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— Se eu perguntar o que faz ai encima, terei uma resposta plausível ou é melhor apenas ignorar?

— Uriel, sabia que os albatrozes passam a maior parte de suas vidas voando? Eles são capazes de voar durante semanas sem avistar terra. Chegam a se alimentar e dormir durante o voo.

— Como você... — suspirou Uriel, desistindo de terminar a frase. — Apenas desça daí e me dê as informações da missão, pode ser? Logo depois poderá voltar ao céu.

— Não posso fazer isso, Uriel.

— Por que não? Já deveria estar finalizada, está aqui a quase vinte anos terrestres.

— Ainda não está na hora.

— Um soldado deve obedecer aos seus superiores, Castiel. Volte agora. Isso é uma ordem.

— Uriel, você não entende. Eu preciso salva-lo, se eu voltar para o céu novamente, posso chegar tarde demais.

— Salvar a quem? Isso não faz sentido, sua missão não inclui um resgate. Volte para o céu, agora! Se não for por bem, irá por mal.

A feição de Uriel se tornou séria, e em sua mão surgiu uma adaga prateada. Castiel, ainda pousado no alto do poste se virou para encara-lo. Não parecia com medo da ameaça.

Num piscar de olhos, saltou e sumiu nos ares, surgindo repentinamente com uma adaga semelhante em mãos. Segurando-a firme, partiu para cima do irmão. Treinado como um soldado, Uriel desviou facilmente do ataque, atacando ferozmente Castiel logo em seguida, que defendeu-se com sua própria adaga. Os ataques seguintes eram cada vez mais rápidos. Ambos eram acertados, mas continuavam firmes.

Juntando todas suas forças, Uriel se jogou contra o irmão e o derrubou, fazendo-o perder sua adaga. Ajoelhado sobre seu corpo, levantou a adaga para cravar em Castiel, que já não podia se defender.

— Você ainda tem uma chance, Castiel. Volte agora para o céu e receba sua punição, ou, eu o levarei a força, mas não sairá ileso.

— Eu já disse — juntando todas suas forças, segurou as mãos de Uriel — NÃO VOLTAREI COM VOCÊ, IRMÃO!

Aproveitando a chance, empurrou o irmão e rolou para o lado em busca de sua adaga, mas rapidamente Uriel desferiu o ataque, cortando gravemente seu braço. Uma luz brilhava no local, sua graça diminuía, e preocupado com sua vida, se viu sem opções.

Mesmo fraco, virou-se de costas para o irmão e abriu suas asas.

— Não irá muito longe, seus ferimentos não permitirão. Desista logo, Castiel.

— Ele me ajudará, eu sei disso.

— Está se rebelando contra o céu por um humano estúpido, Castiel?

Um bater de asas foi ouvido, e o anjo deixado para trás gritou ao vento:

— VOCÊ SE ARREPENDERÁ DISSO CASTIEL, E PAGARÁ MUITO CARO POR TRAIR SEUS IRMÃOS.



Explosões, vidros sendo quebrados, e nada além de um barulho ensurdecedor podia ser ouvido.

— Dean? Onde está...

Um garoto assustado contra a parede. Um homem inconsciente caído no chão.

Antes Que Termine o DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora