"A doença que eu tenho é rara e famosa. Não saio de casa. As únicas pessoas que vejo são meu pai Franco e minha enfermeira Alma.
Então um dia ,um caminhão de mudança parou na frente da casa ao lado da nossa. Eu olho pela janela e o vejo.Ele é alto...
Pessoas normais andam de um lado para o outro quando estão nervosas. Mas Poncho parece uma estátua parado encostado na parede desde que eu pedi pra ele me ensinar a plantar bananeira.
-Vamos Poncho é só uma vez e eu faço encostada na parede.
-Você não tem força nos pulsos. Resmunga ele
-Você já usou essa desculpa e eu sou mais forte do que pareço. Retruco.-Vai dar tudo certo.
Ele abre um sorriso e finalmente se mexe e vem na minha direção percorrendo meu corpo para analisar minha força física.
Reviro os olhos pra ele.
-Ok.-Diz ele e me pede para ficar agachada.
Faço o que ele me pede.
-Agora coloque suas mãos no chão,braços esticados com os dedos bem abertos. Coloque seu peso todo para frente bem devagar até seus dedos dos pés saírem do chão.
Faço tudo do jeito que ele falou e no começo não tenho certeza se consegui,abro e fecho os olhos algumas vezes,mas tudo continua de cabeça para baixo. Permaneço um pouco na posição mas logo fico tonta e Caio agachada com os olhos fechados.
-Incrível.-Diz ele.-Você está bem?
Não respondo nada mas posso sentir que ele já está do meu lado. Sinto suas mãos tocando meu ombro e antes mesmo de conseguir pensar o que está acontecendo eu me coloco de pé e fico de frente pra ele. Que assim que eu me levantei ele também fez o mesmo. Estamos a menos de um metro de distância e sinto meu corpo ferver,devagar ergo meus olhos e o encaro.
-Anny?
Meu nome sai como se fosse uma pergunta dos seus lábios,então Poncho estica o braço e segura na minha mão. Sua mão é grande,áspera e muito quente. Ele acaricia minhas juntas e depois fecha a sua mão sobre os meus dedos. Olho para baixo e nós estamos de mãos dadas.
Amigos podem dar as mãos ,não podem?Volto a olhar nos olhos dele e quebrando o silêncio que se fazia entre nós pergunto:
-O que você está vendo?
-Bom primeiramente suas sardas.
-Você é obsessivo
-Só um pouco. Elas são lindas parece que alguém salpicou chocolate em pó no seu nariz e nas suas bochechas. -Então desse os olhos até meus lábios e continua: -Seus lábios são rosados e a cor fica mais intensa quando você o morde. E você só morde o lábio quando vai discordar de mim e eu adoro quando faz isso.
Eu deveria dizer alguma coisa pra ele,mas não consigo,não sai nada e então ele continua:
-Nunca vi alguém com um cabelo tão comprido e lindo e tem também seus olhos,posso jurar que eles mudam de cor de azul claro para um azul um pouco mais escuro. Há eu estou falando de mais né, mas me diz você agora o que vê em mim?
Quero responder mais não consigo e olho novamente para nossas mãos. Ficamos mais um tempo assim decidindo entre a certeza e a incerteza, até que ouço Alma se aproximando e temos que nos afastar.
Eu estou nas nuvens,flutuando e com essa sensação nos despedimos e ele se vai.
Mais tarde entro no chat para falar com ele novamente.
Poncho:você entrou mais cedo hoje
Anny:disse pro papai que tinha dever para fazer
Poncho:tudo bem?
Anny:esta querendo saber se estou doente?
Poncho:sim
Anny:até agora estou bem
Poncho:ta preocupada ?
Anny:um pouco
Poncho:me desculpa
Anny:não se DESCULPE,eu adorei e Faria tudo outra vez
Poncho:mesmo assim,tem certeza que está bem?
Anny:sim ótima
Poncho:tudo isso porque demos as mãos imagina se fosse um beijo
Anny:amigos não se beijam Poncho
Poncho:se forem amigos de verdade se beijam sim
Anny:Boa noite Poncho
Poncho:Boa noite Anny sonha comigo.
Queria responder mas não diz nada simplesmente desliguei o computador e fui dormir.
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