Próxima parada: Helston

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Brad e Jéssica se entreolharam, Jéssica sacou a pistola junto a Brad, os dois se esconderam em lugares diferentes e esperaram. Era possível ouvir o ressoar dos passos pesados pelo piso de concreto, o som das botas com um solado sólido constante. Havia mais, mais de um homem.
—Procurem por toda parte, eles estão por aqui.
A voz do homem era familiar para Brad, sim, ele já tinha ouvido aquela voz...o homem que invadiu sua casa, o moreno com uma cicatriz na têmpora, ele trabalhava para Jéssica, porém ela era procurada agora por não seguir ordens de seus superiores e ainda estar ajudando um Ômega, que seria o Brad, alvo de uma organização que faz experimentos com essa "raça" de super humanos.
O ressoar dos passos sobre o concreto deixavam os dois ainda mais tensos, Jéssica fixava seus olhos azuis em Brad, visivelmente nervoso esperando algum plano da garota. Os dois estavam por trás de paredes diferentes e de cômodos diferentes, pois o bunker havia no mínimo uns seis cômodos com armamentos postos por Jéssica e equipamentos tecnológicos. Pelo som dos trajes pesados estavam armados, o som de armas sendo destravadas. Brad aperta os dedos fortemente no cabo de sua faca esperando que qualquer momento alguém passaria por ali para ele matar instantaneamente, mas Jéssica negou com a cabeça, fez sinal para ele enquanto mexia os lábios formulando palavras "Sem mortes", lentamente Brad assente com a cabeça e guarda a faca. Jéssica retira uma granada de fumaça tranquilizante para dormir, esperou que os homens passassem então pegou um pelo braço retirando a arma do mesmo, Brad por sua vez chutou a canela de um retirando sua arma em seguida, ele apontou para os homens enquanto Jéssica apontada para o homem moreno logo atrás deles.
—Para trás, ou eu atiro. —Falou Jéssica apontando para a cabeça do homem.
—Qual é Jéssica, vamos entregue a arma e venha conosco.
—Nem pensar, para trás!
—Pare com isso, você não irá atirar em mim.
Jéssica então abaixou a mira e atirou na perna do homem, ele grunhiu e se debateu segurando a própria perna enquanto o sangue jorrava borbulhante e quente. Jéssica foi rápida, chutou o homem retirando a arma dele e apertando o pino para que a munição da pistola saísse e então jogou a arma para o canto.
—Vadia!
—Fui bonzinha, um pouco mais acima e você nunca mais andaria, fica quietinho ou te faço mais uma cicatriz, daquelas feias. Alguma gracinha e eu te deixo paraplégico tão rápido que nem vai saber como era a sensação de ter pernas, a não ser por agora.
Chamou Brad com a cabeça e o mesmo passou sem tirar os olhos da mira da SCAR-L do militar, então ele saiu, Jéssica tirou o pino da granada e jogou neles, correu para fora do bunker junto a Brad e fecharam a porta rapidamente. Eles iriam dormir por um longo período de tempo.

[...]

No carro, Jéssica dirigia enquanto Brad analisava a arma que roubou.
—Não estão proibidas por essa área?
—Para militares não, eles tem autorização do governo para usarem em operações especiais, tipo a minha, mas eu não vou mais trabalhar para eles, é tudo... algo horrível, eu não tenho palavras.
—Entendo, mas não iriam rastrear a arma?
—Não comigo aqui, na próxima parada eu a deixo invisível para localizadores militares.
Um silêncio se fez no carro, Brad colocou a arma no banco traseiro.
Até que Jonathan quebrou o silêncio.
—Aquele cara.
—Quem? —Perguntou Jéssica.
—O moreno.
—O que tem ele?
—Vocês se falaram e se olharam como se já se conhecessem a bastante tempo...
—Sim, na verdade sim, eu e ele já ficamos juntos nos tempos de escola, eu era bastante trouxa, ele só ligava para o meu corpo, e era um babaca.
—Com certeza ele não te merecia.
—Concordo, na época eu chorei muito, mas hoje nem ligo se ele perder uma perna, tronco que nasce torto, morre torto.
Soltou uma risada gostosa enquanto olhava pela janela vendo a paisagem sendo borrões.
—É, queria ter esse seu estilo de lidar com as coisas.
—Não tenha. Não vai ser bom pra você.
—Com certeza não foi bom pro babaca lá atrás.
Brad se contentou com a contagiante risada de Jéssica, ela o olhou por vários segundos sorrindo depois voltou a olhar a estrada.
—Posso te perguntar uma coisa?
Brad olhou para ela.
—Claro, o que quer saber? — Brad a olhou erguendo a sobrancelha.
—Como foi o seu primeiro beijo comigo?
O rapaz notoriamente corou com aquela questão, ele apertou os próprios dedos e desviou o olhar para a janela vendo a paisagem passar.
—Ahn, foi... diferente, entende? Eu nunca tinha beijado alguém, mas foi...foi bom.
—Espera, você nunca tinha beijado antes? Olhe só pra você, alto, olhos azuis com detalhes dourados, lindo com certeza, ah se eu fosse da sua sala.
—Que isso Jess...está me deixando sem jeito. E as pessoas me viam como um estranho, já me chamaram de rockeiro satanista, e olha que eu nem gosto de rock.
—Não? Você tem muito a cara de quem gosta de rock, Brad.
Jéssica soltou uma risada virando uma curva.
—Meu estilo musical é bem diferente.
—E qual é?
—Eu não sei bem o nome, mas são músicas tranquilas...me fazem sair deste mundo e entrar no meu mundo.
—Este mundo me incluiria, senhor Brandon?
—Pode apostar que sim...
Jéssica deu ao rapaz um sorriso resplandecente, tão lindo que Brad corou novamente ao olha-la. Ela se esgueirou e tomou os lábios contra a bochecha quente dele e selou um beijo delicado.

Soldado ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora