23 de Março de 1856, Divita de Reinos
Alyna corria pela floresta, as lágrimas rolavam sem a permissão dela, ela não suportava aquela sensação, a sensação de ter burlado as regras, feito algo que não deveria. Ela podia sentir seu segredo fazendo parte dela. Ela e seu amado foram longe demais em sua relação secreta, ela se lembrava perfeitamente do primeiro beijo deles.
Fora há alguns anos, talvez dois. Ele era filho de sua costureira particular, quase destinado a ocupar um cargo dentre seus criados. Quando ela estava experimentando um vestido acabou notando que aquele jovem não deveria estar ali, afinal ela estava seminua, vestindo um de seus vestidos.
- Desculpe, eu não quis interromper. - ele dissera, com um sorriso no rosto. - Eu vim...
E ele não falou mais nada, nem ela, não precisavam falar nada, desde pequenos eles corriam no mesmo jardim, no mesmo castelo, se olhavam de forma intrigante, um dia ele até mesmo dissera que seria seu rei, que cuidaria dela e a tornaria a rainha mais feliz de todos os reinos.
Segundos depois dele aparecer eles estavam se beijando, e foi aí que tudo começou, esse amor secreto, que já estava durando 2 anos naquela época em que Alyna corria apavorada pela floresta.
Alyna estava chorando, pois eles foram longe demais, durante esses dois anos eles trocavam carícias e beijos apaixonados, até que recentemente eles foram longe demais e ela acabou tendo sua primeira vez, e a segunda alguns dias depois. Ela era uma princesa, só podia perder sua virgindade depois do casamento, era o certo, mas ela não o fizera e por isso haveria consequências.
De alguma forma ela sabia que uma vida crescia dentro dela, uma vida inocente. Ela estava grávida, não sabia quanto tempo demoraria para nascer, nem se era um rapaz ou uma dama, mas ele estava lá, seu amado bebê, ela sabia.
Ela continuava correndo, sem sequer perceber que estava perdida, ela só queria fugir, impedir que levassem seu bebê quando ele viesse ao mundo, era algo de mãe, que só quem era ou estava prestes a ser mãe entendia. Ela nem tinha confirmado o que ela pensava, nem precisava.
Mas foi quando ela ouviu uma briga que ela parou se escondendo atás de uma árvore. Ela olhou para onde as vozes vinham e seu olhar se tornou um olhar de medo, uma criatura tentava se mover, sem vitória, como se estivesse preso por uma muralha invisível, ao redor haviam dois corpos, como sacríficios, e uma mulher falava com ódio para aquele monstro.
- Eu te tiro a liberdade, te coloco numa prisão por tempo indeterminado. - a mulher dizia. - Te prendo no caixão onde não sairá até quando eu continuar viva. Até que seu caixão seja aberto e uma bruxa de meu sangue te liberte você continuará preso num coma profundo. Caso algum ser, qualquer que seja, me interrompa nesse ritual, esse ser será possuído pela magia, pela imortalidade, pela sede de sangue e pelo ódio, mas espero que ao contrário de todas nossas tentativas anteriores, que foram falhas, não haverá ninguém que me pare.
Alyna tentou sair dali chocada com aquilo, mas algo a prendia, algo poderoso. Uma planta nascia do chão a prendendo ali.
- Quem está fazendo isso? - ela sussurrou.
Mal sabia Alyna que aquela coisa que a estava prendendo precisava que ela ficasse ali para sua própria sobrevivência, aquela força era a própria magia chamando por um novo corpo que serviria de uso imortal para a magia.
O vampiro gritou enraivecido.
- Eu vou ir atrás de sua família e, quando isso acontecer, quando eu acordar, pode ter certeza que vou acordar todos meus antecessores, você se arrependerá. Um vampiro é perigoso, mas um vampiro que acabou de acordar depois de muito tempo é mortal para todos ao seu redor.
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O Monstro Interior
Vampiros"O Monstro Interior" se passará entre o passado e o presente, num país que fala português, chamado Divita de Reinos. No passado, quando Alyna Fonseca, uma princesa querida pelo povo precisa passar um processo que mudará tudo que ela conhecia, tudo q...