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- Tenho problemas com meus pais - ele riu - literalmente aquela música tem a ver com a minha vida.

- Qual tipo de problemas?

- Eu sou gay e introvertido - ele disse olhando para baixo - nos fins de semana sempre brigamos na mesa em família e eu sempre termino na rua, mal.

Eu estava triste, apenas o abracei de volta.
- O que fariam se descobrissem sobre nós?

- Com você nada.

Engoli a seco.
- Kihyun, me apresente aos seus pais como seu namorado - ele arregalou os olhos - e venha comigo.

Ele gaguejou.
- E-Eu não posso.

- Então apenas me apresente.

Ele pensou e respirou fundo, assentindo em seguida.
O beijei a testa, e retribuiu um abraço.

- Quer sair hoje?

- Seria legal... - ele disse - você me prometeu frango.

- Ok ok - digo rindo - vá tomar um banho, depois vamos em casa, é caminho.

Ele concordou e foi.
Encarei seu quarto por minutos. Kihyun era um garoto delicado e caprichoso.

Seus livros eram em ordem alfabética, seus cadernos estavam empilhados de acordo com os estudos, ele tinha a escrivaninha limpa e dedicada.
Além disso, Kihyun tinha o cheiro de seu quarto: um cheiro doce e suave, viciante, eu diria.

Ele era a pessoa mais bonita que eu já havia visto, e sinto que jamais enjoaria de ver.

Seus sorrisos, sua voz, seu timbre.
Suas expressões, maneiras, sua cor e sua vaidade, tudo aquilo era bom demais para ser real.

Pensei tanto nele que mal vi o tempo passar.
Kihyun saiu com apenas a moletom e os cabelos desgrenhados, um pouco corado por relembrar de minha presença.
E quando eu vi seu corpo, não consegui tirar os olhos.

- V-você...

- A-aah, desculpa - eu dissem um pouco chateado por parar de lhe olhar.

Ele se vestiu de costas para mim. E até suas costas eram lindas.
Eu senti desejo em beijar cada canto delas.

Quando pronto, arrumou seu cabelo e colocou as botinas: mais uma vez todo de preto.
Olhou para mim e riu da camiseta azul e simples:
- Para de me caçoar, Hyung!

- Não é isso - ele diz ainda rindo - você usa cores demais, e eu uso de menos.

As vezes eu acho que ele esquece que tem o cabelo rosa.

Apenas saímos e fomos para a tão aguardada - por Kihyun - loja de frango.

Comemos e conversamos, rimos de algumas coisas e discutimos interesses. Quando menos percebemos, já era mais de meia noite, é só havia nós dois e outro casal na loja.

Entreguei os pratos ao balcão e saímos. Kihyun singelamente abraçou meu braço, apoiando sua cabeça nele, e sorrindo de vergonha.

- Você é fofo demais, não faça isso - eu disse com uma voz levemente travessa.

- E você é forte demais, aigoo - ele disse com um tom infantilizado.

Rimos e prosseguimos o caminho, as vezes se elogiando, as vezes nos interrompendo.
Quando cheguei na porta de sua casa eu não queria o deixar ir.
Kihyun era bom demais para ficar numa cova de leões.
Abracei-o forte e o selei lentamente.

- Até mais, Hyung.

- Até, Changkyun - e eu virei, feliz por sair com o garoto do sorriso mais lindo do mundo, e ao mesmo tempo com medo de ele ser punido.

PERFECT BOY | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora