Fugindo do inevitável

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             Toda a humanidade abriu os olhos para a verdade que está atrás de uma pequena linha tênue que separa o mundo humano do das grandes criaturas noturnas e do submundo.  Depois de toda a verdade revelada, nossos mundos viraram um só,  metade da população continuou vivendo normalmente como se tudo continuasse igual,  mas há sempre aqueles que não aceitam.

              A humanidade aprendeu da pior forma que aqueles que não se curvam para a Rainha Manrokane, morrem rapidamente pelos seus grandes servos abomináveis.  Os devoradores das sombras são seres que a noite não quer, mas é obrigada a aceitá-los,  a muito tempo antes eles foram humanos,  mas eles se aliaram a grande rainha e a recompensa deles foi a força,  imortalidade e a indestrutibilidade.

               Os devoradores das sombras exterminam todos os humanos e não-humanos que são contra a Rainha.  Eu sou uma das pessoas caçadas, minha família escondeu-se a muito tempo,  já eu continuo a procura de meu irmão Angel,  a Manrokane está com ele preso em seus calabouços.

             A terra e os outros mundos escondidos sobre ela se tornaram um só. A noite chegou e as criaturas da noite começaram a sair de seus esconderijos, muitos deles trabalham como os humanos, outros são ladrões e coisas piores.  Me movimentei entre as sombras,  um devorador olhou em minha direção,  ele sentia meu cheiro sempre,  ele sempre me encontrava,  mas eu sempre ganhava tempo. 

               No alto da torre do relógio entre meio às sombras os observei, a minha camuflagem era muito boa, só precisava do vento ao meu favor. Pulei atrás de um beco deserto, entrei em um prédio e me escondi para descansar um pouco.  Chequei todos os cômodos do último andar para não ter nenhuma surpresa,  nem me lembrava da última vez que eu havia dormido.

             Acordei com o barulho de algo se arrastando, o barulho foi chegando mais perto,  meu coração começou a fazer um som estranho, me apertei entre as colunas e nem sequer me deixei respirar,  o único som era o do meu coração palpitando ferozmente e o andar de algo vindo.

               Uma grande mão fria como a noite me puxou e jogou-me na parede fortemente,  senti o ar fugir de meus pulmões,  corri para perto da minha mochila a procura de minha arma,  senti ser puxada e alçada entre o ar,  me debati tentando me livrar das mãos pegajosas que me seguravam.  Acertei a criatura que ainda me segurava e corri entre a escuridão do prédio,  senti algo atravessar o músculo da minha coxa,  soltei um grito ensurdecedor,  até o meu caçador se assustou com meu grito.

               Arranquei o ferro que ele jogou atravessando minha perna e corri para a primeira janela em meu campo de visão, e saltei,  preferia morrer assim do que ser levada pelos devoradores.  Senti o meu cabelo tocar suavemente meu rosto e eu cair para os braços de algo que eu sempre me vi destinada,  um ser que sempre me vigiou de longe e me observava atentamente.

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