Capítulo 3

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Vamos brincar? O próximo capítulo sai quando esse estiver com 300 comentários e 500 estrelinhas. Acham que conseguem? Espero que sim porque daqui para frente é adrenina pura e eu estou louca para postar.... 🙈⛤📇

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Ricardo Avilar

Não aguentava mais preencher relatórios dos meliantes que apreendemos durante a invasão do Morro do Alemão, a mesa da minha sala na delegacia estava lotava de pilhas de folhas. Essa era a pior parte de ser Delegado Civil, a bendita da burocracia. Não fazia muito tempo que aceitei ser transferido para o Rio de Janeiro, na verdade, tinha poucos meses e já tinha pegado bem o ritmo.

Mal assumi a vaga e foram jogando o pior caso para cima de mim. Tinha que achar e prender o tal Binladen, o criminoso mais famoso da atualidade. Trouxeram-me para cá porque sabiam que daria o meu melhor para resolver esse problema, sempre fui um homem extremamente competente no que faço. Agindo sempre de forma fria e calculista. Aos trinta e quatro anos tenho um bom currículo, foram anos de muita dedicação para chegar onde eu cheguei.

Gostava do antigo lugar onde trabalhar em Santa Catarina, mas tive que vir para o Rio atrás do paradeiro da minha filha.  A dor da saudade do meu anjinho, é  tão grande que mal consego respirar.

Sinto muita falta  da minha mãe, minha casa ficava a meia hora de carro da dela em Santa Catarina. A dona Célia é uma cozinheira de mão cheia. A melhor pessoa do mundo, e me tratava como se ainda fosse uma criança. Tem sido a minha base desde a morte da minha esposa e o sumiço da minha filha, assim que as coisas se acalmassem tinha planos de trazê-la para morar aqui comigo. Ela sofreu muito na mão do meu pai, e eu também.

Venho de uma família de descendência alemã tradicional do interior mato-grossense, fui criado de uma forma muito severa pelo meu pai. Em ação no meu trabalho sou o tipo de pessoa que bate primeiro e depois pergunta. Melhorei muito depois que conheci Andréia no colégio. Foi amor à primeira vista, começamos a namorar e ficamos juntos até que a morte nos separou. Ela entendia o meu jeito.

Odeio ser contrariado, gosto das coisas na hora certa, tudo do meu jeito e o que mais preservo na vida é a minha privacidade. Depois de crescer vivendo em um verdadeiro regime militar, sendo por inúmeras vezes humilhado e espancado cruelmente pelo meu próprio pai que, assim como meu avô, era Coronel do Exército Brasileiro, minha mãe se separou dele por não aguentar mais me ver sofrendo nas mãos dele. Sempre se preocupou comigo, depois que me mudei ligava a cada meia hora para saber como estou. Falando nela, o meu celular começou a tocar com a imagem da foto do seu lindo rostinho gordo com as bochechas rosadas aparecendo na tela.

- Fala mãe!

- Estou ligando para avisar que a mamãe já chegou na sua casa, meu amor.

- Como assim mãe? A Senhora está aqui no Rio? Por que não disse que vinha que eu iria te buscar no aeroporto, sua teimosa. - Me zanguei com ela, mas feliz porque teria a sua companhia por uns dias em casa comigo.

- Porque não sou nenhum invalida que não consegue nem pegar um taxi sozinha para visitar o meu filhote. Não vai cumprimentar a sua mãe direito, garoto? Ou dizer se estava com saudades minhas, nem sequer perguntou como a minha irmã está, ela pergunta por você todos os dias. Sabia que ela e a sua prima vão se mudar para o Rio e abrir uma loja de roupas? - Encostei as costas na cadeira respirando fundo ouvindo-a tagarelar sem parar. Dona Célia quando começava a falar não parava mais. E se eu a interrompesse, seria uma hora só para chamar a minha atenção por conta disso como se eu fosse um menino.

- Mãe, realmente eu não estou com tempo agora para drama, tenho um monte de relatórios chatos para preencher.

- Ricardo, eu estou esperando! - Resmungou ela.

DELEGADO AVILAR  - Trilogia  Homens da Lei  1 (DEGUSTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora