× III ×

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Terça Feira | 14:46 da tarde, Empresa De Joias Styles.

- Atenção todos! – Liam gritou mais uma vez. Aquela discussão estava acontecendo desde que Harry havia chegado na empresa. – Por maioria, decidimos que deixaremos a beta, Johannah Tomlinson, em seu atual cargo, tendo uma diminuição durante dois meses de 40% de seu salário, retirando o bônus adicional de fim de ano. – Os acionistas se calaram perante a voz alta e máscula de Payne, que continuou seu discurso. – Sendo retirado dela, temporariamente, qualquer privilégio dentro desta empresa no período de um mês.

- Ótimo discurso, Payne. – Harry levantou-se de seu lugar. – Ed, vá até onde Johannah está, e lhe diga que a quero aqui, agora! – Ed se levantou e andou rapidamente até a porta. – Aliás, mande-a vir com um pedido formal de desculpa.

- Sim, Sr. Styles. – Sheeran logo sai pela grande porta de madeira lisa.

- Os acionistas estão mais calmos, e nós já apresentamos o real projeto, senhorita Tomlinson já está para chegar, esta reunião está em decorrer desde manhã, não acha que depois de Sr. Johannah terminar aqui, poderiamos ir almoçar? – Liam cochichou para Harry que sorriu e assentiu.

- Sim, claro.

Harry, Liam e Ed estavam em um restaurante qualquer perto da empresa. Comendo e tomando um bom vinho...

Já se passavam das três e meia da tarde quando finalmente eles terminaram a reunião.

Harry quando viu a tal Johannah Tomlinson, viu que já era uma mulher com uma idade um pouco mais acima que a sua. E reparou em seus olhos, lindos e redondos olhos azuis.

- Harry! – Liam o sacudiu.

- Que droga...? – Harry perguntou vendo Ed o olhar preocupado.

- Nós estávamos te chamando, mas você não respondia. Aconteceu algo? Você pareceu meio distante o dia todo, estamos preocupados. – Ed falou passando a mão pelos fios ruivos.

Harry pensou, se ele contasse aos seus amigos que logo, logo sua marca estaria na pele de algum ômega, e que também sentia que logo, logo iria ter marcas de caninos de algum ômega em seu pescoço, o quão bizarro eles achariam? Optou por fazer uma pergunta besta... Nem tão besta assim.

- Vocês sabem qual é minha cor preferida? – Harry tentou perguntar de forma calma.

- Claro, somos seu amigos... É cinza. – Ed voltou a falar, que pergunta mais sem noção era aquela, pensava o ruivo.

- Uhm, então, vamos supor que de um dia para o outro minha cor preferida mudasse, o que vocês tem a dizer sobre isso? – Liam olhou para o ruivo a seu lado e logo olhou para o cacheado em sua frente.

- Dude isso seria algo muito estranho. Isso só poderia ser por duas coisas, ou você viu essa cor em algo que você simplesmente gostou, ou são aqueles tipo de coisa como ligação de sonho. Você viu essa cor em seu sonho, ou algo do tipo?

- Não...

Louis estava pegando algumas roupas e enfiando-as dentro de sua bolsa, seu pai estava dormindo e já era mais ou menos sete da noite.

Seu corpo estava todo machucado, ele tinha certeza que alguma coisa estava torcida ou quebrada.

Choramingou ao colocar sua mochila em seus ombros, pegou seu celular, um modelo ultrapassado, pegou seu carregador e saiu de fininho de casa.

Ele não estava acreditando, ele estava mesmo fugindo.

Ele se perguntou para onde poderia ir, era menor de idade poderia pedir abrigo em algum orfanato ou casas de doações.

Ir para a casa de sua mãe estava fora de cogitação, ir para a casa de Niall? Não, seu pai sabia que eles eram muito próximos.

Louis correu pelas vielas escuras tentando encontrar um abrigo para aquela noite. Mesmo com seu corpo dolorido e suas pernas tremendo ele não desistiu e continuou correndo.

A noite caia mais e mais, trazendo com ela um terrível frio. Seu queixo estava tremendo e seus dentes já doiam de tanto que se batiam.

Sem mais forças para andar ele parou perto de um beco... Mal sinal, Louis escutava passos se aproximando.

Três alphas e dois betas. Todos homens.

- Olha só o que temos aqui. Um ômega. – Louis sentiu todos eles perto de si, a dor em seu corpo era tanta que ele nem conseguiu se pôr de pé.

- Por favor... Me deixe ir. – Louis, com um pouco de esforço e se encostando na parede, se levantou.
Os alphas tinham um porte másculo porém os betas não ficaram para trás. Eles eram assustadores.

Um deles chegou perto de Louis sentindo seu cheiro.

- Que porra... Você cheira a beta! – Um dos alphas disse. – Mas isso não lhe faz menos ômega. – Sorriu chegando mais perto, Louis calculou um pouco, se jogasse sua bolsa neles e corresse para a direção contrária chegaria a pista principal. – Só lhe faz uma puta...

Louis ao ouvir aquilo, ignorou a dor e jogou a bolsa nos três alphas que, com o susto, caíram por cima dos betas.

Louis não perdeu mais tempo e correu o mais rápido que seu corpo poderia aguentar naquele momento.

Passou por uns becos e mais algumas lojas, até que finalmente conseguiu chegar na rua principal, ele já havia caminhado tanto, corrido tanto e chorando tanto que seu corpo não aguentava dar mais um passo sequer.

O tráfego estava calmo, muito estranho para um dia de semana. Louis via sua visão ficar embasada conforme tentava chegar ao outro lado da pista sem ser atropelado.

Viu o momento perfeito e tentou atravessar, seu corpo não aguentou a dor e o peso de todos os seus músculos e acabou por simplesmente cair no asfalto frio e duro da pista.

Biiiiiiiiii.....

- Garoto! Ei, acorda! – Tudo o que Louis viu depois daquilo foram orbis verdes...

- Flores? – Louis perguntou, mas logo em seguida desmaiou.

Half a Heart • ABO [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora