Chapter Five

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       O restante da semana passou de forma lenta e torturante para a jovem Ella, sempre envolta por montanhas de trabalho acumulado, ela finalmente conseguiu concluir a prescrição da entrevista —  o que lhe rendeu alguns elogios da parte da diretora de redação —, agora restava apenas que os assessores de RM dessem seu aval e a entrevista seria capa da próxima edição, o que não preocupava aparentemente a Mrs. Ann — visto que ela já havia finalizado a edição da revista e enviado para gráfica produzir — boatos corriam que ela tinha um affaire com alguém próximo a RM, não sendo certo dizer quem seria tal pessoa.
    Passava das seis da noite quando Ella finalizou com o último trabalho do dia, finalmente sexta feira havia chegado, trazendo com ela a espectativa e a ansiedade pelo desconhecido. A jovem tentou evitar a todo custo pensar na credencial ainda dentro da caixa em seu quarto, o que certamente fora uma missão falha. Era só olhar os cartões dentro de sua gaveta e ela já se lembrava dele.

   Tentando não pensar nisso no momento, a menina passou seu cartão de ponto e juntando suas coisas esperou pelo elevador que ainda subia. A revista encontrava-se no mais repleto breu, todos já haviam indo embora — exceto por Ann, essa que sempre era a última a sair da revista e sempre da forma mais discreta possível —, quando o elevador chegou e as portas se abriram, um rapaz pálido vestido totalmente de preto e usando boné com máscara saiu, cansada demais para pensar em algo Ella apenas limitou-se a apertar o botão do térreo e esperar que as portas se fechassem. Amanhã seria um novo dia.

[...]

— O que acha desse? — Ella parou frente a tela de seu MacBook segurando um lindo vestido tubinho preto. Pela tela, ela viu Libby balançando a cabeça em discordância, em suas mãos um pote de sorvete. — Seria bem mais fácil se você viesse até aqui Libby.

— Não posso, estou me escondendo do meu vizinho.

— Ninguém mandou você estoura uma bomba de tinta na porta do apartamento dele... Uma hora você vai dar de cara com ele. —  avisou a amiga.

— Uma hora que não será agora, uso as escadas de incêndio. — piscou marota a loirinha e voltou a comer seu sorvete. — Tenta outra roupa. Essa não combinou, não valoriza a sua bunda. — pediu. Resmungando Ella voltou para dentro do closet e buscou por alguma peça descente.

— Não acho nada bom... O que você usaria Libby? — falou colocando a cara para fora do closet.

— Algo sexy. — riu.— Mas você não é sexy, você é gostosamente fofa. — refletiu pensativa.

—  E você é pervertida até por vídeo chamada. — retrucou.— Desisto. Não vou e pronto, eu não preciso desse estresse, tenho dois potes de sorvete e uma máquina de café expresso. — decretou se jogando na cadeira na frente do MacBook.

— Ele chega que horas?

— Ao que tudo indica às 08:00, não sei ao certo se ele realmente vem... — Ella mordeu o lábio inferior.

— Amiga, chega mais pertinho da tela. — Libby esperou que Ella fizesse como havia pedido.— Você vai sair com o homem mais quente que o inferno, numa feira cheia dos pornozão, se você ficar nessa fica difícil. Agarra o boy, beija o boy e descabela ele. Quero saber depois de todos os detalhes. É o mínimo para quem me fez madrugar.— avisou.

— Você só pensa nisso Libby?

— Não, penso em garotos e garotas de biquíni também. — piscou.— Agora levanta essa bunda da cadeira, escolha uma roupa que te deixe se sentindo bem e vá se depilar todinha... É hoje que você anda torta. — mandou um beijo para a amiga e desligou a chamada antes que Ella pudesse dizer algo mais.
  
  Contrariada, Ella levantou-se da cadeira e voltou ao seu closet. Relutante ela passou a arrumar todas as roupas que havia bagunçado, achando em meio a toda aquela bagunça algo que realmente gostasse. Após separar e passar o que era necessário, a jovem seguiu para o banheiro e passou a cuidar atentamente de toda sua higiene pessoal — inclusive de sua depilação, precaução nunca era demais —, tomando o cuidado de estar limpa e perfumada da cabeça aos pés. Quando terminou, tratou de secar suas grossas madeixas — modelando-as em suaves ondas.
    Eram quase oito horas e ela encontrava-se pronta, faltando apenas esperar que Namjoon viesse busca-lá. Ella sentia-se quente e nervosa conforme o relógio andava, um nó havia formado-se em sua barriga, e quando a campanhia finalmente tocou, ela acabou pulando assustada em seu lugar, antes de correr para abrir a porta.

— Oi.

DionysusOnde histórias criam vida. Descubra agora