Capítulo 9 - Reencontro (parte II)

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Melissa

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Melissa

Os dias passam lentamente, já faz um mês que cheguei aqui a essa cidadezinha no meio do nada, é raro eu sair de casa (isso faz parte do meu castigo) eu não entendo como minha tia consegue morar em um lugar assim, a gente não mora realmente na cidade, mas sim em uma fazenda que fica a uma hora de distancia, e só vamos lá para consultas pre natais e para comprar mantimentos para casa.

É muito difícil morar aqui, eu me sinto muito sozinha e a cada dia que passa mais falta eu sinto de casa, não só de casa, mas também dos meus amigos. Hoje faz um mês que o Arthur se foi, eu não queria chorar, mas eu não consigo evitar, não choro pela sua morte, mas sim pela dor daqueles que ficaram, eu não consigo tirar aquele olhar triste e desolado que o Rafael me deu, quando fecho os olhos eu o vejo sentado no alto daquela escada sozinho e desamparado, essa imagem não sai da minha cabeça. Eu sinto tanta falta dele, eu queria tanto poder abraça-lo e o confortar, queria saber como ele esta agora. será que ele sentiu a minha falta?

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mais um mês se passa e eu continuo aqui. Essa solidão tá me deixando louca, já estou no terceiro mês de gravidez e não vejo a hora de tê-lo em meus braços, eu ainda não sei o que é, se é menino ou menina, mas estou louca pra ver sua carinha. Hoje é dia de pré-natal, e o médico disse que talvez pudêssemos ver o sexo do bebe, eu estou feliz e ansiosa.

Saímos do consultório médico e estou um pouco desapontada, pois não foi possível saber o sexo do bebe, mas estou feliz por ele esta crescendo saudável em minha barriga, minha tia diz que eu não devo me apegar a esse bebe, pois ele não me pertence, ha tá até parece, esse bebe é meu e de mim ninguém tira.

A verdade é que a minha família organizou uma doação, eles disseram que eu não poderia manter o bebe por que ele seria impuro, desde que é um filho fora do casamento, então eles acreditam que ele vai nos amaldiçoar, (fala serio ele é só um bebe, que não tem culpa dos meus erros, eu não vou sacrifica-lo, eu só vou descobrir um jeito de fugir daqui antes que ele nasça).

Você deve tá pensando, mas seus pais não podem fazer isso. pior é que eles podem, pois quando meu bebe nascer eu ainda serei menor, por tanto meus pais ainda serão meus responsáveis legais e poderão decidir tudo o que quiserem por mim. por esse motivo eu estou aqui, vivendo com minha tia como um prisioneiro condenado, que passa todos os minutos do seu dia imaginando e bolando seu plano de fuga.

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Já estou no meu 5° mês de gestação e eu já sinto o meu bebe mexendo, eu já não estou mais tão sozinha, pois eu falo com ele todos os dias.

Durante esses meses eu descobri que a minha tia não é uma pessoa tão mal como eu pensei, eu descobri que ela é uma pessoa sofrida, uma pessoa que teve seu coração quebrado quando era mais jovem, ela me disse que tinha 15 anos quando se apaixonou, ela viveu esse amor intensamente até que meus avos descobriram e acabaram com tudo, ela ficou gravida e sozinha, e seus pais a mandaram pra cá para esconderem a gravidez, ela sofreu bastante com o parto o bebe não resistiu e nasceu morto, meus avos disseram que esse era o resultado da maldição, disseram que o bebe nasceu amaldiçoado. Quando acabou seu resguardo e ela pode voltar pra casa descobriu que seu amor estava com outra, ela concluiu que isso era o seu castigo, então voltou pra cá, pra essas terras de ninguém e paga sua penitencia eterna.

Eu sei, a sua historia é bem parecida com a minha, mas eu sei que não vai ter o mesmo final, eu não vou deixar isso acontecer, eu vou cuidar de mim e do meu filho, quando o bebe estiver perto de nascer eu dou um jeito de fugir daqui e vou pra bem longe, pra poder pari e cuidar do meu filho longe de todos que me querem mal.


Nossa! eu tô muito cansada, já estou no meu 8º mês de gravidez e meus pés doem, eu não consigo dormir direito e o pior disso tudo? é que eu ainda não tenho nenhum plano de fuga, eu preciso sair daqui.

Hoje é dia de consulta pré-natal, então hoje vamos a cidade, eu tenho que arrumar um jeito de fugir de lá.

Chego a consulta e esta tudo bem, meu menininho está grande e forte, quando a consulta chega ao fim minha tia diz que precisa de alguns mantimentos eu digo a ela que eu não tenho condições de ir então peço a ela pra me deixar descansar no parque, como eu sempre venho descansar ao final das minhas ultimas consultas ela não desconfia de nada, então eu sigo em direção ao parque, quando passo por entre as arvores vejo uma grande movimentação e ai percebo que são turistas, não é uma coisa que acontece constantemente, mas como é uma cidade histórica, ela acaba sendo bastante visitada por historiadores e arquitetos. Ao pensar nisso me lembro que o Rafael estuda arquitetura, ele ia adorar essa cidade, tão rica em historia. Penso tanto no Rafael que começo a achar que ouvi sua risada, isso é loucura, começo a rir de mim mesmo quando de repente escuto seu nome, sera coincidência?, duvidando que seja isso começo a me afastar de onde estou e vou em direção ao grupo de turista, vou ladeando as arvores e fico quase em frente ao grupo, não fico totalmente a amostra, não quero que eles pense que sou uma maluca que fica curiando os outros. olho atenta ao grupo ate me deparar com uns olhos que aquece meu coração, Meu Deus é ele, ele tá aqui, ele veio me salvar.




casada com o meu cunhadoOnde histórias criam vida. Descubra agora