyeol não sabia como se tornar branco e esperava que Baekhyun com sua brancura ajudasse-o.
(A dor de Chanyeol passava a ser do substituto de Jongin e a pontada tornava-se mais suportável).
🚬
Ele mentia para si mesmo e não sabia como controlar o impulso irrefreável de se desculpar, sair pela porta traseira e evitar a responsabilidade dos seus atos. Mas, o certo era que Chanyeol estava fodido e achava que isso lhe dava algum tipo de poder para fazer o mesmo que saía de seu nariz. Inclusive ainda se isso arrastasse Baekhyun com ele.
(Transforme o boneco branco em preto e você não estará nunca mais sozinho, Chanyeol).
Até certo ponto, Chanyeol sabia que na verdade estava fodendo Baekhyun e não Jongin. Ele sabia porquê ainda que a sua estúpida mente criasse uma falsa ilusão onde Jongin estava novamente entre os seus braços, quem estava sob ele se retorcendo, era Baekhyun.
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Sabor de Nicotina [TRADUÇÃO PT-BR]
FanfictionBaekhyun não sabe quando se tornou uma marionete, mas de fato é um. E em algum momento, ele tem o estúpido pensamento de que preencheu a si mesmo com algodão, que pintou um sorriso com tinta permanente e que seu coração não é mais do que fragmentos...