Prólogo

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Prólogo

 

Matosinhos, Portugal

Janeiro de 2012

Triste. Assustada. Sozinha. Abandonada. É assim que me sinto, fechada nestas quatro paredes. Agora compreendo o quanto os idosos sofrem no meio de tanta solidão. Longe vão os tempos em que me sentia como uma celebridade, em que as festas e os telefonemas eram comuns no meu dia-a-dia. Mal acordava, ficava logo cansada e entusiasmada pelo dia que se seguia. Ora ia às compras, ora ia passear pelas ruas da cidade, sendo que às vezes uma praiazita não me fazia nenhum mal. Esses dias acabavam sempre com saídas aos bares com os amigos.

Agora olhem para mim. À miséria que cheguei. Estou internada a apenas um mês e já estou farta de aqui estar, já para não falar que não vejo melhorias no meu estado. Sinto-me cada vez mais como se estivesse em decomposição. Mas bem, não estou aqui para dizer o quão frustrada da minha vida, chega de gritar (pois nunca ninguém me ouve, por mais alto que berre), estou farta de lutar contra os fantasmas da minha vida, estou farta, farta…de tudo.

Por mais que queira, sei que a minha vida nunca mais será igual. Será como um trapo, cheio de buracos que por mais retalhos que pusermos, nunca ficará como quando o compramos. Assim será a minha vida, mas agora o que importa é: isto foi a minha vida.

O meu nome é Diana, tenho vinte e cinco anos e esta é a minha história.

 

 

 

 

 

Uma Vida (Des)complicadaOnde histórias criam vida. Descubra agora