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 A felicidade que Chanyeol sentira ao chegar em sua casa não poderia ser descrita. Estar em um ambiente familiar, onde não havia ninguém para julgá-lo, onde podia ser ele mesmo era tão melhor do que qualquer outro lugar do mundo. Assim que pisou em seu quarto, tratou de tirar aquelas roupas horrorosas e colocou um lindo vestido azul, que fazia um belo contraste com seus cachos vermelhos e sua pele bronzeada. Era maravilhosa a sensação de poder se maquiar como quisesse, e mesmo que fosse estranho passar maquiagem para ficar em casa, Chanyeol não dava a mínima. Se arrumava única e exclusivamente para si mesmo, e para mais ninguém.

Antes mesmo de pegar seus livros e começar a repor matérias que havia perdido, Chanyeol começou a procurar por empregos. Já havia tido essa conversa com sua mãe e seu psicólogo, estava pronto e decidido a começar sua transformação, só faltava o dinheiro para que seu sonho se desse início. Sabia muito bem que não seria fácil, os custos eram altos demais para que sua mãe conseguisse pagar tudo sozinha, então decidira que iria arrumar um emprego e começaria a economizar para as despesas do tratamento. Teria também que pensar em um novo nome para si, mas isso ele poderia ver mais tarde, com calma. Assumiria sua nova identidade quando fosse a hora certa.

Chanyeol passava horas em busca de um emprego que cobrisse as despesas da casa e que ainda sobrasse algo para economizar, mas não era todos os empregos que contratavam adolescentes da sua idade e que pagassem bem, a maioria era apenas temporário. Mas ele não desistia tão fácil, e depois de olhar em dois ou três sites, anotava alguns telefones e e-mails para enviar seu currículo. Após procurar por empregos, então começava a estudar, pois também queria entrar na faculdade de seus sonhos, e para aquilo precisaria estudar bastante. Dizem que jornalismo é um curso relativamente fácil, mas mesmo assim Chanyeol se esforçava em seu máximo.

— Channie meu amor, cheguei! — gritou sua mãe, entrando em casa.

— Estou aqui em cima!

Sua mãe parecia bem animada quando entrou em seu quarto, com um sorriso de orelha a orelha, e ele não sabia bem dizer se aquilo era bom ou ruim, então resolveu rir.

— Por que está tão animada? — perguntou Chanyeol, se levantando. — Aconteceu alguma coisa?

— Você precisa se arrumar, rápido — disse ela, pegando o moletom e as calças do chão. — Consegui uma pequena entrevista de emprego pra você, numa floricultura. O salário não é lá aquelas coisas, mas você pode guardar um pouquinho todo o mês! Não é ótimo, querido?

— Mãe! Isso é maravilhoso! — exclamou Chanyeol, indo abraçar sua mãe com um enorme sorriso no rosto. — Nem vou reclamar de colocar essas roupas de novo!

Sua mãe o ajudou a retirar a maquiagem e ajeitar seus cabelos rebeldes, e reuniu todos os documentos necessários para que Chanyeol realizasse a entrevista. Ambos estavam mais do que animados para isso, seria o primeiro emprego de Chanyeol, e que serviria para abrir muitas portas para ele poder ser quem realmente era.

A floricultura ficava perto de sua casa, então Chanyeol não teve dificuldades em encontrá-la. O estabelecimento estava sendo cuidado por uma mulher que aparentava ter seus 40 e poucos anos, e a mesma fora quem havia dito a sua mãe sobre o emprego. Quando chegou para a entrevista, ela explicou para Chanyeol como seria o serviço, além de fazer algumas perguntas básicas e checar todo o seu currículo, que continha apenas dados básicos, sua escolaridade e alguns cursos que havia feito. Se fosse admitido, trabalharia no balcão, cuidando do caixa e atendendo clientes junto do sobrinho da dona, que trabalhava ali também. Um trabalho relativamente fácil, visto que a floricultura não tinha tanto movimento.

— Você me parece ser um ótimo rapaz, Chanyeol, acho que amanhã mesmo você já pode começar.

— Jura? Ah, muito obrigada senhora Byun! Minha mãe ficará tão feliz... — respondeu Chanyeol sorrindo, mesmo um pouco irritado com o termo “rapaz”.

barbie girl - pcy. + bbh.Onde histórias criam vida. Descubra agora