Borboletas Paranóicas

O desespero

Sempre que me lembro desse dia, percebo que foi nessa hora que tudo começou a sair do controle. Passamos quase 2 horas procurando pelo Lucas, e nem sinal dele, nenhuma pista de onde ele poderia está. De repente, começa a chover e o sol ja quase não se enxerga mais no horizonte. À partir daqui, apenas a escuridão e o desespero será o pano de fundo dessa história.

- parceiro, o que vamos fazer já começou a escurecer e nem sinal do muleque...
- eu não sei... só sei que se eu chegar em casa sem ele eu to morto, não sei o que vou falar pros meus pais!
- moh, calma vai dar tudo certo, nos vamos achar ele, eu tenho certeza!

Procuramos por mais 20 minutos e nada. Com efeito da droga já começando a passar, a escuridão, a chuva e o cansaço repentino, não tivemos escolha a não ser desistir da nossa procura desesperada e sairmos daquela floresta.

- parceiro, eu sei que ele é seu irmão mas... não temos como encontrar ele nessa escuridão, eu sinto muito cara!

Eu estava com um semblante de derrotado, não tinha ideia de onde o lucas tinha se metido, e eu estava com muito medo da reação que meus pais teriam quando eu chegasse em casa sem ele.

- eu sei...

Digo triste, Bruna então me dar um abraço apertado. Mas tudo que consigo sentir naquele momento é um frio enorme por dentro!

- galera, eu tenho que ir nessa. Meu pai ja tá me ligando faz mô tempão e... se eu demorar demais ele vai encher meu saco, sabe como é né!

eu não sabia o que responder, estava totalmente transtornado e envolto em meus próprios pensamentos!

- ok...
- força ai parceiro, tamo junto cara!

Então ficamos só eu e a Bruna no meio da estrada sem saber o que fazer!

- moh, olha pra mim, vai ficar tudo bem, ok! seus pais vão encontrar ele, tenho certeza. Ele só deve ter se escondido em algum lugar pra se abrigar da chuva
- eu sei, mas... é muito estanho, como ele poder ter sumido assim do nada... eu não posso ir pra casa sem ele Bruna, meu pais vão me matar
- não vão não, olha pra mim! Você não teve culpa ta bom! Ele tá bem, so está perdido. Agora vá pra casa, e avise pros seus pais, entendeu?
- ta bom
- Quando vocês tiverem vindo, me ligue que ai eu venho com a minha mãe pra ajudar a procurar também, ok moh? Eu te amo!
- ok, também te amo...

Nos abraçamos mais uma vez e então nos despedimos.
  Eu estava sem saídas aquela altura, não sabia como iria contar pros meus pais, mas não tinha jeito, eu teria que encarar as consequências. Tudo que eu conseguia sentir naquele momento era uma tristeza e uma vazio que me dominava cada vez mais, e tudo que conseguia desejar era ouvir a voz do meu irmão outra vez no meio daquela floresta escura, mas... isso não aconteceu!