just a test

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Minghao não sabia se voltava pra casa, se iria até a festa de novo ou se ficava andando sem rumo. Sua cabeça ainda estava uma bagunça com os eventos recentes. Ele não pensava em Junhui daquela maneira até então, mas era inevitável não pensar sobre isso quando o mesmo havia o beijado. Ele até agora não sabia por que seu coração bateu como louco quando sentiu os lábios do outro sob os seus.

Ele entrou numa lanchonete qualquer que estava aberta e se sentou para tentar organizar sua cabeça. Pediu um refri à garçonete e logo em seguida, Mingyu lhe mandou uma mensagem.

Mingyu: Como assim? Você está bem?

Minghao: Eu estou, minha cabeça não.
Minghao: Posso te ligar?

Ele não recebeu uma resposta escrita, apenas ouviu seu toque padrão ecoar pelo restaurante vazio por consequência do horário. Aceitou prontamente a chamada do amigo.

— O que te aflige, pequeno gafanhoto? — a voz de Mingyu soou pelo aparelho assim que o levou ao ouvido.

— O Jun me beijou. — Minghao soltou a bomba de uma vez, se arrependendo instantes depois ao não receber uma resposta do amigo. — MINGYU! O que eu faço? — ele disse com uma voz manhosa assim como uma criança não sabe fazer o dever da escola.

— Ok, me explique do começo. Só assim posso te ajudar.

— Eu o levei até em casa, isso você já sabe. Mas chegando lá, ele foi tomar banho para ficar um pouco mais sóbrio e enquanto isso eu fiz um sanduíche para ele. Nada demais. Quando eu estava na porta para ir embora, eu me virei para me despedir e ele estava muito perto, até me assustei. Aí ele me beijou. — disse calmamente bebericando seu refrigerante que acabara de chegar.

— Tudo bem, pode ser o álcool falando ou a maneira dele agradecer pelo o que você fez. Mas como você se sentiu? — Mingyu perguntou apesar de ter quase certeza da resposta que receberia.

— Eu... Eu gostei, mas eu não via o Junhui dessa forma. O que está acontecendo comigo? — Minghao choramingou e deitou sua cabeça na mesa do restaurante.

— Bom, você pode beija-lo de novo para ter certeza do que sentiu. Quer dizer, para ver se você sente algo de verdade. — Mingyu sugeriu após rir da reação do amigo com aquilo tudo.

— Mas ele ainda gosta do Wonwoo, isso não está certo.

— Você sabe que o Wonwoo não vai ficar com ele, ao menos ajude a supera-lo, beijando ele ou não. Ele precisa de um amigo.

— Ok, eu vou tentar. Obrigado, Gyu, você é o melhor. — Minghao agradeceu aliviado

— Sei disso, obrigado. Até mais, depois me conte como foi. — Mingyu riu e desligou o celular.

Ele terminou seu refri e deixou o copo sob a mesa, juntamente com a quantia necessária para pagar e saiu noite afora, caminhando com determinação até o apartamento do Wen. Mal sabia Minghao que ele havia bebido apenas poucas cervejas e seu efeito já havia passado. Não era o álcool tomando conta de si.

Ele não se importou com o horário ou que Junhui poderia estar dormindo a essa altura, então minutos depois lá estava ele na porta do apartamento novamente. Ele ainda estava debatendo consigo mesmo se ia mesmo fazer aquilo. Levantou a mão pronto para bater na porta desistindo logo em seguida, fazendo isso inúmeras vezes. Minghao, faça isso logo, pensou sozinho e finalmente bateu.

Se escorou na parede esperando que ela abrisse ou não. Ouviu barulhos baixos parecendo ser da televisão e esperou, caso ele estivesse acordado ainda. E antes que Minghao pudesse sair correndo, ela foi aberta por um Junhui confuso sem entender o que o garoto fazia ali.

— Oi de novo, Junhui. Posso entrar? — o mais novo disse com um sorriso tímido, estranhando o outro ainda estar acordado. Pensava que assim que saísse de sua casa, ele desmaiaria de sono.

— Claro, sim, pode. — chegou para o lado e deu espaço para ele entrar. — Tá tudo bem?

— É... Mais ou menos, você pode me ajudar? — Minghao pediu ao sentar ao seu lado no sofá, que possuía uma coberta em cima.

— Posso sim, o que é? — ele prontamente aceitou seu pedido, sem nem saber o que era.

— Eu posso te beijar de novo pra testar uma coisa? É rápido, eu juro. — o loiro pediu, desviando o olhar pois estava morrendo de vergonha do seu pedido.

Junhui não respondeu. Minghao podia sentir seu estômago revirar de vergonha, sentindo a rejeição óbvia e que provavelmente pode ter perdido a amizade que tinha com o garoto. Ele estava prestes a levantar quando sentiu as mãos de Junhui segurar em suas bochechas delicadamente e se aproximar. Minghao levou dois segundos para perceber o que estava acontecendo e fechar os olhos, sentindo aquele sentimento de calma tomar conta de si.

Era um beijo calmo e doce, sem ser afoito. Mexiam seus lábios juntamente em um ritmo lento, aproveitando o momento. Minghao tinha suas mãos em cima das do mais velho ainda em sua bochecha, a acariciando com o polegar.

— Te ajudou, Minghao? — o mais velho perguntou, se afastando apenas o suficiente para falar, com um sorriso pequeno nos lábios.

— Uh? Com o que o que? — Minghao indagou perdido, ainda pensando nos lábios macios de Junhui.

— Você queria testar uma coisa. — Junhui disse rindo. — E aí? Testou?

— Ah, com certeza. — o menor riu.

— Posso saber o que é? Quer dizer, já que me envolve.

— Primeiro, quanto você bebeu na festa? Não quero que seja o álcool falando por você. — ele pediu temendo se decepcionar com a resposta.

— Sinceramente, bebi apenas duas cervejas. Te garanto que não era o álcool falando por mim. — Junhui o assegurou, percebendo que o menor temia que ele tivesse feito por estar alcoolizado.

— Um momento. — Minghao disse e o puxou pela nuca, o beijando mais uma vez. — Bom, segundo minha pesquisa você realmente beija bem e que eu gostei muito, e se me permitir gostaria de mais. — ele disse se escondendo no pescoço do outro, sentindo suas bochechas queimarem de vergonha.

— Sério? Devo dizer então que essa pesquisa é muito útil para mim. — Junhui passou seus braços pela cintura do garoto. — Mas você sabe que eu gosto do Wonwoo, vou precisar de um pouco de tempo para superar.

— Tudo bem, eu entendo. Apareci muito de repente, eu sei. — Minghao tentou se soltar do abraço, sentindo uma pontada de decepção ao ouvir as palavras de Junhui.

— Você não me deixou terminar. — Junhui o puxou de volta para seus braços. — Como eu disse eu preciso de tempo, mas você pode me ajudar? Eu gostaria de verdade de conhecer você, o verdadeiro Minghao.

Minghao sorriu involuntariamente e apenas balançou a cabeça, concordando com o que o outro dissera. Ainda estava aproveitando o perfume forte de Junhui que inebriava seus pensamentos.

— Fico feliz, agora venha. Vamos assistir algum filme que iremos dormir no meio. — Junhui o puxou pela mão até o sofá e colocou algo na televisão, se aconchegando ao lado de Minghao nas cobertas que estavam ali.

Minghao não pensou que essa vinda poderia lhe causar tamanha felicidade e surpresa. No fim, as coisas não estavam tão ruins assim. Antes de assistir o filme que Junhui acabara de colocar, pegou seu telefone em seu bolso e mandou uma mensagem para Mingyu.

Minghao: Acho que estou bem, Gyu, obrigado.

Seu amigo prontamente respondeu.

Mingyu: Entendi, Hao. Boa noite.
Mingyu: Me conte depois.

O loiro sorriu e bloqueou a tela, deixando o aparelho sobre a mesa no centro da sala, prestando atenção no filme que nem sabia o nome.

bad apologiesOnde histórias criam vida. Descubra agora