Não sei se estou pronto para isso...

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Por um momento o garoto prendeu a respiração, no breve momento em que o roupão da garota nua em sua frente tocara o chão. Ele se pegou analisando de maneira profunda o corpo de Jéssica, os detalhes, nunca tinha visto uma mulher nua em sua vida. Ela que estava nua, por quê Jonathan se sentia tão inseguro?
Jéssica de fato era linda. Os cabelos negros repicados caindo por sobre os ombros, longo perto dos olhos, curtos atrás da orelha, seguindo um caminho diagonal  nas laterais de sua cabeça, combinavam com a pele alva e macia que a garota tinha. Os olhos azuis não eram tão evidentemente azuis naquele momento, estavam neutros, como qualquer íris castanha que Brad já tenha visto devido a falta excessiva de luz, mas nada comparado a profundidade que o encarava, ele não sabia distinguir se era desejo ou paixão, talvez... Seus olhos desciam, curiosos, em busca de mais informações ponderando sobre alguma tatuagem extra que ela dissera a Brad. Mas antes, notou seus seios cálidos e fartos, os mamilos rígidos e rosados, sucintos e gentis semelhantes a amoras, o ventre tão bem malhado que era possível ver as linhas contornadas dos músculos da garota enrijecendo a medida que ela respirava. A cintura fina, esculpida, agora Brad notara a tatuagem de uma faca nela, juntamente uma cicatriz em um corte na horizontal com cerca de nove centímetros. Antes que o garoto descesse ainda mais o olhar para ver mais detalhes Jéssica se colocou no colo dele, rodeando as pernas torneadas pela cintura do rapaz e o beijando intensamente, porém Brad foi se afastando aos poucos, Jéssica terminou o beijo com um selinho e depois o encarou acariciando seu rosto por entre as mãos macias.
—Jess, eu não sei...
—Mas eu sei, você é virgem.
Qual era a velocidade de alguém tomar a cor rubra pelo rosto e pelas orelhas? Brad teria ultrapassado a velocidade do som, talvez.
—C-Como sabe disso?
—Brad, eu sei tudo sobre você, e também reconheço alguém virgem.
—E como seria alguém virgem?
—Você é inseguro, tem medo de ter alguma atitude e eu protestar, ou te xingar. Cora facilmente e não se sente a vontade com uma mulher pelada no seu colo. Você pensa demais, reflete quais seriam os movimentos. —Jessica disse, com tamanha tranquilidade. —Eu também era assim, sei como se sente agora. E quero que saiba que qualquer coisa que você fizer eu vou gostar, não precisa se preocupar em me satisfazer, eu já vou estar satisfeita tendo você.
—Que garoto ficaria a vontade com uma mulher nua em seu colo?
—Não muda de assunto, Brad...
—Uau, você me pegou, eu não sei se estou pronto para isso. Minha primeira vez...o quarto é lindo, estamos em um clima romântico e eu gosto muito de você, você é a mulher mais linda que já apareceu na minha vida, e mais legal também, mas...sinto...
Jéssica o calou com o dedo indicador contra os lábios avermelhados do garoto, ele se calou no mesmo instante, obediente.
—Tudo tem seu tempo, eu mais que ninguém respeito isso e isso até que é bom, irei preparar o grande dia que você estiver pronto, farei de tudo para ser especial.
O tomou em beijos cálidos, sentindo um calor estranho sobre seu colo, mas ignorou. Brad se sentia um idiota naquele momento, arrependendo-se das palavras e do seu orgulho e egoísmo inúteis. A situação perfeita estava diante dele: um quarto agradável e lindo, a garota perfeita disposta a fazer qualquer coisa que ele quisesse e todo refrigerante que puder aguentar sem se preocupar com escola amanhã de manhã. Porém, o garoto ainda tinha o triste pensamento de que Jéssica seria bom demais para ser verdade, tinha medo de sua primeira vez ser cedo demais e a garota sumir ou quem sabe...morrer na nobre atitude de estar protegendo o garoto. Brad estava tão acostumado com as coisas dando errado, que achou que a qualquer momento aconteceria alguma coisa que deixaria ele, ou ela, incapacitados de se verem, ou se tocarem de novo.
Se bem que, fora as artes marciais, os golpes mortais, a experiência com armas e hackear sistemas altamente qualificados e fortemente codificados, Jéssica era uma garota extremamente normal, as vezes com manias estranhas como olhar os pés de Brad algumas vezes, nas horas casuais, arrumar o cabelo o deixando atrás da orelha, e outras manias costumeiras como olhar para algum ponto do horizonte, mudar o peso do corpo de uma perna para outra, estralar os dedos e enrolar mechas de cabelo na ponta dos dedos.
—Te incomoda eu ficar do jeito que estou?
—Hum, não sei, só não me provoque, é chantagem.
—Combinado, mas não me responsabilizo por qualquer acidente.
—Acidente? —Brad quis saber, curioso. —Que tipo de acidente?
—Claro! —Jessica se levantou e andou pelo quarto. —Imaginamos que eu esteja andando por aqui e...opa!
Ela obviamente e propositalmente deixou cair uma latinha de refrigerante no chão. Mas a melhor coisa foi a sua expressão dramática abrindo os lábios, os olhos arregalados e sua mão indo a boca mostrando falsa indignação. Jéssica se debruçou e se inclinou lentamente para pegar a latinha no chão, apenas seu busto, empinando parte de seu corpo para a direção de Brad, o mesmo virou seu rosto corando.
—Desgraçada.
Ela respondeu com uma gargalhada contagiante e foi para o banheiro. Jéssica faria questão de fazer daquilo um jogo, no qual Brad seria a vítima, a presa em campo aberto, na primeira oportunidade Jéssica avançaria sendo feroz em seus movimentos, mas ela era uma espécie diferente de predador, era como se o garoto fosse um cordeiro e Jéssica estaria tentando transformar ele em um lobo feroz. Aliás, o ato de Jéssica fez Brandon perder a curiosidade pois vira o bastante para saber que a garota era bem dotada até em seu traseiro. Ele mergulha o rosto em suas mãos rindo e ao mesmo tempo envergonhado, se joga na cama e olha para o teto.
Por um momento pensou em sua mãe, a voz dela, o rosto dela, o toque dela o aconchegando nas piores das hipóteses. Pensou em seu irmão mais novo, Tommy, entusiasmado para fazer bolinhos e dar a Brad para avaliar e julgar o sabor de cada um. Pensou até na maldita escola, e seu melhor amigo Caleb, que mal o mencionara já que o sujeito vivia viajando, mas quem sabe um dia os dois se encontram por aí? Brad pensou também em sua casa, na vizinhança. Ele não tinha nada de especial na casa, a não ser livros cujo gostava de mergulhar sua mente no vasto conhecimento de cada um deles, mas nada além daquilo. Se perguntava quando veria sua família novamente, quando voltaria a ter uma vida normal, para que esse treinamento serviria? Iria matar? Iria realmente precisar matar? No bunker, quando os militares entraram, Brad não pretendia matar eles, apenas deixar graves feridas, suficientes para deixá-los incapacitados de fazer qualquer coisa contra ele ou Jéssica.
Jéssica o surpreendeu caindo com o corpo em cima do de Brad, dessa vez vestida...ou quase. A garota usava uma camisola quase transparente, mas ainda sim visível aos olhos de Brad, que estava tão perto. Ele sorri e encara seus lindos olhos, mas seu sorriso some logo em seguida tendo em mente sua mãe e irmão.
—Jess, o que será que aconteceu com a minha família?
Ela suspirou mudando o humor do rosto e deitou a cabeça no peito de Brad.
—Eu não sei, mas não iriam matar a sua família, isso não tá na nossa constituição, não seguimos essa atitude selvagem, hostil, negativa, se fosse aqueles caras mascarados, então devíamos nos preocupar.
Brandon quase se esquecera das figuras medonhas em seu bairro, no qual matava Ômegas com uma estranha rota religiosa nisso, ele não conseguia imaginar como alguém temente a alguma superioridade divina conseguiria matar, por que eles faziam isso? Só o fato de Brad ser um Ômega, e ainda "tão especial" fazia ele ter arrepios na espinha. Jéssica viu sua preocupação e selou beijinhos na pele nua e quente de seu peitoral, beijos sutis cativando o garoto principalmente pelo afeto dado a ele.
—Não quero que pense nisso, Brad, vamos ficar adeptos ao seu treinamento.
—Certo, você é minha treinadora, na verdade você é uma ótima treinadora.
Jéssica pareceu gostar do elogio, tomou em beijos o garoto inseguro, nos lábios e diversos beijinhos espalhados pelo rosto dele, o fazendo rir baixo e abraçar Jéssica.
—Gosto de você, bastante. —Disse Jéssica o olhando. —Você não é perigoso, Brad, perigoso para alguém mal, eu acredito, mas para mim você não passa de uma criança indefesa e inocente.
—Acho que fiquei ofendido com isso, mas vou levar em consideração. Eu também gosto muito de você...
Jonathan sentiu falta nas palavras, ele sentia que queria completar aquela frase, mas não sabia como, não conseguia assimilar a informação que precisava para dizer a Jéssica, era estranho. Mas Jéssica quebrou o silêncio com uma risada e um sorriso tão lindo que fez Brad corar.
—Acho que essa criança rockeira tá precisando de um banho.
—Hey! Okay, eu irei tomar banho, mas não saia daqui.
—Uhh, como quiser, macho alfa.
Jonathan mostrou o dedo do meio para ela fazendo uma careta e se levantou indo para o banheiro, retirou suas roupas e percebeu que não tinha levado muitas roupas consigo, apenas algumas casuais, e parecia que o garoto ainda estava crescendo, as roupas que ficavam largas em seu corpo agora estavam justas, ele não sabia se era tamanho ou músculos que causaram aquele efeito, mas se impressionou com o resultado. Brandon adorava usar roupas largas, de preferência que ficassem soltas ao invés de coladas no corpo, algo colado sempre incomodava o garoto, ele não conseguia entender como os super heróis usavam roupas tão apertadas.
No chuveiro, deixou a água quente despencar sobre seu corpo. Brad sentia a camada de poeira, suor e outras sujeiras sair de seu corpo e ir pelo ralo. Ele apoiou um braço sobre a parede deixando que a água caia sobre sua nuca e corra sobre as linhas de seu corpo e rosto, traçando caminhos até o cenho, já que estava de cabeça baixa. Sempre que Brad entrava no chuveiro costumava refletir bastante sobre pensamentos inacabados, ou pedaços marcantes de seu passado, as vezes criando melodias pacatas. Ele conseguia ouvir ecoando nos quatro quantos de sua mente a voz de sua mãe gritando, tiros, explosões, ele nem sabia se tinham destruído a casa. Este pensamento fazia ele ter calafrios pelo corpo e uma tristeza imensa lhe invadir a mente sem piedade.
O rapaz saiu do banheiro vestindo uma bermuda de dormir com uma regata simples, mas cabisbaixo. Jéssica estava sentada na cama digitando algo em seu notebook, Brad se deitou ao lado dela e que fez carinho em seu cabelo ainda úmido.
—Você parece triste. —Ela deduziu.
—Acertou. Eu não sei quando verei minha mãe e meu irmão, meu amigo, não sei quando vou poder ficar sobre a grama dos fundos da minha casa lendo, não sei se ainda tenho casa...não sei de mais nada...
Brad ouviu Jéssica suspirar, mas ela não parava de lhe fazer carinho na cabeça, querendo afastar os pensamentos perniciosos.
—Eu vou te contar uma história. Quando eu tinha em torno de treze anos comecei meu treinamento para as forças armadas, não para o exército americano, mas sim contra Ômegas perigosos, cujo usavam os poderes para o bem próprio, mesmo que isso destrua vidas de pessoas inocentes. Meu treinador era chamado de Fênix, pois meus colegas do quartel diziam que ele era um agente incrível, sempre que pensávamos que ele tinha morrido nas operações especiais ele renascia das cinzas, como uma Fênix. Nunca chegamos a ver seu rosto, ele dizia que era para benefício e prevenção própria. Enfim, a gente não falou muito sobre isso, mas ele era um homem brilhante, muito inteligente, mortal, sabia de qualquer estilo de luta, golpes fatais, habilidades com qualquer arma, ele era frio e calculista, mas disciplinado com certeza. Eu diria que era o soldado perfeito. Ele dizia que eu era a melhor de todos ali, que eu teria mais experiência se me dedicasse duzentos por cento nisso. Então, ele me promoveu a capitã, um marco histórico nessa instituição porque eu sou a primeira mulher capitã da história.
—Uau, espera, então quer dizer que sua equipe é antiga?
—Claro, os Ômegas existem desde a época da primeira guerra mundial. Então, junto com os Ômegas veio uma equipe para combate-los, o nome da equipe era F.E.M.T. Forças Especiais do Massacre Terrorista. Mas, hoje, mudaram para Os Fênix, em homenagem ao nosso capitão que morreu salvando um Ômega inocente.
—Os Fênix? Mas isso não explica a caveira que vocês tem estampada no uniforme. —Disse Brad franzindo o cenho.
—Lembra o que eu disse sobre o Fênix, meu treinador? Ele morreu salvando um Ômega de um incêndio num prédio. Quando chegamos lá e apagamos o fogo, ele estava lá caído, a pele tinha sido corroída não só por fogo, mas ácido. A caveira é uma forma de demonstrar que mesmo depois da morte, ele estaria conosco, nos guiando.
—É uma história bastante interessante, de fato você foi uma batalhadora, sinto orgulho de você, e estou impressionado com sua aptidão para lidar com as coisas.
Jéssica conseguiu sorrir para o garoto.
—Obrigada.
Ela beijou a testa dele enquanto continuava digitando no notebook. Uma onda de calor se expandiu daquele ponto que Brad levou o beijo, ele sentiu uma sensação boa, um sorriso lhe toma os lábios no mesmo instante, então fecha os olhos recebendo de bom grado os carinhos de Jéssica.
—Alias, o que está fazendo?
—Hum, vendo alguns registros, se os Fênix estão fazendo alguma coisa com a sua mãe, ou com seu irmão. E quanto a Erick, seu "pai", desapareceu, não sabem dele, não sabem para onde ele fugiu, mas algo vem daquele homem que me deixa preocupada.
Jéssica tinha razão. E agora que Brad parou para perceber, Erick não apareceu quando os oficiais de Jéssica invadiram sua propriedade, será que tinha fugido, ou se escondido? O que tinha de tão estranho naquele homem? "Erick não é amigo da família" as palavras ditas pela mãe de Brad, Elizabeth, fazia ele estremecer, e perguntava a si mesmo por que a própria mãe se envolvera como um homem como aquele. Com certeza Elizabeth não era mal tratada por Erick, pois viu que no dia da invasão, Elizabeth matou um homem quebrando seu pescoço com a facilidade que viraria uma maçaneta de uma porta. Mas...por que Erick despertava tanta curiosidade em Brad?
—Espera, tive uma ideia. —Disse Jéssica digitando comandos no notebook.
—O que vai fazer?
—Hackear o satélite deles e descobrir o que estão tramando.
—Você consegue fazer isso?
Jéssica o olhou erguendo uma sobrancelha com feição do tipo "o que eu não posso fazer?". Brad levantou as mãos em rendição e esperou ela fazer sua mágica. Jéssica voltou-se para o notebook novamente, aplicando alguns códigos e comandos em uma tela preta no notebook, aquelas típicas de filmes onde os espectadores não entendem nada, só vêem vários comandos verdes descendo variando de códigos a números, enfim, senhas quase infinitas para infinitas possibilidades.
Logo, Brad viu a tela do notebook se transformar em algum tipo de computador de câmeras, pois viu telas vistas do alto, e mais grids na lateral para acesso à outras câmeras, de diferentes ângulos e lugares. O menino olhou para Jéssica que estava orgulhosa de si mesma. Ela estalou os dedos como um profissional prestes a tocar piano e navegou pelas câmeras.
—Droga, não estão fazendo nada, no máximo treinamentos, simulações de bombas, operações simples, nada que envolva sua mãe ou irmão, também não vejo eles aqui.
—E se você voltar para as gravações de alguns dias atrás, ou melhor, no dia que você me arrastou para aquele bunker?
Jéssica assentiu, mudou as datas e horários, ela então viu dando um poderoso zoom na câmera Elizabeth e Tommy, algemados e sendo levado a base.
—Tommy, minha mãe...o que vão fazer? —Falou, se aproximando involuntariamente do computador. —Sera que eles estão bem?
—Posso acessar as câmeras internas, me dê um segundo..
Jéssica cerrou os lábios contornados e alternou por mais câmeras na tela. Brad via sua mãe se debater, pelos lábios mexendo e a expressão irritada ela estava gritando, e ao mesmo tempo chorando, Brad achava que ela pensasse que ele estaria morto, o que lhe fazia ter ainda mais vontade de vê-la novamente.
—Eles arrastaram sua família para uma sala que não tem câmeras, provavelmente devem estar interrogando eles.
—Mas eles não fizeram nada! E por que a sala é sem câmeras?
—Pra que pessoas intrometidas como a gente não descubra sobre o que estão falando.
—Droga, quero encontra-los agora mesmo!
Brad se levantou decidido e foi em direção a porta, Jéssica o impediu ficando em sua frente.
—Jessica, não interfira.
—Não. Brad, percebe o que está fazendo? Está indo sem preparo, mal sabe combate corpo a corpo, tem experiência em atirar só com algumas armas, e se pretende matar mesmo, não acho que irá conseguir. Eu não duvido de você, Brad, mas tenha paciência, acredito que irá ver sua família mais cedo do que pensa. Você está se deixando guiar pela raiva, e fazemos coisas horríveis quando estamos com raiva.
O garoto estava cabisbaixo, uma lágrima solitária e fria escorreu pela sua bochecha. Brad, como todo garoto com amor pela família sentia saudades de seu irmão e mãe, queria vê-los, ao menos falar com eles, a dor corroía em seu coração, que latejava dolorido como se alguém tivesse lhe dado um soco.
Jéssica o abraçou, fez ele se sentar na ponta da cama, fechou as pernas do rapaz e juntou seus joelhos, sentou-se sobre as coxas dele. Colocou o rosto dele em seu colo abrindo as pernas para ambos se unirem, juntarem seus corpos como um, corações batendo juntos, respiração controlada e calma, apesar de Brad estar chorando, Jéssica o acalmava.
—As coisa vão melhorar, Brad, acredite, somos uma dupla. Você e eu, vamos achar sua família e sumir do mundo.
Brad envolveu seus braços na cintura da garota e afundou seu rosto naquele colo, que lhe pareceu tão acolhedor e seguro, desejaria que nunca mais saísse dali, mas aquilo não seria uma realidade, e sim uma fantasia, uma desejada fantasia e uma triste realidade.
—Obrigado, Jess.
Disse, com a voz chorosa, a entonação trêmula juntamente aos lábios. Levantou levemente seu rosto, fazendo a garota sentir a respiração quente batendo no pescoço, Brad então beijou o pescoço da garota e apoiou o queixo sobre seu ombro fungando algumas vezes. Ela beijou a lateral do rosto do moreno, acariciando os cabelos da nuca, que se enrolavam nos dedos finos e delicados dela.
—Seu cabelo está grande. Deixa eu cortar? —Disse Jéssica, com um sorriso simples sem mostrar os dentes, demonstrando serenidade, ela sabia que Brad estava vulnerável, teria sensibilidade com o garoto. —Você deve ficar ainda mais lindo com o cabelo curto, confie em mim, você vai gostar.
Brad se afastou dela apenas para olha-la, franziu o cenho com o olhar curioso.
—Você sabe cortar cabelo?
—Brad bebê, mulheres sabem fazer qualquer coisa em relação a beleza, vamos, sente-se ali na cadeira.
Brad piscou algumas vezes, mas obedeceu assim que a garota saiu de cima de suas pernas. Ela pegou uma cadeira e fez ele se sentar na mesma, pegou uma tesoura e mandou o mesmo ficar ereto e parado.
Ele via seu cabelo caindo, poucas mechas úmidas no chão com ladrilhos brancos. Brad sentia arrepios com os dedos de Jéssica acariciando seus cabelos, tocando, arrumando, o som da tesoura também lhe dava arrepios, principalmente perto das orelhas. Em poucos minutos, Jéssica terminou, dando um selinho em Brad. Ela pegou um espelho e deu a ele. O moreno olhou para si mesmo no espelho. O cabelo estava bem curto nas laterais, em cima um pouco cheio, mas ela teria arrumado para fazer um topete mediano, espetando em algumas partes, atrás estava incrivelmente equipolente com as laterais. Jonathan gostou do resultado.
—Olha, impressionante, você fez um ótimo trabalho, estou surpreso.
—Viu? Sou boa em quase qualquer coisa.
—Quase? Parece que você sabe fazer tudo. Sabe falar vários idiomas, é bastante inteligente e madura, sorridente, legal, okay, parei.
Jéssica esfregava suas unhas na própria camisola, depois as olhava e soprava, para dar brilho e mostrar orgulho de si mesma.
—Eu sou uma deusa.
Brad negou com a cabeça rindo e ajudou Jéssica a limpar os cabelos do chão e das roupas que usava, ambos foram para a cama, olhando para o teto. Jéssica então retirou um livro da mala e começou a ler da parte em que tinha parado, era um livro de no mínimo 500 páginas, mediano. Ao olhar a capa Brad leu "O Cavaleiro dos sete reinos". De George Martin.
—Você gosta desses tipos de livros?
—Acho fascinante, ainda mais as ilustrações desse livro, as hachuras, são incríveis.
—Bom, já que você vai ficar lendo, não se importa de que eu durma em suas coxas, hum? —Falou, Brad misteriosamente tinha se apegado as pernas da garota, além das coxas serem bem malhadas e atraentes, eram confortáveis. —Boa noite.
—Fique a vontade, temos um dia longo amanhã. Boa noite, sweetie.
O garoto se deitou sobre as coxas da garota, confortavelmente boas, foi aí que ele notou o quanto seu corpo estava exausto, então lentamente fechou os olhos e deixou que o sono invadisse seu corpo e alma, deixou que os sonhos fizessem parte da sua noite de sono, com Jéssica, eles eram incrivelmente benévolos na presença da garota.
Após alguns minutos, Jéssica olhou para suas coxas onde Brad descansava sua cabeça com o rosto para cima, os lábios entreabertos escapando uma respiração bonança, as bochechas do rapaz estavam levemente rubras, os olhos fechados e as sobrancelhas baixas, o fazendo parecer que estava mal humorado, mas eram apenas as sobrancelhas arqueadas do rapaz. O olhar de Jéssica transbordava ternura ao encarar o rosto do menino, "como tanta doçura, tanta inocência, um garoto bom e educado pode cair em uma vida dessas?", ela pensava. Todavia, Jéssica estava preocupada, felizmente Brad não tinha olhado para uma das câmeras do satélite que Jéssica apontará para onde eles estavam, bem na área do hotel, bem perto, estavam eles: os homens mascarados caçadores de Ômegas.

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⏰ Última atualização: Mar 12, 2018 ⏰

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