Chapter Three

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E-Eu? — gaguejou a jovem sem saber exatamente o que dizer.

Sim, você. Confesso que estou particulamente curioso quanto a sua resposta... — insistiu Namjoon, porém foi interrompido com a chegada do garçom, que com ele trouxe o prato principal, ravióli ao molho branco.

Ao fitar o prato, Ella conteve um gemido, justo no dia em que ela estava com fome Maggie havia sugerido um restaurante onde a comida era mínima. Desejando firmemente um cheeseburger duplo extra calórico com uma coca diet bem gelada, finalmente Ella tomou coragem para responder.

Somos responsáveis pelo que cativamos, assim como o que nos cativa de alguma forma nos torna influenciáveis a tal. — com dificuldade, Ella tentou formular uma resposta. — Levo como exemplo a liberdade de escolha, a percepção do que seu corpo pede, independente do gênero ou contexto. Resumidamente, sou desperta pelo que atraí meus olhos, diferindo de pessoa a pessoa seus meus atrativos. Do físico à personalidade, a variação é ampla e extensa. —conclui a mulher.— Acho que temos o suficiente por hoje. — ela avisa e desliga o gravador do celular.

Por breves instantes Namjoon permaneceu calado e pensativo, sua astuta mente perguntava-se se realmente deveria fazer a pergunta seguinte. Um pouco sem jeito e tímida — talvez pelo modo direto com o qual fora abordada — Ella limitou-se a comer, os pensamentos vez ou outra sendo guiados aos tão sonhados cheeseburger.

— Srta Ella, você acha que realmente tem um bom material para trabalhar na entrevista? — ele sorriu discretamente e deliciou-se com um pouco de vinho.— O que acharia se eu pudesse lhe mostrar um material muito mais... Complementar?

— Complementar? —ela fitou-o curiosa.

— Sim. — ao ver a forma como ela agora encontrava-se curiosa, o sorriso no rosto dele expandiu-se um pouco mais.— No próximo fim de semana vai haver uma feira sobre a cultura erótica na cidade vizinha, é bem interessante e construtiva. Se a srta tiver interesse posso acompanha-lá e mostra-lá um pouco desse mundo. — explicou para logo em seguida voltar a comer.

— Eu... —Ella ficou completamente ruborizada e hesitante.

— Você? — ele arqueou uma das sobrancelhas instigando-a a prosseguir.

[...]

— Eu não acredito!! — Libby levantou-se do sofá e olhou sem acreditar para Ella, as bochechas já vermelhas.
   Fazia apenas alguns minutos desde que as duas haviam reunido-se no apartamento de Ella.

— Mas foi o que aconteceu. — Ella deu de ombros e voltando a beber seu milkshake de baunilha. — Foi sem querer. — murmurou ainda fitando a TV. — Agora shiu... Quero ver com atenção o que a Hannah vai falar. — sinalizou.

— Ahhh fala sério gata. — Libby revirou os olhos e tomou o milkshake de Ella.

— Hey!! Me devolve. — Ella pediu emburrada, mas ainda sem desviar os olhos da TV.

— Não. Eu to aqui e você tem que me dar carinho e amor. — a loira resmungou e pulou encima da amiga. — To carente.

  Foi impossível para Ella não sorri, conversar com Libby era sempre assim, fácil e simples. A amizade que as duas cativaeam vinha de anos, e mesmo quando Libby descobriu-se interessada em ambos os sexos, foi fácil e simples para Ella aceitar. Hoje ambas compartilhavam dos nuances da bissexualidade — e de uma amizade arco-íris.

— Deus! Eu criei um monstrinho! — Ella protestou dramaticamente e abraçou a amiga.

— E eu criei uma pervertida um tanto gostosa...— retrucou a loira fazendo com que Ella negasse. — Sabe que é verdade. Até Kim Namjoon. KIM NAMJOON! Até ele concorda comigo. — ressaltou.

— Eu odeio você.

— Não, você me ama e não vive sem mim.

Ella não teve outra escolha senão sorri e mostrar-lhe a língua. Rindo, as duas voltaram a assistir a série abraçadas, vez ou outra trocando pequenas carícias e afagos. Era natural e fácil o relacionamento que as duas mantinham — tão natural quanto café e biscoitos ou azul e branco, suas cores se entrelaçando — , sem pregas, sem amarras e sem cobranças. Ambas eram livres para envolverem-se com outras pessoas, e no fim do dia uma estaria ali pela outra, seja para acalentar as lágrimas seja para compartilhar experiências ou simplesmente para rir dos casos perdidos. Quando o sono abraçou de forma esmagadora as duas, elas limitaram-se a aconchegar-se uma a outra e repousar em uma noite de sonhos — que para Ella foram um tanto pervertidos.
Mesmo de forma inconsciente Kim Namjoon dominava seus pensamentos.

DionysusOnde histórias criam vida. Descubra agora