Acordo com o cheiro de erva impregnando em minhas narinas. Olho para o lado e vejo Brandon no sofá fumando.
-Brandon? - Digo baixinho. -Como vim parar aqui?
-Te trouxe para dentro. - Ele diz seco.
-Ah... Obrigada...
-Venha, sente-se ao meu lado. - Ele bate no lugar vazio do lado dele. Faço o que ele manda. -Quer um trago?
Pego o cigarro de maconha da mão dele e o fumo. Nunca tinha fumado na vida, mas já o vi fazê-lo muitas vezes. Tantas que aprendi.
-Aonde aprendeu a fumar, gatinha? - Ele ri pegando o cigarro de volta.
-Aprendi com você. - Abro um sorriso tímido.
-Mas eu nunca te ensinei.
-Eu presto atenção no que você faz.
Ele dá um beijo em minha testa e põe o cigarro na minha boca.
-Toma. Eu pego outro para mim!
Aquele era o jeito dele de demonstrar afeto. Estranho, eu sei, mas era o seu jeito.
-Que horas são, meu bem? - Pergunto para Brandon.
-6:45. - Ele responde.
-Nossa, fumando a essa hora? - Dou risada.
-Você não pode falar nada de mim. Olhe só para você. Nem parece a Troian que eu conheci!
-E qual Troain você prefere?
-Qual você acha que prefiro? - Ele beija meu pescoço.
-Ótimo saber disso, agora preciso ir para a escola.
-Fique em casa hoje! - Ele pede.
-Não posso, tenho teste.
-Tudo bem. Quer que eu a deixe na escola?
-Sim! - Digo levantando-me.
Pouco antes de entrar na escola Brandon me adverte de que meus olhos estavam extremamente vermelhos, por conta disso pus meus óculos escuros.
. . .
Já na sala de aula, Josie vinha em minha direção. Eu ainda estava com os meus óculos, e isso fez ela ficar confusa.
-Troian, por que está com esses óculos?
-Dor de cabeça. A luz piora. - não era esse o motivo, mas eu realmente estava com dor de cabeça.
-Aham, e você acha que eu acredito?
-Acredite no que quiser - dou de ombros.
Josie tira os meus óculos e fica boquiaberta com a vermelidão em meus olhos.
-Troian, você fumou?
Não respondo.
-Eu não acredito que... Mas que merda, Troian!
-Vai me dar lição de moral agora?! - Digo irritada.
-Vou! É o que eu sempre faço, mas você nunca aprende! - Ela elevava cada vez mais o tom.
-Primeiramente, não eleve o tom para mim. Segundo, eu tenho os meus motivos.
-Ah, você tem os seus motivos? - Ela debocha. -Sinto muito, Troian. Esqueci que você sempre é a coitadinha, que tudo na sua vida é pior do que na vida dos outros!
Eu estava quase chorando. Eu não podia chorar.
-Pra mim já chega! - Digo um pouco alto demais e me levanto, mas Josie praticamente me joga de volta na cadeira.
-Não! Agora você vai me escutar! - Ela também estava querendo chorar. -Troian, eu não te reconheço mais. Olha só no que você se transformou! Como você consegue continuar tendo essa vida? Onde foi parar o seu amor próprio? Acha que é assim que a sua mãe vai se orgulhar de você?
Me levanto sem dizer nada e ando em direção à porta.
-Então é isso que você vai fazer? Fugir? - ela grita sem sair do lugar. -É isso que os covardes fazem, fogem dos seus problemas. É isso que você faz, sempre!
Levanto o dedo médio e saio da sala.
. . .
-Gatinha? Por que voltou? - Brandon me olha confuso ao me ver abrir a porta.
-Não quero ficar naquele lugar. - digo e me jogo no sofá, ao seu lado.
-Vem cá, Troian - ele abre os braços e me deita em seu colo. -Quer conversar?
-Ér... Eu... Briguei com a Josie...
-Ignora isso, vamos dar uns tragos. - Ele vai até o quarto e volta com seda e maconha. -Sabe enrolar?
-Acho que sim.
Tento fazer o mesmo que ele fazia. Rimos dos meus fracassos até eu conseguir enrolar um com perfeição.
-Olha, essa é a minha garota! - Ele diz e beija a minha testa.
Essa é a sua garota... Mas essa não sou eu... Aliás, quem sou eu..?
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Bitch
RandomEu não era assim. Aquela não era eu... Ele queria uma vadia, e eu me tornei uma!