Capítulo 6: No Choice

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Justin Point Of View

Mantenho meus olhos atentos na estrada, mas minha mente está cheia de merdas.

Há semanas tenho perdido homens e mercadorias, e saber que Zayn -um dos meus poucos amigos de infância- está por trás disso, faz essa merda toda ainda pior.

Sinto os olhos penetrantes de Katherine em mim, e se a conheço bem, logo ela está me enchendo de perguntas.

-Justin? -Ela chama e eu sorrio mentalmente por ter previsto essa

-Oi?

-Onde estamos, de fato, indo? -Solto uma respiração antes de responde-la

   Para onde estamos, de fato, indo?

-Estamos indo parar uma guerra, ou começar uma. -Respondo sincero

-E nós vamos ganhar essa guerra? -Katherine pergunta com seus grandes olhos azuis me encarando, e eu dou de ombros

-Nós precisamos

   Ela encara a paisagem da janela, e sei que sua mente está repleta de perguntas sem respostas.

-Ele era meu sócio. -Falo e ela volta sua atenção para mim- Crescemos juntos, e depois de toda a merda que passamos, parecíamos seguir em frente, mas ele preferiu o dinheiro.

-Quem é ele? -Ela pergunta parecendo processar minhas palavras

-Zayn Malik. -Respondo a olhando rapidamente de relance, antes de voltar os olhos para a estrada a minha frente

-Por que ele não é mais seu sócio? O que você quer dizer com ele preferiu o dinheiro?

Dou de ombros.

-Ele parecia não ter um limite para conseguir dinheiro. Era sempre mais e mais, tudo e todos que ficassem entre ele e a riqueza, era eliminado. -Faço uma pequena pausa enquanto Katherine parece atenta a cada palavra- Nós tínhamos o mesmo objetivo, mas eu não conseguia ir pelo mesmo caminho que ele. -Falo soltando um riso seco- Embora eu esteja tão ruim quanto ele agora, no começo eu realmente pensava ser possível fazer isso de outra forma.

-O que você de fato faz? -Ela pergunta me encarando

-Sério? -Falo a encarando por um breve momento e rindo enquanto ela me olha confusa- Você trabalha pra mim, e não sabe o que eu faço? -Pergunto e ela da de ombros

-Você me paga pra matar pessoas, e não pra fazer perguntas -Ela responde e eu reviro os olhos

-Agora me senti um bandido filho da puta -Falo e ela ri

-E você não é?

Dessa vez sou eu quem da de ombros.

-Isso depende do seu julgamento -Falo- Eu mexo com venda e distribuição de armas e munição, nossos clientes são membros das maiores gangues e máfia de todo o mundo. -Continuo- Às vezes alguns deles não me pagam, e bem, ai entra você na história.

Ela assente com a cabeça e permanece em silêncio.

-E então? -Pergunto enquanto ela ainda não responde nada- Sou um bandido filho da puta?

Katherine ri. Realmente, ela ri.

-Isso eu ainda não decidi, mas é menos pior do que eu pensava. -Ela fala e dessa vez sou eu quem a olho confuso

-O que você pensava?

-Roubos, drogas, coisas assim -Fala me encarando- Não que armas sejam legais, na verdade são, mas bem, podia ser pior

Concordo com a cabeça.

-Pra uma menina de o quê? 20 anos? -Pergunto tentando adivinhar sua idade- Bem, pra uma menina tão nova, você tem uma boa habilidade com armas, e entende bastante também.

Ela assente com a cabeça e vejo pelo canto do olho ela esboçar um pequeno sorriso.

-Eu gosto de sentir que tenho o controle, e bem, quando você é a pessoa da sala que está segurando a arma, o controle é seu. -Ela fala- A propósito, é 22 anos.

-"Quando você é a pessoa da sala que está segurando a arma, o controle é seu" -Falo repetindo suas palavras- Gostei. É profundo, e porra, eu vou usar essa frase. -Ela ri- Então ta Katherine de 22 anos, você é uma boa atiradora, e agora uma boa filósofa também.

-Qual a necessidade de me chamar de Katherine? -Pergunta revirando os olhos

-É o seu nome, ué! -Falo rindo e ela abana a cabeça

-É muito longo, e sempre parece que você vai brigar comigo quando fala ele inteiro -Diz

-Porra, e vou te chamar como?

-Sei lá? Katie?

-Todo mundo te chama te Katie?

-Aham

-Então, não

Ela me olha confusa.

-Quer exclusividade?

-Sempre -Respondo e ela me encara por uns segundos

-Ta, então não faço ideia. Continua no Katherine mesmo. -Ela fala se jogando no banco, parecendo vencida e eu dou risada

-Vamos pensar em algo. -Respondo

-Ta, e você? Vocês deve ter um apelido, não é possível que todos te chamem só de Justin.

Assinto com a cabeça.

-Chamam. Quer dizer, minha mãe de chama de bebê, mas não é algo que eu me orgulho muito de dizer -Falo sorrindo e ela ri

-Sabe Justin, você é legal -Ela fala parecendo sincera- Às vezes é um pouco mandão, mas é legal

A encaro de rabo de olho e percebo seus grandes olhos azuis me olhando.

-Você também é legal, Katherine -Falo, sendo sincero

Fazem quase dois meses que trabalhamos juntos, e essa é a primeira conversa real que temos. Até que ela é realmente legal.

-Lá vem você de novo com esse "Katherine" -Fala revirando os olhos e dou risada

-Ué, você que se chama Katherine, eu só to falando -Rio enquanto encosto o carro a beira de uma estrada que eu já conhecia bem- Chegamos.

-É aqui? -Ela pergunta olhando pela janela

-Um pouco mais ao fundo, teremos que ir de pé, ou eles irão nos receber a fuziladas -Falo e ela assente

-Só, por favor, não me faça matar cada um desses idiotas, seja cuidadoso -Ela pede sincera e eu sei que provavelmente Chad a fez prometer cuidar de mim

-Eu sei o que eu estou fazendo -Falo- Fica perto de mim

Ela assente com a cabeça e logo saímos os dois do carro.

A estrada é um pouco longa, e eu me pergunto no que ela deve estar pensando. Katherine anda a dois passos a minha frente, e eu estaria mentindo se falasse que não estou aproveitando a bela vista da sua bunda. Ela é realmente bonita, não há como negar. Seus cabelos castanhos caem em leves ondas sobre os seus ombros, e são o contraste perfeito pros seus enormes olhos azuis. Não que ela usasse roupas que destacassem o seu corpo, mas mesmo embaixo dos seus jeans e camisetas, era bem visível que ela tinha curvas esculturais. E, porra, eu poderia ficar duro só de olha-la.

-É ali -Digo indicando um grande galpão com a cabeça e Katherine concorda, agora andando lado a lado enquanto seguimos para o enorme lugar.

-Por favor, não faça nada estúpido -Ela diz olhando firmemente nos meus olhos e eu assinto

-Eu não vou.

   Ela concorda e então seguimos em passos lentos, com o silêncio novamente se instalando, e por um breve momento eu repenso se essa vida que escolhi vale mesmo a pena. Respiro fundo e sigo em frente, afinal agora já não tenho mais escolhas.




Até o próximo capítulo...
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