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Termino de calçar meu par de meias e instantaneamente comodidade percorre meu corpo, está caindo um dilúvio ao lado de fora e para mim é assim, choveu, calcei minhas meias.

Levanto da minha cama e sigo para fora de meu quarto, no caminho pegando minha escova que estava em cima da penteadeira, já sequei o meu cabelo após o longo banho enfervecido que tomei, agora só me resta pentear o muco para me ver livre de cuidados pessoais.

Sigo até a cozinha desembaraçando meu cabelo, não preciso estar lá para sentir o perfume redolente de comida e ao chegar vejo minha irmã mais velha preparando tal.

— Isso, escrava, cozinhe para mim!– ordeno e imediatamente ela me olha sobre seu ombro, que contém um pano pendurado, com um olhar ameaçador.

— Sabe essa mão aqui– ergue a mão que tem livre, já que a outra tem uma colher de pau, para fazer uma menção melhor— Então... ela está doida para entrar em contato com seu rostinho bonito.

— Agressiva...– comento e me sento no balcão— onde estão nossos pais? e nossa irmã?– questiono notando o sossego pairado sobre essa casa.

— Por que você nunca lê os bilhetes e programações que colocamos na geladeira? é só ler, Sarah. Hoje é aniversário de 30 anos de casados deles, eles foram jantar e Trixie vai passar a noite com aquela chatinha do final da rua.– No início dramatiza mas logo se rende a sua vontade de responder.

Sua atenção logo está pregada sobre as várias panelas no fogão, nem me dou ao trabalho de perguntar se quer ajuda, já que todos odeiam meu envolvimento com a cozinha. Não é que eu cozinhe algo impossível de ser comido, mas não são comidas saborosas como a da minha irmã e da tia Liz e além do mais, faço muita bagunça, tal qual as deixa irritadas de cozinhar no meio.

— Ah sim...– respondo um tempinho depois enquanto assinto— posso... Hannah pode dormir aqui hoje?– pergunto.

— Sem problemas. Pode sim. Tem algum problema se Nash passar a noite por aqui também?– pergunta.

Noto algo estranho, ela parou seus movimentos com os braços e ficou olhando para frente, dando seu foco totalmente a minha resposta, tem caroço nesse angu.

— Ah... pode sim, claro. Quero dizer, por que está me perguntando? você é a mais velha e manda aqui e ele é seu melhor amigo, é claro que pode, não me incomoda nem um pouco. E... o que eu quero dizer é que: tudo bem ele vir.– Me atrapalho na resposta por já saber o motivo da perguntar e sentir o medo do assunto intensamente.

— Pretendia deixar em segredo de mim durante quanto tempo mais?– pergunta, ela tampa uma panela e tira outra do fogo e não tarda em se virar de frente para mim e apoiar seu quadril na pia, seus braços se cruzaram e sinto um frio só de analisar seu encarar severo.

— Ahm... não sei eu...– me interrompo e em menos de dois segundos formulo como gostaria de lhe explicar— eu não sabia o que fazer sobre tudo isso e de verdade, esperava poder segurar até sexta-feira, minha consulta com a terapeuta, mas durante esses três dias eu pensei bem e fiz prós e contras de contar para uma lista de pessoas às quais eu confio muito, você estava na lista e só tinham contras, o contra mais forte é o fato de você ser melhor amiga dele e eu não querer lhes deixar com uma má relação quando nem eu estou de mau com ele, já conversamos sobre, meu dilema interior é apenas lamentar por ter perdido a virgindade e só sentir a dor já que não lembro de nada. Sem contar que
... é vergonhoso.– As palavras vão saindo rapidamente pela minha boca e quando vejo já terminei.

— Tudo bem, você tem razão. Quando ele me contou eu tive uma conversa onde eu defendia ele e puxava a orelha dele e pretendia ter uma conversa parecida com você, mas vejo que você já deu puxões de orelha o suficiente em si mesma. Então papo de irmã mais velha– quando vao começar a interrompo:

O irmão do meu melhor amigo•• Nash Grier ••Onde histórias criam vida. Descubra agora