Capítulo 7

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P.O.V Dylan Moore
(Point of view)

Há exatamente seis meses eu cheguei em Bradford, seis meses em que eu venho tentando fugir do meu passado.

Seis meses em que eu venho fracassado miseravelmente.

Eu sei que eles estão aqui, eu sei que me vigiam diariamente, eu os vejo, em cada beco, cada esquina.

Eles nunca vão me deixar em paz, é simplesmente um peso que vou carregar para o resto da minha vida, um erro foi cometido, um pagamento deverá ser pago.

Para toda ação há uma reação.

Mas o problema é que a porra da ação não foi minha, porque eu tenho que pagar?

Eu só queria uma vida normal, ter um relacionamento normal, agir como um adolescente normal, é pedir demais?!

Desde que cheguei na universidade, eu reparei em alguém, ela me despertou interesse, de uma forma inacreditável, eu a vi me observando.

Diferente das garotas que se insinuam para mim, ela apenas me observava, como se conseguisse ler cada pensamento meu, cada segredo, cada memória.

Ela me intimidava. E isso só me deixava mais curioso em relação a ela.

Emma Clark, 19 anos, cursando seu primeiro ano em psicologia, com uma melhor e talvez única amiga, Chelsea Roudge.

Como eu sei disso tudo? Eu entrei na sala dos professores e li sua ficha, menos a parte da melhor amiga, já que a mesma veio me dizer que eu atormentava os pensamentos da sua amiga.

Me surpreendi quando não achei nada familiar em sua ficha, já que esse tipo de dados pessoais são obrigados em uma ficha universitária, mas não há absolutamente nada, nome dos pais, nome de qualquer possível irmão, tio, primo, nada.

Eu nunca fui o tipo de pessoa que quer saber da vida alheia, porém ela em especial despertou esse interesse repentino em mim.

Eu me lembro bem de quando ela caiu em meu peito, estava nevando bastante aquele dia, e ela nunca me pareceu tão confiante, do que quando me disse com convicção que queria descobrir o que eu escondo, mas nos seus olhos, eu vi que não era apenas isso, eu disse que estava obcecada por mim, porque eu queria que ela estivesse, assim como eu estou, ela me disse que não iria desistir de mim, e eu queria tanto que ela cumprisse com o que disse.

E eu estava certo, quando disse que ela não sabia o que queria.

No dia em a mesma foi de encontro ao carro, eu gelei. E agi totalmente por impulso, quando a puxei de encontro a mim, as pessoas que antes já á olhavam, agora estavam ainda mais chocadas com toda a cena que tinha acontecido.

Naquele dia, eu não pretendia ir na universidade, não até a mesma passar por mim em em total desespero. Meu primeiro instinto foi segui-la. E hoje me agradeço mentalmente por ter feito essa escolha.

Após eu a segurar em meus braços, ela me beijou, e foi como se tudo o que eu tive feito até agora, valesse a pena cada segundo, como se chegar em Bradford tivesse um real propósito, e não apenas fugir do que tanto me atormenta.

Sad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora