Comemos bastante e por incrível que pareça até sobrou. Nos despedimos e desejamos boa noite um ao outro.
Rodolfo *P.o.V*
Deitei na cama e fechei os olhos mas estava me sentindo incomodado com alguma coisa. Levantei e estava indo até a geladeira quando vi a Yasmim sentada no chão parecendo um fantasma jogando quebra-cabeça.
- O que você está fazendo?- Eu perguntei após levar a mão ao coração de tanto susto.
- Como eu não consigo dormir no sofá arrumei um quebra cabeça de quinhentas peças para passar o tempo.
- Você quer ficar com a cama?
Porque eu perguntei isso?
- Está na sua semana, certo?
Sim.
- Mas nós podemos dividir, é bem grande, você fica no seu canto e eu no meu.
O que deu em mim?
- Vai se comportar?
- Não é como se você fosse irresistível.
É sim. Ela cerrou os olhos e levantou guardado as pecinhas do jogo e foi pro quarto, tomei um copo d'água e fui logo após.
Yasmim *P.o.V*
Deitei no colchão macio e confortável do lado esquerdo que é o meu lado favorito e estava quase adormecendo quendo o Rodolfo se jogou em cima da mesma igual um brutamontes.
- Meu cérebro tá chacoalhando. Sabe deitar direito não?
Que ranço.
- Foi mal mas foi de propósito.
Ele disse rindo e eu revirei os olhos. Infantil. Cinco minutos após ele se revirar umas cinquenta vezes, perguntou:
- Porque você não consegue dormir no sofá? Tudo isso é frescura?
Eu virei de uma forma que eu pudesse ver ele:
- Eu tenho medo.
- Sério? Do que? Bicho papão?
Debochado.
- Não... De vez enquanto eu sonho com uma criança em um sofá e muito sangue no chão. É sempre o mesmo sonho e parece muito real.
Ele me fitou por longos segundos e então disse:
- Sinto muito fazer você dormir em local inadequado. Vou providenciar amanhã mesmo outra cama, assim não teremos que dividir e você não vai se sentir tão desconfortável.
Eu assenti e ele disse:
- Posso apagar a lâmpada?
- Pode sim, boa noite.
- Boa noite.
...
Acordei no meio da noite com muito frio então desliguei o ar condicionado e quando voltei o Rodolfo estava deitado sem camisa e nem cobertor. Peguei uma coberta e cobri o corpo dele.
Minha garganta está doendo um pouco, deve estar inflamando. Tomei um xarope (aprendi com a Rochele do seriado Todo Mundo Odeia o Chris).
Ele tem um sono tão pesado, parece até que faz muito no trabalho.
...
Acordei com a claridade do sol batendo no meu rosto. Quando olhei para o lado Rodolfo já não estava mais aqui. Levantei abruptamente da cama com medo de estar atrasada mas minha vista escureceu, obrigada hipotensão ortostática!
Esperei alguns segundos até me estabilizar mas minha cabeça doeu como se tivessem alfinetando meu cérebro.
- Boa tarde raio de sol.
Virei e vi Rodolfo em uma roupa de jogar tênis, todo suado.
- Boa tarde?
- Você não mudou nada com o passar dos anos. Quando a gente era criança e você ficou gripada dormiu de tarde e acordou na tarde do outro dia.
- Exagerado. Como sabe que eu tô passando mal?
- Você estava tremendo igual vara de bambu, então eu acordei, por causa do meu sono leve, e fui te acordar pra ver se parava de se mexer, mas quando toquei em você sua temperatura estava elevada então eu tirei o seu cobertor e liguei o ar condicionado depois peguei uma toalha molhada e tentei abaixar a febre, além de te dar um dia de folga. De nada!
Sono leve? Revirei os olhos e voltei a deitar.
- Levanta e vai comer alguma coisa, tomar um remédio, limpar a cara, tomar um banho...
- Me deixa...
Ele começou a me sacudir.
- Para com esse corpo mole.
- Esse corpo mole tá todo dolorido e eu não quero sair daqui, por favor Rodolfo...
Eu comecei a chorar igual uma criança. Sempre choro quando estou doente. Ele começou a rir e eu cerrei os olhos.
- Estava demorando.
- Eu te odeio.
Disse enquanto choramingava.
- Eu vou preparar alguma coisa pra você mas tem que prometer que vai comer tudo, se não eu vou te importunar muito.
- Tanto faz.
Eu disse e ele saiu voltando dez minutos depois com uma tigela de mingau de aveia.
- Vai comer ou quer que eu faça aviãozinho?
Perguntou enquanto preparava uma colher de mingau para mim.
- Eu não quero comer isso...
Disse empurrando o braço dele mas o movimento acabou sendo desajeitado e ele virou um pouco de mingau na bermuda.
Impulsivamente peguei o pano de prato que estava embaixo da tigela e tentei tirar o excesso. Quando olhei pra cara do Rodolfo ele estava vermelho igual um pimentão.
- Muito quente?
Ele virou pra mim e disse com a voz rouca:
- Muito.
Não sei bem o que aconteceu depois disso, mas ele foi parar em cima de mim em uma postura tanto quanto íntima e me olhando com tanto desejo que eu fui incapaz de desviar meu olhar do seu.
Ele foi se aproximando mais e sussurrou:
- Você sabe o que está fazendo, não é?
Me arrepiei da cabeça aos pés, no mesmo instante fechei os olhos esperando o que estava por vir então...
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Acidentalmente Apaixonada (PAUSADO)
عاطفيةLei n°9.610- Plágio é crime, 27/02/2018. A vida trás a tona segredos que podem ser fatais para certos amores. A escuridão pode tornar-se um clarão da noite para o dia e o que era grande pode tornar-se pequeno em um piscar de olhos. Uma pe...