Capítulo 01

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Eu juro que o professor André é o melhor professor de filosofia do mundo, sério, que tipo de professor diz que vamos usar no máximo 10 folhas do caderno na aula dele, por que ele acha super chato escrever? Ele é o melhor, com toda certeza.

- Então pessoal, eu quero que vocês me tragam apenas uma pergunta, mas não uma pergunta fácil, e sim uma pergunta que vocês acham que não tem resposta, apenas isso, e um bom final de semana a todos.- Ele diz pegando sua mochila.

E convenhamos que ele é o professor mais gato da escola, qual é, 1,85 de altura, cabelo loiro escuro ondulado até os ombros, olhos cor de mel, e um sorriso de acabar com qualquer garota, eu ainda vou casar com ele, e nossos filhos vão ser lindos, e um estranho vai nos parar na rua e falar "Nossa, como vocês tem filhos lindos, assim como os pais". É sério.

- Está pensando no seu futuro com o professor de novo, Reb?.- Diz Bia, minha melhor amiga.

- É tão óbvio assim?.- Eu sussurro para a mesma que da risada.

- Da pra ver sua baba escorrendo.- Ela diz apontando para minha boca, e eu passo a mão na hora a fazendo rir ainda mais.

- Você é uma cobra.- Digo me levantando com minha mochila e ela tenta imitar o barulho do guizo de uma cobra.

(...)

- Vai sair hoje?. - Bia diz quando já estamos perto de minha casa.

- Vou sim, do quarto para o banheiro e depois para a cozinha.- Digo como se fosse óbvio, qual é, hoje é sexta-feira, melhor dia da semana para maratonar séries.

- Você é uma escrava da Netflix.- Ela diz parando e olhando para algo atrás de mim.

- Eu prefiro ser escrava do Netflix do que ir para as festas ficar se esfreg...- Antes que eu termine a frase que sempre falo a Bia a mesma coloca a mão na minha boca.

- Quem é aquele filho de Zeus, maravilhoso.- Ela diz apontando para a casa ao lado da minha que a uns três meses estava a venda.

Me viro e olho para o enorme caminhão de mudança em frente a antiga casa dos Adams. Logo vejo uma mulher de cabelos negros entrando e saindo e falando para uns homens onde colocar seus móveis, ao lado dela eu reparo que tem um garoto de no mínimo a minha idade segurando uma caixa enorme, ele parecia impaciente e logo que pode entra dentro da casa com a caixa.

- Eu também não sei.- Digo ainda olhando a quantidade de caixas e móveis saindo do caminhão.

- Pega o número dele pra mim.- Bia diz piscando pra mim e vai em direção a sua casa, que no caso é na esquina de baixo.

- O que você está fazendo ai?.- Digo para minha mãe, a mesma está grudada na janela da cozinha olhando para os vizinhos.

- Temos vizinhos novos.- Ela diz sorrindo e balança as mãos no ar.

Minha mãe sempre adorou vizinhos novos, nunca vou entender, ela pode estar de mau humor, é só aparecer alguém diferente que a mesma fica feliz imediatamente.

- Bia e eu vimos, eles tem muitos móveis. - Digo me debruçando sobre a pia como ela para olhar pela janela.

A mulher do quintal ao lado nôs vê e acena repetidamente assim como minha mãe.

- Pegue a torta da geladeira, vamos dar as boas vindas.- Minha mãe diz tirando seu avental vermelho.

- Mãe, eu não quero ir, preciso falar com o Pedro pelo Skype, daqui a pouco a aula dele começa e nós não nos falamos a quase tr..- Antes que eu termine de falar minha mãe tampa minha boca.

Por que caralhos todo mundo faz isso?

- Você vai comigo Rebecca, sem mais sem menos.- Ela diz me olhando seriamente e logo volta a sorrir. - Vamos.

Eu mal larguei minha mochila no chão e fui arrastada pela minha mãe. A sua torta de amora estava tão cheirosa, não acredito que ela irá dar a minha torta favorita para pessoas que ela nem conhece.

- Olá, eu sou Fernanda, e essa é minha filha Rebecca.- Minha mãe diz quando chega perto da mulher, e a mesma a puxa para um abraço.

- É tão bom saber que temos pelo menos uma vizinha educada.- A mulher diz sorrindo.- Eu sou Lisandra, é um prazer conhecer vocês.

Após isso começaram a conversar como se conhecessem a séculos, eu não entendo elas. Lisandra diz para entrarmos quando os seus móveis infinitos acabam e o caminhão da mudança vai embora.

Eu estou quase comendo essa torta de amora sozinha, já que não me encaixo nos assuntos das mulheres com idades entre 35 e 40 anos a minha frente no sofá.

- Quer dar uma volta pela casa querida?. - Lisandra diz olhando para mim e eu apenas concordo.

Essa casa é o dobro da minha, caramba, quanto dinheiro. 4 quartos? Ok, talvez essa casa seja o triplo da minha. Eu já entrei aqui na época dos Adams, mas não me lembrava de todos esses quartos.. E ainda mais de um com porta preta? Como assim.

Bem, Lisandra disse que eu podia olhar, não definitivamente, mas disse, então não vai fazer mal se eu entrar rapidinho.

Porta preta, paredes cinzas com quadros de filme e sagas, uma estante cheia de livros com variados gêneros, quarda-roupa enorme com um espelho que o cobre por inteiro, cama de casal com edredons escuros e um criado mudo com uma escultura de Teen wolf. Estou pensando seriamente em pedir para Lisandra se posso passar o resto da minha vida aqui. Ouço um barulhos fora do quarto, será que alguém ainda está arrumando os móveis aqui? Bem, isso não me interessa no momento.

Uma estante com câmeras? Ok, Lisandra me adote por amor a Zeus, eu não posso me conter, preciso, necessito toca-las.

Talvez, só talvez eu tenha uma paixão por câmeras. Começo e passar a ponta do dedo pelas lentes de contato, não estou afim de quebrar nenhuma e ter que pagar.

Pego a mais linda de todas, que no caso é uma azul clara delicada, Ok Rebecca, não quebre, por amor de Zeus, essa coisinha é mais cara que minha alma.

Câmeras são tão lind...

- Quem diabos é você?. - Uma voz rouca diz atrás de mim, e eu me viro rapidamente me deparando com uma obra de Zeus..

Entre Tortas e SorrisosOnde histórias criam vida. Descubra agora