Parte II

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Fico curiosa sobre o seu rosto, pois mal o pude ver com vergonha de ser apanhada. Olho de relance e reparo nos seus lábios. O meu olhar fixa o seu corpo e quando dou por conta encontrava-me a observá-lo durante algum tempo, tempo suficiente para se aperceber disso.  Volto a observar a rua.

Sinto um peso forte nos meus ombros e fico nervosa. Fico atormentada. Vejo o rapaz no seu sono profundo apoiado no meu ombro.

A minha reação teria sido afastá-lo, pensei. Mas porque não reagi? E por que razão permitia eu esta aproximação? Se Yeri soubesse, iria achar que estaria a aproveitar - me do momento. 

Talvez por ser bonito diria ela. Mas eu tinha a certeza que não seria essa a verdadeira razão. Claro que a beleza não se podia discutir, mas era um completo desconhecido. Sentia que aquele momento já tinha acontecido antes... como se já nos conhecêssemos e isto tivesse já acontecido...

Apercebo-me que a minha paragem já era a seguir.

Com todo o cuidado, tento acordá-lo e reparo nos seus olhos amendoados fixados em mim.

- Preciso de sair.

- Ah desculpa. Acabei por fazer o mesmo! - responde o rapaz com um sorriso extremamente bonito.

Sinto a minha cara a ficar vermelha e para ele não dar conta, olho para baixo e, com o passo acelerado saio do autocarro.

Recordo das suas últimas palavras «acabei por fazer o mesmo». Paro de andar...

     -  Espera aí...como assim o mesmo? 

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