Apenas uns hematomas

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-Brandon, você já bebeu demais. - Digo tirando o copo da mão dele.

-Que se dane! - Ele diz em um tom agressivo e puxa o copo com força, fazendo, assim, com que sua bebida se derramasse um pouco no chão.

-Quer saber, que se dane mesmo! Faça o que você quiser, eu cansei de tentar fazer você virar uma pessoa decente, coisa que você NUNCA será! - Sinto uma leveza depois de finalmente poder dizer isso em voz alta.

Ele se levanta e encara o meu rosto. Ele parecia com ódio, prestes a explodir. E bem, ele estava.

-Você deveria pensar melhor antes de dizer algo sobre mim. - Ele diz e dá um tapa em meu rosto.

-Isso só comprova o que eu disse sobre você, Brandon. Você é um merda! - Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ele envolve suas mãos no meu pescoço e me pressiona contra a parede.

-Não eleve o tom para mim! Quem você acha que é, garota?

-Quem... você acha que é? - Digo com dificuldade.

Ele apertava cada vez mais. Eu estava tonta, sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Não conseguia sequer respirar. Me debatia e dava socos nele, mas ele só me machucava mais e mais. Quando achei que não conseguiria mais aguentar, ele me solta. Caio no chão e tento recuperar o fôlego, mas ele agarrou o meu cabelo e bateu com a minha cabeça na parede diversas vezes. Eu chorava, gritava, tentava me esconder, fugir, qualquer coisa. Eu estava desesperada! Ele me dava chutes, socos... Aquilo doía tanto... Cheguei ao ponto de cospir sangue. Eu não aguentava mais. Precisava sair dali.

-Por favor, pare! - Digo o mais alto que consigo.

Ele não parava!

Os golpes iam ficando cada vez mais fortes, cada vez mais irados. Ele estava fora de si.

Todo o resto de dignidade que havia me sobrado não existia mais. Como deixei chegar a tal ponto? Eu estava sendo espancada por alguém que disse me amar. Como eu pude nutrir algum sentimento por uma pessoa assim que não fosse nojo? Nesse momento tudo que eu sentia era ódio. Não só dele. Eu sentia ódio de mim! Eu deveria ter feito algo para acabar com isso a muito tempo. Na verdade, essa relação nem deveria ter começado. Onde eu estava com a cabeça para ficar com alguém como ele? Para amar alguém como ele?

Quando ele finalmente parou de me bater eu não conseguia me mover. Fiquei quase uma hora deitada no chão, encolhida. Eu chorava, e me culpava por tudo aquilo.

Pensei em ligar para a polícia, mas ele havia me ameaçado. Pensei em ir para a casa de minha mãe, mas ele me renegou. Pensei em falar com a Josie, mas era vergonhoso demais. Foi aí que eu notei que... Eu não tinha ninguém...

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