× V ×

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- Sr. Styles?

Louis viu a cabeleira cacheada movimentar-se.

- Sente-se. – Harry disse ainda de costa, não imaginava que, apenas com sua voz, o pequeno e até então desconhecido ômega poderia lhe deixar paralisado.

- Sim, senhor. – Louis andou até o sofá que estava ao lado da poltrona onde Harry se encontrava. Ele não ousou levantar sua cabeça, ele não queria ter que encarar o homem que lhe viu em um estado tão deplorável.

- Como é seu nome? – Harry usou um tom calmo, não queria machucar aquele garoto. Ele tinha algo que Harry não sabia o que era, mas seja lá o que fosse essa coisa estava mexendo com todos os nervos do alpha.

- Louis, senhor, Louis William. – Tomlinson achou que suas mãos eram as coisas mais legais naquele momento.

- Não acha que me deve uma explicação? – Harry olhou para o menor, seus cabelos castanhos estavam perto do ombro, aquilo definitivamente, não era nada legal para ele. Era muito claro que o ômega ficava melhor com um cabelo mais cortado.

- Desculpe-me senhor, eu não quero falar sobre isso. – Louis se remexeu no sofá, desconfortável com o rumo daquela conversa.

- Sinto muito. – Styles usou um tom muito mais baixo que o normal. Tomlinson se arrepiou pensando em como alguém poderia ter uma voz tão sexy. – Como está seu braço? Aliás, como está seu corpo?

- Estou bem. – Ao perceber a preocupação de Styles, Louis decidiu levantar a cabeça...

Ahn...?

Quem deixou as janelas fechadas? Ninguém? Que calor era aquele?

Louis pensou que aquele era o homem mais lindo que ele já havia visto em toda a sua existência.

Cabelos em um topete meio bagunçado, maxilar quadrado, boca carnuda e incrivelmente vermelha, nariz fino e alongado e... Ah, Louis os viu, as perfeitas e redondas esmeraldas de Styles.

- Flores...? – Louis falou.

Os olhos do homem a sua frente pareciam com flores desabrochando. O ômega sentiu um calor ainda maior em seu corpo.

Controle-se, controle-se, ele é o homem que lhe salvou.

Louis repetia para si. Ele nunca havia deitado com algum homem além de seu pai.

Com o tempo, Louis aprendeu a controlar seu cio... Ou pelo menos reduzir seus efeitos.

Harry travou seu maxilar, droga, ele havia sentido o cheiro dele?

- Sr. Styles? – Louis por um minuto esqueceu o calor de seu corpo apenas para ter força suficiente para chamar o homem.

- Acho melhor você subir. – Louis encolheu-se com o tom grosso e profundo do alpha.

Tomlinson subiu as escadas correndo. Em seus dedos contou os dias e algo estava errado, seu cio tinha passado havia apenas três semanas. Então o que explicava aquele calor anormal?

Sentiu seu rosto corar furiosamente quando sentiu sua entrada ficar molhada e seu pênis ereto.

- Não, não... Por favor, não. – Louis caminhou até a cama, deitou-se e a todo custo tentou dormir. – Por favor me deixe dormir. – Choramingou ao sentir seu pênis pulsar, implorando para ser tocado.

Tomlinson começou a pensar nas coisas mais broxantes que podia. Nada mudou.

Pensou em Niall, e logo bateu uma saudade de seu loiro oxigenado favorito.

Ele chorou pois não fazia a menor ideia de onde estava, sabia que o local era grande, mas onde ele estava?

A ereção aos poucos foi diminuindo e seu perfume natural foi se dissipando no ar.

Depois de tanto chorar por medo do que viria a seguir, o pequeno Tomlinson, finalmente conseguiu dormir.

Harry estava andando de um lado para o outro dentro de seu quarto, no meio de suas pernas tinha uma enorme (e dolorosa) ereção.

- Vamos mãe, atenda! – Falou para si quando já estava na quinta tentativa, seguida, de ligar para sua mãe. Não resultou em nada. Mais uma vez!

- Harry, o que houve? Seis ligações? Você está bem? – Anne perguntou. Já era raro Harry lhe ligar, ainda mais seis vezes seguidas.

- Mãe, por favor, vem pra cá. – Pediu choroso. A pose de machão se foi quando sentiu seu pênis doído dentro da calça.

- Me responda, o que aconteceu? – Anne estava fazendo vários barulhos, provavelmente se trocando. Ela estava no banho.

- Acho que estou a ponto de enlouquecer. Eu não tenho certeza, mas acho que finalmente encontrei meu parceiro destinado. Mãe, vem pra cá, eu não quero entrar no quarto que ele está e acabar fazendo algo que eu vá me arrepender. E eu nem tenho certeza se é ele! – Harry continuava dando voltas e mais voltas no quarto. Hora ou outra ele acabaria por rachar o chão.

- Vou terminar de me trocar, peça ao Mike para vigiar a porta do quarto desse garoto. – Anne quase gritou e logo em seguida desligou.

Harry jogou o telefone em cima da cama e desceu as escadas correndo. Chegando na cozinha viu Alfred e Mike conversando sobre algo bem aleatório.

- Mike! – O garoto que, no dia anterior estava loiro, agora estava com os cabelos meio roxo com mechas verdes, virou-se e logo tapou a boca.

- Sr. Styles, por que você está excitado? – Harry se bateu mentalmente por esquecer a causa de sua dor.

- Preciso que vigie o quarto do Louis, em nenhuma hipótese eu posso chegar perto dele. Deixei claro? – O garoto não entendeu nada, mas afirmou, deixando de lado suas tarefas e subindo as escadas.

- Mr. Styles, aconteceu algo? – Alfred perguntou. Harry viu ali uma oportunidade de saber alguma coisa.

- Alfred, você sabe de alguma coisa sobre Parceiros Destinados? – Perguntou sentando-se na frente do homem de pouco mais que quarenta anos.

- Ora, sim...

- Conte-me tudo o que sabe, eu imploro. – Alfred arregalou os olhos, nunca ouviu seu chefe falar daquela forma, tal forma tão desesperada.

- Parceiros Destinados são alphas e ômegas que nasceram com o destino traçado, eles geralmente são de linhagem pura ou filhos de betas. Não é lenda e muito menos um conto de fadas, parceiros destindos têm seu lado ruim também. Os ômegas sofrem com um calor enorme, parecido com o cio, mas são incapazes de se satisfazerem sozinhos. Os alphas tem algo parecido, como se fosse um rut, mas eles nem ao menos congitam em se tocar. – Harry arfou, ele realmente não pensou em se tocar quando estava sozinho em seu quarto. – Os alphas quando longe de seu parceiro tendem a terem problemas como dores de cabeça fortes, ou até mesmo desmaios. Mas isso somente em distâncias realmente longas como, o ômega está em uma cidade e o alpha na outra, em caso de distâncias maiores como continentes pode levar a morte de um, ou dos dois.

- E como faço para parar tudo? Não há como se livrar de um par destinado? – Harry perguntou passando as grandes mãos em seus cabelos.

- Se livrar? Não há como. Se você matar seu parceiro isso o levará a loucura, uma insanidade que até mesmo a ciência é incapaz de curar ou diminuir.

- E a mordida?

- Os ômegas destinados sem uma mordida podem ter sérios problemas. O perfume natural deles aumenta em dez vezes, qualquer alpha normal poderia abusar dele sem ao menos pensar duas vezes.

- Mas tem como diminuir o cheiro?
- Claro, inibidores normais podem ser usados, mas há um específico para esse caso. Você pode encontrar ele em qualquer lugar.

- Por favor, Alfred, vá comprar quantos inibidores puder. – Harry tirou de sua carteira duas notas de cem dólares.

- Sim, senhor.

Harry tinha acabado de perceber...

Porra, eu tenho que marcá-lo!

Half a Heart • ABO [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora