Relatos de um...psicopata?

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Nathan seguia seu caminho diário até o mercado. Estava pensando em como começar um de seus trabalhos abstracionistas, o que poderia usar. 

Pensou logo em seu amor, que o estava esperando em casa. Estranho que ela não saíra muito desde que começaram a namorar. 

Mas de todo modo, não via a hora de encontrar-la novamente, cada segundo longe dela era uma tortura. Sim, Nathan estava viciado em sua amada, e ele sabe que ela depende dele também.

Seguindo seu caminho sem muitas preocupações. Chegou ao usual mercado onde sempre iria comprar material para seus 'quadros'.

Entrou, e sem hesitar foi adicionando tudo ao carrinho, animado. Esta sua próxima obra seria inspirada em como conheceu sua amada. Sim, Ele tinha até o nome visualizado em sua mente. 

Ah, Érika estava linda aquele dia, jovial, cheia de vida. Ele havia a observado por um tempo, mas não conseguia coragem. 

Nathan fechou os olhos ao imaginar a cena em que a linda Érika teria "terminado" com seu namorado. Ele tinha sofrido um trágico acidente. Mas claro, Nathan sabe que Érika ficou feliz de não ter que casar com aquele idiota. O noivado seria em um mês. 

SIM, sim, Érika estava sendo forçada, ele pensa. 

De qualquer modo, seguiu assobiando, uma música pouco conhecida, muito erudita. Sua mente estava acima de todos ali....

Enfim, nosso protagonista se deparou com um vendedor novato, não o simpático que geralmente o atendia. 

-Bom dia senhor.-O garoto disse sorridente.

-Bom dia. 

Nathan direto, foi colocando os objetos direto em cima do caixa, reparando os olhares flertantes que o garoto tinha sobre si. 

O garoto achou o homem tão másculo e misterioso, teve que se segurar para não passar seu número juntamente as coisas que passava para o outro lado do caixa. 

Mas assim que observou o que estava passando, o garoto de 19 anos arregalou os olhos. Imaginando se deveria chamar a polícia.

-Uma faca grande..-O garoto começou a murmurar- Uma corda muito grossa para escalada, uma fita isolante durex. -O garoto suou frio.- Uma tesoura com ponta, algo parecido com um dildo... 

O garoto se pegou ornando pensamentos entre uma cena de sexo muito bizarra, ou uma cena de assassinado muito bizarra.

O jovem encarou o homem misterioso que sorria.

-Sou um artista abstrato- Nathan se limitou a dizer, levantando os ombros.

-Quero que você faça uma arte entre minhas pernas- o garoto disse para si. 

O mais velho piscou para o garoto e saiu, não, não teve de pagar.

~~ 

Ao chegar em casa, relaxou, tirou o casaco e respirou.

Preparou sua tela, posicionando seus objetos 'comprados'. O jovem garoto do mercado seria demitido com certeza.

Passou a fita para segurar tudo. E por fim contemplou sua arte.

Vício ou amor. Está pronto.

Correu, Nathan correu, queria contar ao seu amor.

Correu diretamente ao porão, acendendo uma luzinha fraca no centro do lugar. Ao terminar de descer as escadas observou seu amor ali sentadinha na cadeira de balanço. 

Jovial e linda como sempre, seus cabelos ainda estavam sedosos.

-Amor! -Ele disse inalando seu cheiro forte.

-Adivinha o que fiz hoje, -Nathan virou a cadeira de frente para ele e enfim pode observar o lindo corpo de sua mulher, já se decompondo. Seus olhos brancos revirados e sua boca aberta, sem alma.

Nathan beijou sua bochecha, a admirando e rindo sozinho.

Relatos nada pessoais..Onde histórias criam vida. Descubra agora