Capítulo Dezessete

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Lauren  levou quase uma hora para perceber que elas não estavam voltando para o apartamento em Florença. Durante a maior parte da hora, ela se afundou no assento de
passageiro enquanto Karla dirigia. Ela continuava tentando pensar em coisas que queria dizer, maneiras de explicar o que tinha acontecido e o motivo de ter saído do apartamento, mas toda vez que tentava, o que acontecia era que tudo só parecia piorar em sua mente.
Karla dirigia o elegante carro preto com a mesma habilidade implacável que sempre teve,mas havia algo tremendamente controlado sobre ela naquele momento. Dirigia como uma mulher em seu caminho para uma guerra ou uma execução, e em pouco tempo Lauren percebeu que ela não
estava sequer olhando para ela.

Ela respirou fundo. Uma coisa que sabia muito bem era que nada iria melhorar se elas não falassem sobre aquilo.

"Eu não estava deixando você..."

"Eu não me importo", ela reagiu. "Eu não me importo com o que você tenha pensado. Não me importo por que você tomou a decisão de fazer o que fez, e com certeza não me importo com o tipo de desculpas que você precisou elaborar."

Ela se levantou, atingida, olhando para a mulher com dor no coração.

"Você não se importa?"

"Nem um pouco", ela disparou. "Acredite em mim quando eu digo que tive muito tempo para pensar em tudo isso quando estava a caminho de Paris. Eu pensei nisso desde o momento em que me contaram, quando estava no ar e a caminho daquele hotelzinho no fim do mundo onde você foi parar. Tive muito tempo para pensar sobre as coisas, e você tem muita sorte quando digo que não
me importo com as explicações que você poderia me dar."
Ela deve ter feito algum tipo de som porque Karla  olhou para ela.

"Você realmente acha que eu não teria rastreado o cartão de crédito que eu te dei?" Ela perguntou, indignada. "Ou que talvez uma visita a um posto de saúde que não fosse administrado
pela Dra. Brooke não me daria uma ideia do que estava acontecendo?"

Isso pelo menos explicava as coisas, ela pensou, e então tentou novamente.

"Por favor, Camila, você tem que me ouvir", disse ela, lutando contra o desejo de unir aspróprias mãos em súplica.

"Karla!Me chame de Karla!"

"Eu... eu não estava... Eu não estava deixando você, eu só queria me afastar de tudo por um tempo."

"A cobertura onde você mora em luxo absoluto", ela comentou amargamente. "Do negócio no
qual entrou de bom grado, e do qual você tem desfrutado os efeitos desde que veio para a Itália."

Lauren franziu a testa.
"O que você está dizendo, Karla?" Ela perguntou, mas tinha uma ideia de que já sabia.

"Estou dizendo que você decidiu que queria descumprir sua parte no acordo", ela trovejou.
"Ou talvez você tenha decidido que poderia conseguir um valor maior comigo se sumisse da minha vista."

Lauren ficou pálida, digerindo o que Karla pensou que ela fosse capaz de fazer.

"Camz... Karla ... não, eu... eu nunca faria essas coisas."

"Cale a boca." Dessa vez, as palavras dela foram mortais, e aquilo mais do que qualquer outra coisa a fez parar.
A Karla ardente e nervosa era alguém com quem ela poderia ter lidado, gritado até que ela voltasse à razão. Mas esta... esta ela não conseguiria tocar.

Já estava escuro no momento em que ela se arriscou a perguntar para onde elas estavam indo.

"Com licença", ela disse, consciente de que parecia uma colegial educada, chamando a atenção de sua professora. "Para onde estamos indo, por favor?"

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