O irmão do meu melhor amigo•• Nash Grier ••

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Folheio um livro qualquer sem prestar muita atenção no conteúdo. Hoje é um dia que eu desejo fugir de todos, não sei se conto o ocorrido para minha melhor amiga, se manterei segredo de Has e até mesmo minha irmã.

Não sei como dar conta da situação, preciso pensar, minha sessão de terapia é sexta-feira e ainda estou na segunda, será uma longa semana e com certeza terei de encontrar mais lugares para me esconder. No momento, estou no fundo da biblioteca da escola, na seção de ficção científica, quase ninguém vem visitar então acho que estou à salvo.

— Eu te procurei por toda a escola, parece que está fugindo de mim!– Hannah, minha melhor amiga chega exclamando e vejo que não estou tão à salvo assim.

Ouvimos um "shh" assim que minha melhor amiga termina de exclamar, é impressionante como o "shh" da bibliotecária consegue ser alto.

— Está fugindo de mim, Sarah? Hayes disse que era para você encontrar com ele no portão e não foi, depois ele ficou te procurando feito louco e nada, está o evitando também? o que está acontecendo?– pergunta normalizando sua voz, que não é tão alta assim, e uma pitada de afobação surge em seu modo de falar e até mesmo olhar.

— Hannah... eu... sim, estou fugindo de vocês, na verdade o plano era fugir até o dia da minha terapia onde eu decidiria junto com a terapeura o que fazer.– Confesso, não consigo mentir para ela.

Ela solta um suspiro longo como se estivesse pensando no que fazer, minha melhor amiga é como um robô, ela trava às vezes e não se acanha em esconder isso, vejo ela se abaixar e sentar de frente para mim com suas pernas cruzadas.

— É grave nesse nível?– pergunta e assinto— se não quiser conversar sobre isso, tudo bem, eu espero você encontrar com sua terapeuta, mas se estiver muito pesado para  manter isso durante uma semana para si, então pode me contar, eu não vou te julgar.

Me oferece um sorriso ladino que me incentiva a o fazer também sem sequer notar.

— Eu vou... escrever. Para você. Em texto. Mensagem de texto. Não quero correr risco de outra pessoa saber o que aconteceu, mas contar para você vai me fazer sentir muito melhor.– Explico.

— Tudo bem...– leva sua mão até o bolso da frente de sua mochila, tal que está em seu colo, e pega seu celular.

O meu estava no chão quando peguei, comecei a escrever e não consigo dizer quantas vezes apaguei, mas foram muitas. Não consigo decidir o que é necessário e o que não é, menciono a conversa que tive com Nash mais cedo também e depois de alguns muitos minutos a mensagem está pronta.

Respiro fundo e envio, desligo meu ecrã e fecho meus olhos, minha cabeça vai de encontro com a parede a qual estou escorada e começo a bater meu pé ansiando pelo momento em que ela terminaria e comentaria sobre

Consigo ouvir algumas reações suas, o que deixa minha garganta queimando ainda mais.

— Sarah...– me posiciono reta novamente e observo seu rosto mascarado por uma expressão chocada.

Vejo sua mão se estender e pousar sobre meu ombro, ela desce meu braço, encontra a minha e aperta forte. Sua boca se abre algumas vezes, mas novamente suas palavras foram embora, mas consigo sentir o quão ela quer me apoiar, minha amiga odeia contatos físicos e aqui está ela, segurando minha mão. Seu ato em seguida me surpreende mais ainda, ela me abraçou e mesmo que desajeitada pela posição desfavorável, retribuo sentindo segurança.

O abraço não precisa estar confortável, porque eu sei quanto custa para ela um abraço e ela ter me dado um na falta de palavras já me deixou muito melhor, como se apenas sensações boas existissem agora.