Série "Entre Flores" - livro 1.
Após Rosa sair de um relacionamento que só lhe trouxe desgosto e traição, ela que estava desempregada e morando de favor na casa dos fundos de sua irmã, junta toda sua coragem e garra para conseguir um emprego.
Onde d...
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"Rosa"
Aline Fernanda D'Jesus - AFD'J
ENTRE ROSAS E CHOCOLATE QUENTE.
CAPITULO 2 – CUPCAKE
ROSA
─ Coragem, coragem Rosa... Você é forte então bora começar a limpar essa casa, já vai secando essas lágrimas.
Olhei atentamente para a geladeira simples que a minha irmã tinha me emprestado e começo por ela. Peguei a bucha e o detergente, e mãos a obra. Tendo apenas a geladeira, o fogão, um armário pequeno e a pia em menos de uma hora está tudo limpo.
Pego duas mesas de plástico que minha irmã deixou na pequena área e coloco uma na sala e outra na cozinha, coloco os utensílios em cima enquanto não arrumo no pequeno armário, e sigo para o quarto.
Passo pano no canto do quarto que não te moveis e empilho as caixas com as minhas coisas, arrumo a cama e olho o pequeno guarda-roupa de três portas que era da minha sobrinha quando bebê, branco com alguns detalhes em rosa, isso me faz lembrar seus grandes olhos azuis iguais aos meus.
Nenhum recomeço e fácil e muitos não vem prontos com uma casa com tudo perfeito. Esse é o meu reinicio o que importa é poder viver e não sobreviver como estava acontecendo.
Joguei a capa vermelha que a minha irmã me deu, para colocar nos sofás que o antigo inquilino deixou. Mesmo gastos eles são confortáveis. Isso que importa!
Olho atentamente pela sala mesmo com a bagunça consigo começar a enxergar um lar.
Consigo respirar um novo ar, uma vida nova.
Ouço o portão ranger sem graxa para se movimentar, e as meninas entrando de moto no quintal.
─ Trouce pão, presunto, queijo e refrigerante. Aproveitei e comprei cupcakes.
─ Como vocês sabiam que não iria ter nada aqui para comer?
─ Imaginamos, mais aproveitei e passei no mercado e comprei umas coisas mais básicas, enquanto a Paula só pensou em comprar besteira.
─ Você vai lavar esse rosto, secar essas lágrimas, vamos nós entupirmos de comer, porque é o que temos para hoje.
─ Isso aqui não é lagrimas ─ aponto para o meu rosto. ─ É suor, posso até estar com o meu emocional abalado, mais não choro mais por hoje, vamos para a cozinha já deixei tudo limpo, assim podemos comer nossos cupcakes.
─ Estou varada de fome! ─ Paula passa a mãos pela barriga seca e definida.
─ Muito simples para você que é magra falar isso, come igual uma vaca e não engorda. ─ eu e Cris olhamos ameaçadoramente para ela.
─ Como muito bem. Sim! A diferença é que me cuido, vou para a academia quase todos os dias, e não se esqueça de que não foi só uma vez que te chamei para ir comigo. ─ se defende seguindo o caminho para a cozinha. ─ Vamos para com essa conversa, amanhã nós três começamos uma dieta, mais por hoje precisamos de açúcar para digerir tudo o que aconteceu.
Assentimos e a seguimos, sem chance para continuar a perturbar ela por se cuidar tanto e comer tanto ao mesmo tempo.
─ Sabe o que importa? É que você não está mais com aquele traidor, e pior ainda morando no mesmo quintal que sua sogra. Não sei como você não enlouqueceu nesse tempo todo?
─ Acho que descontei as minhas frustrações todas na comida, agora estou igual a uma baleia.
─ Uma gordinha linda, cheia de glamour, e que agora vai ter tempo para se cuidar. Pera! Quero agradecer de joelhos por Deus ter te livrado daquele traste.
─ Só vocês mesmo para me alegrar em um momento tão difícil.
─ Obrigada meu Deus pelo livramento, agora vamos comer que estou com fome. ─ Cris junta às mãos entrando na brincadeira da Paula, em agradecimento, caçando no meio das poucas caixas o que vamos precisar para comer.
─ Ainda bem que você pegou os móveis que você comprou. Sua ex-sogra não estava lá na hora que saiu?
─ Não! Ainda bem, fiz tudo planejado, agi como se nada estivesse acontecendo arrumei todas as minhas coisas e fui guardando na despensa porque sabia que o André não vai lá mesmo, terminei de arrumar tudo ontem à noite porque ele foi jogar bola.
─ Sei bem as bolas que ele jogou ontem. Minha vontade é de esfregar a cara dele no asfalta fervendo.
─ Bem isso mesmo Paula, dai hoje a mãe dele saiu para trabalhar eu chamei o rapaz que tinha combinado, aproveitei.
─ Então ele não sabe que você saiu de casa?
─ Rosa isso é surreal! Quero ver a cara dele quando chegar a casa e não te encontrar, e as roupas a maioria foi você que comprou todas esquartejadas.
─ Ele fez por merecer, quem mandou trair, estou achando é pouco!
─ Deixei uma carta, será que fiz mal?
─ Depende o que você deixou escrito nela. ─ Cris passou a mão no queixo, olhando em interrogação.
─ Não acredito que você fez isso!
─ Não precisa se preocupar, deixei o meu recado, mais como sei que ele não é homem o suficiente, vai vir atrás com certeza!
─ Você pelo menos guardou todas as conversas que teve com a vagabunda?
─ Claro! Mais isso não é o que está me preocupando agora, preciso arrumar um emprego urgente, o dinheiro que guardei não vai dar para muita coisa.
─ Passa seus dados que amanhã no escritório eu monto um currículo para você, te mando foto pelo grupo se tiver tudo certo imprimo algumas copias e amanhã à noite eu te trago, ai é só você entregar.
─ Posso perguntar para alguns conhecidos, amiga logo você vai conseguir um emprego, Cris você fica atenta se souber de algum no escritório.
─ Não sei o que faria sem vocês me ajudando!
─ Também não sabemos! ─ Gargalhamos e começamos a comer.
Paula abre a tão esperada caixinha com os delicados cupcake, um de chocolate para ela, outro de doce de leite sabor preferido da Cris, e o meu de chocolate branco com nozes.
Assim terminamos a noite, conversando falando mal dos homens.
