Capítulo 3: One More Tomorrow

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O som do pip-boy descontraía o ambiente com uma alegre melodia que trazia a ironia de falar de "um novo amanhã"

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O som do pip-boy descontraía o ambiente com uma alegre melodia que trazia a ironia de falar de "um novo amanhã". Marie desviava o olhar daquela coisa horrenda enquanto a ruiva parecia bastante curiosa inspecionando cada ponto daqueles vários veículos. A cada tentativa de observar as ações dela, acabava olhando direto para os horríveis esqueletos ainda dentro dos carros segurando os volantes e sorrindo zombeteiramente como se nem tivessem percebido o que lhes atingiu no passado.

- Mas quem deixou esses ursinhos de pelúcia como se estivessem dirigindo? - exclamou Cassandra incrédula dando alguns chutes na porta de outro veículo para desemperra-la.

A caminhada pela estrada destruída as levaram através de horas por um ermo desesperador em que nada era visto por quilômetros além de algumas ruínas de vilarejos e casas que ou estavam aos escombros ou enterradas em poeira e entulho. Por vezes se deparavam com as tais placas de trânsito que resistiram em pé ainda que enferrujadas, mas nada lhes chamou mais a atenção do que quando conseguiram enxergar a silhueta de diversos veículos mais a frente, petrificados em ferrugem numa fileira como se o trânsito intenso em que estivessem acabara os congelando no tempo.

Parados em um congestionamento de trânsito sem fim os carros se reuniam em fileiras, dos mais variados tipos e cores, como se toda uma região urbana estivesse nas ruas, e o mais bizarro: quanto mais se metiam em meio àquelas relíquias pré-guerra mais corpos apareciam, desde adultos dirigindo com ternos rasgados e roupas esfarrapadas até ossos de crianças ainda com brinquedo nas mãos como se tivessem morrido tão rápido que sequer puderam perceber o que os atingiu. Alguns cadáveres ossudos pareciam inclusive terem sido mexidos e trocados por ursos de pelúcia mal costurados e desbotados que ficavam simulando crianças ou mesmo segurando o volante. Mas quem poderia fazer uma brincadeira com humor tão negro?

- Marie você fez parte do andar de simulação que ensinava a usar veículos correto? - Cassandra se metia dentro de um dos carros com certo receio, com todo cuidado para não encostar nos corpos como se pudesse profana-los - Será que consegue dirigir um desses carros? Adiantaria-nos muito... O que é iss... Uma gaveta? Opa!

Com um estalo Cassandra encontrou uma gaveta de porta-luvas e com destreza deu alguns socos até desprendê-la. Os corpos traziam um ar macabro à situação, mas as duas não podiam ignorar a possibilidade de ter achados que indicassem pontos importantes na região.

Marie examinou as latarias velhas pensativa, aproveitando a situação para tentar ignorar a presença dos cadáveres. Agachada ao lado de um veículo passou seu dedo sobre as rodas e com o pouco de força que tinha conseguiu puxar a tampa do motor para examinar o maquinário. Apesar de sempre ter sido tratada como um dondoca e sendo uma especialista na área de medicina da Vault, Marie tinha grande atração pelas máquinas motoras, o que era um problema quando se vive isolado a uma distancia considerável da superfície. O abrigo ao menos tinha um simulador militar construído no pré-guerra que alguns interessados poderiam testar suas habilidades, e desde criança a jovem Knighten gostava da idéia expressa nos filmes e livros que tivera acesso falando sobre homens e mulheres que dirigiam veículos terrestres ou pilotavam marítimos e aéreos. Dedicara como um hobbie, porém seu irmão sempre falava que no fim ela era melhor nessas máquinas que nunca viram do que em achar a veia para aplicar injeções.

Fallout New York: Além do Vault 42Onde histórias criam vida. Descubra agora