O irmão do meu melhor amigo•• Nash Grier ••

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Acordo com peso sobre minha barriga e quando decido abrir os olhos posso ver o que é, o braço de Hannah está estirado sobre mim, suspiro levando uma mão até meus olhos e os esfrego, um de cada vez, para enxergar de maneira mais nítida.

Ficamos até altas horas conversando sobre conspirações do universo, nossas vidas, nossos sentimentos, fofocas e provavelmente mais assuntos que não posso listar agora porque não me lembro, isso sempre acontece quando ela vem passar a noite. Somos duas tagarelas que nunca acham alguém disposto a nos ouvir, que bom que temos uma a outra.

Levo a mesma mão, que é a única que tem os movimentos desbloqueados, a esquerda, até o braço de minha amiga, quando consigo tirar o mesmo e jogar em cima de sua própria barriga, ela joga seu corpo em mim, me fazendo bufar como reflexo.

— Hannah...– chamo tentando jogar seu corpo para o lado— deixe me sair... Hannah...– chamo novamente e ela resmunga palavras inintendiveis.

Vejo que a força que não estou usando não é o suficiente, então concentro mais força e vejo que exagerei quando a mesma está ao chão. Levanto meu tronco com rapidez e engatinhando na cama vou até o lado em que ela está.

A mesma já está sentada, uma de suas mãos está em sua nuca e a outra em seu joelho, ambas massageiam o local em que estão. Completo um perfeito "o" com os lábios e ela ergue sua cabeça, quando me vê, seu cenho franze, sua expressão é enraivecida e a mão que estava em sua nuca vai até meu criado mudo, lá ela pega meu abajur que saí da tomada com sua força e começa a se levantar.

Entendi a deixa, devo correr e assim faço, vou em disparada para fora de meu quarto.

— Vem, Sarah! Seja corajosa e assuma a consequência do seu ato! Covarde!– grita atrás de mim.

Eu poderia parar de correr e receber uma porrade de abajur logo, seria mais fácil, mas conhecendo bem minha melhor amiga, ela irá cansar e enquanto descansa, esquecer, sem contar que: nada melhor do que uma corrida matinal para iniciar o dia.

Fecho meus olhos por cinco segundos enquanto gargalho e minha distração resulta em um impacto meu com alguém, assim nos levando até o chão, eu em cima, pessoa em baixo.

— Se queria um quarto round, poderia pedir de maneira mais discreta.– Nash comenta e bufo. Mais uma bufada e vou me sentir um touro.

Ao abrir os olhos, tento adivinhar qual tipo de peça o universo está tentando pregar em mim.

— Qu-quarto? ah... tira sua mão da minha cintura agora!– ordeno e ele ri— é sério! eu quero me levantar e manter distância de você o mais rápido possível.

— Cena forte demais para menores, feche os olhos Hannah!– Evie ordena e varro a sala com meus olhos para encontrá-la. Ela está no final da escada.

— Ah... poxa, está tão casal vinte.– Comenta e ao achar minha melhor amiga com a visão, a encaro perplexa.

— O que?– bato no peitoral de Nash, fazendo com que ele me largue e levanto.— O que vocês estão dizendo? estão se ouvindo?– intercalo meu olhar entre as duas— ele tirou minha virgindade!– grito.

— Achei que já haviamos passado dessa conversa– ouço Nash. Já em pé, o mesmo possuí um semblante com uma mistura de ofendido e enfurecido— não dá para eu roubar algo que você me deu, Sarah! troca a fita!

— Entende o quão babaca isso foi?

— Babaca é você dizer que me perdoa, por uma coisa que eu não fiz sozinho, falar que já estava tudo normal entre nós e dar um piti toda vez que eu me referir a você.– Rebate.

— Babaca é todos vocês tratarem isso como algo banal!– Respondo apontando para os três.— E no fundo vocês sabem disso.

Me retiro às pressas de lá. Realmente eu surtei e sei que não deveria, mas toda vez que eu lembro que algo tão precioso, algo que eu guardei durante muito tempo, por escolha, foi embora desta forma, meus nervos se agitam.

— Ei... – ouço a voz de minha irmã, o que é o bastante para que eu retire minhas mãos que cobriam meu rosto do mesmo e olhe na direção da porta.

O cenário é: eu sentada à ponta da minha cama e Evelyn na porta de meu quarto.

— Sabe que estávamos apenas brincando, não sabe?– pergunta e engulo em seco, quero dizer tanta coisa mas no fundo sinto que já está saturado, que é um assunto que já passou e que as pessoas não aguentam mais tantos surtos.

Tem vezes que eu tento me convencer de que estou em meu direito, porque é de se desesperar diante às circunstâncias, porém em outras vezes eu penso que deveria esconder tudo isso e levar a vida como normalmente, esses meus dois lados ficam brigando dentro de mim para ver quem oprime mais o outro.

Parando para pensar agora, esse meu surto foi vergonhoso mas eu sequer percebi o que estava fazendo até ter feito e sentado nesta cama com as mãos sobre o rosto.

— Não estou pronta. Não estou pronta para que isso seja tratado como algo sem importância. Não estou pronta para falar sobre meus sentimentos e principalmente com você. Não quero alguém que vise as duas partes da história, quero alguém que me defenda e me dê razão para eu chorar em paz!– exclamo e me jogo para trás. —Eu odeio ele! odeio ele por não ter culpa! odeio ele por eu ter que mentir para meu melhor amigo! odeio ele por ser ele! odeio ele por soltar sapos em todos os meus chás de princesa quando eu tinha 8 anos!– termino minha declaração e minhas mãos pousam sobre o topo da minha cabeça.

— Ei...ei...– corre até minha cama onde senta ao lado de minha cabeça e começa a acaricia meus fios— Calma... calma, canarinho. Eu consigo imaginar o quão difícil de digerir isso está sendo para você, porque eu te conheço e infelizmente não posso ser essa pessoa que vai defender apenas você, mas sim, eu posso te apoiar, apoiar a maneira como seus sentimentos levam para aliviarem e estar aqui por você.– Ao terminar, um líquido quente desceu sobre meu rosto e lá estava eu, me desfazendo em lágrimas.

— E...– continua falando— posso te dizer que esse sentimento que você sente por ele não é ódio, na verdade passa longe de ser ódio e eu não sou a única que perce...– corto sua frase na hora:

— Não, não, não, não! – me levanto— obrigada por todo o apoio, você me fez chorar, obrigada!– agradeço limpando as lágrimas— tá bem, podemos terminar por aqui, preciso de um banho quente, avise à Hannah que vou tomar banho e vá fazer sala para sua visita.

Entro em meu closet sem lhe dar chances de nada.

* * *

Capítulo um pouco menor para dizer que sinto muito pela demora, tive atolada em exercícios escolares e também não tive um tempo de silêncio para escrever, então atrasei.

Como foi a leitura de vocês?

Para vocês Sarah está certa nesta quantidade de surtos ou já está saturada?

Favoritar e comentar é uma ajuda para mim, então por favor, o fação!💖

– Tia Narcisuss🌼