A mãe e a irmã o chamam de Poncho e o pai o chama de Alfonso.Seu quarto fica no segundo andar,as cortinas estão sempre abertas.Sei disso pq o quarto fica quase de frente para o meu.
Ele dorme muito mas as vezes sai do quarto antes mesmo de eu acordar para espionar. O quarto dele é bem simples só com a cama e uma cômoda e com várias caixas espalhadas por conta da mudança,sem nenhuma decoração a não ser por um pôster na parede de Parkur o que explica o pq dele ficar escalando e se pendurando nas alturas.A noite já na mesa de jantar onde estamos eu meu pai e Alma ele me pergunta o porquê de eu não ter entregado o trabalho de arquitetura para meu professor particular?
Respondo a ele que é muito difícil mas que amanhã entregarei sem falta.
Eu mesma não estou me reconhecendo nunca tinha atrasado a entrega de um trabalho.Será que isso é por causa dos novos vizinhos?
De repente a campainha toca para me tirar dos meu pensamentos.E toca de novo e pela terceira vez novamente-O senhor quer que eu atenda?-pergunta Alma ao papai
-Ele se recusa e diz fiquem aqui as duas eu já volto.
Ele se dirige então para a porta de entrada onde a mesma é vedada para impedir que qualquer coisa entre para dentro da casa.Então ouço uma voz.
-Minha mãe mandou esse bolo de chocolate.
É uma voz grave e suave,só então percebo que se trata do Poncho.
-O problema é que os bolos da mamãe não são muito bons.
Ouço essa outra voz agora de uma garota.Será a irmã?
-Sempre que a gente se muda ela manda entregarmos um desses para os vizinhos.
-Há muita gentileza da parte dela digam a mãe de vcs que eu agradeço muito-respondeu papai.
-Sua filha está em casa?pergunta Poncho.-A gente queria saber se ela pode nos levar pra conhecer o bairro?
Meu coração dispara,ele acabou de perguntar por mim?Até hoje nenhum estranho apareceu para me visitar a não ser minha enfermeira e meus professores particulares.Ninguém nem sabe que eu existo a não ser quando estou online nas resenhas de livros no Tumblr.
-Desculpe mas ela não pode é uma longa historia.Sejam bem-vindos ao nosso bairro e mais uma vez obrigado-respondeu papai
Voltando para dentro papai me olha e diz:
-Sinto muito.- Tudo bem pai não tem problema.
Percebo então como minha doença é um problema para ele antes ele ainda tinha a mamãe,viajava, tinha uma Cida normal não ficava trancado em uma bolha quatorze horas por dia com a filha adolescente que tem uma doença.
Eu então vou a seu encontro e o abraço sei que isso é mais difícil pra ele do que pra mim.
-Vou dar um jeito de compensar isso-ele diz
-Não tem nada pra compensar papai-respondo
-Eu amo você minha menina.
Terminamos de comer e logo Alma vai embora
Subo para meu quarto e assim que entro escuto gritos e vou direto para a janela e fico observando.Estou escondida atrás da cortina,acendo a luz e volto para a janela afasto a cortina e vejo que ele está olhando na minha direção, não faz nenhum gesto simplesmente ergue o braço e abaixa sua persiana.
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Tudo Envolve Riscos(Concluída) ADP AYA
Romance"A doença que eu tenho é rara e famosa. Não saio de casa. As únicas pessoas que vejo são meu pai Franco e minha enfermeira Alma. Então um dia ,um caminhão de mudança parou na frente da casa ao lado da nossa. Eu olho pela janela e o vejo.Ele é alto...