Law & Order: SVU - O Sequestro

11. Dor

Lugar Incerto

15 de agosto

Olívia, apesar de não enxergar, pôde ouvir ele se distanciando. Não compreendia porque ele a colocaria ali, pronta para ser morta, e simplesmente sumiria. Ela não queria que tudo acabasse, que a vida que ela tanto lutou e preservou, fosse jogada fora de uma forma tão torpe por um doente, e o pior, sem ela ter tido a mínima chance de se defender e lutar.

Ronnie se divertia observando a tensão aparente de Olívia, na verdade essa era a real intenção, ferrar com o psicológico dela. Ele não queria matá-la, ainda era muito cedo para ele perder sua maior fonte de prazer e divertimento. Ele sabia que deixá-la ali, no 'quase', na possibilidade iminente de morrer e ainda privando sua visão, a levaria à loucura, ela nunca relaxaria, estaria em estado de pânico constante e ficaria alerta esperando que algo acontecesse,ferrando também seu sistema nervoso.

"Sua vida só depende de você agora Liv. Um passo em falso, um soluço a mais e 'fim', sua vida some como em um passe de mágica" disse ele, um tempo depois, em voz alta.

Todos os músculos dela estavam tensos. A impressão que ela tinha era de que a qualquer momento ele chutaria o bloco de madeira ou a empurraria, acabando com tudo aquilo, mas a única coisa que ela ouvia eram alguns barulhos um pouco distantes. Olívia já controlava a respiração, havia parado de chorar e estava tentando manter-se calma o máximo possível, não queria ser a culpada pela própria morte, em sua mente vinha apenas a lembrança de Elliot, por mais que ela tentasse evitar, a imagem dele sempre voltava, um dos seus maiores arrependimentos era a 'não-declaração' do real sentimento que ela nutria por ele, no último encontro que eles tiveram Olívia não teve coragem de se abrir, mesmo depois de tudo que aconteceu entre eles, e isso a corroía por dentro; agora ela enxergava que muito provavelmente nunca mais falaria com ele, não teria outra chance. Ao mesmo tempo que o arrependimento aparecia, surgia também uma raiva , por ele ter sumido, por a ter deixado e nem dado notícias...

Whatley aproveitou que Olívia estava imóvel, muda e cega no canto, para montar uma espécie da maca de metal no centro do cômodo e organizar algumas coisas que utilizaria para brincar com ela.

Depois de três horas mais ou menos ele resolveu tirar Olívia daquela agonia, pegou a fita de couro que havia utilizado anteriormente e em um golpe forte acertou as pernas dela, o susto foi tão grande que ela desequilibrou, se enforcando. Logo que ela começou a se debater ele subiu na escada e afrouxou a corda, o que a fez cair no chão, já inconsciente.

Por um instante ele achou que ela havia morrido, mas ao checar a pulsação constatou que ainda estava viva. Pegando-a no colo, a colocou em cima da maca, tirou a venda dos olhos e a fita da boca dela, em seguida a prendeu com as amarras que tinham na própria maca, as pernas separadas e os braços abertos estendidos para os lados, formando quase uma cruz. Ele ajeitou o cabelo dela para trás, observou por um tempo o trabalho já feito, as pancadas já roxas do rosto dela, nos seios, no corpo todo, o corte em cima do olho, se sentia excitado com o que pretendia fazer. Ligou uma luz forte bem na cara dela e passou álcool próximo ao nariz dela para acordá-la.

Olívia despertou assustada, alerta, como se tivesse acordado de um pesadelo. Percebeu que ainda estava viva e que nada a impedia de falar ou enxergar.

"Você é um louco nojento, seu desgraçado. O que mais você quer de mim? Por que não me deixou morrer?" disse Olívia com ódio na voz, estava farta dessa situação, ela estava ali amarrada, nua, com fome, sede e frio, o que mais ele queria? Ela ainda sentia muito medo, mas havia prometido pra si mesma ser forte, não quebrar a frente dele.

"Liv, Liv, Liv... tão ingênua. Sabe o que eu pensei agora pouco enquanto você estava refletindo no canto? Meu plano inicial era te manter aqui por 5 dias, seria o suficiente para eu fazer tudo o que queria com você, mas agora que estamos nos entendendo e nos dando tão bem, resolvi te manter aqui por muito mais tempo, talvez pra sempre, até um de nós morrer, o que você acha?" disse ele em tom romântico, passando a mão pelo rosto dela.