ฯ 08 ฯ

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Emmanuelle.

- Onde você estava, Emanuelle?  - meu pai pergunta quando entro em casa

- Com as meninas - respondo sem olhá-lo nos olhos

- E por que não atendeu as ligações? - pergunta vindo para mais perto

- Estava ocupada - digo e ele segura meu rosto

- Emmanuelle, eu estou sentindo o cheiro de álcool em sua boca. Cheiro de cerveja barata - arregalo os olhos - Você estava bebendo?

- Não - minto e ele solta meu rosto, segurando meu pulso

- Para seu quarto! - diz, me puxando pela casa - Eu detesto mentiras!

- Espera, papai, não...- ele abre a porta do meu quarto e me empurra para dentro - Papai!

  Ele fecha a porta e tranca por fora.

- Não, não, não...- passo as mãos pelo rosto

  Me sento na cama e suspiro. Eu odiava quando meu pai fazia isso. Ele sempre me deixava trancada no quarto até o outro dia, e as vezes eu ficava desesperada.

Andei até a sacada e uma ideia apareceu em minha mente. Eu poderia tentar sair sem que ninguém percebesse e sem acionar os alarmes.

Peguei meu celular e digitei a senha do alarme do jardim, o desativando.
   Voltei até a sacada e segurei no galho da árvore. Respirei fundo e inclinei meu corpo, me segurando na árvore. Fui descendo com cuidado até chegar no chão.
Corri até os portões e saí simplesmente sem rumo. As pessoas que me viam correndo, me olhavam como se eu fosse louca. Mas não me importava, eu queria me sentir livre.
 
- Ei, mocinha - ouvi uma voz masculina quando parei de correr - Espere!

Olhei para trás e o vi com um sorriso travesso. Aquilo serviu para que eu entrasse em desespero e corresse para o lugar mais próximo. Uma rua estreita.

- Droga! - murmuro e pego um objeto pontiagudo que estava no chão

- aí está você - ouço a sua voz e me viro para si

- O que você quer? - pergunto, apontando o objeto para ele

- O que você tem pra mim? - engulo em seco

- Me deixa em paz! - ando para trás e ele ri

- Menina, você não está na sua área. Aqui é meu lugar e eu faço o que quiser - ele vem até mim e eu engulo em seco

- O que você...O que você vai?

- shii...quietinha - minha respiração fica irregular

- Olha, me deixa ir pra casa, eu juro que...

- Ir pra casa? - ele ri e põe a mão em meu rosto. Eu apenas fecho os olhos com força

- Mason, deixe-a ir - ouço uma voz masculina

- Qual foi, Hayes?! Você a conhece? - abro os olhos e vejo Hayes nos encarando

- Sim - diz sério - Agora vá e deixe-a

- Que droga, hein?! - ele murmura e sai da rua

- O que você está fazendo aqui? - Hayes pergunta, porém não consigo responder

Continuo parada, amedrontada. O que ele iria fazer comigo se Hayes não chegasse?

- Emmanuelle? - ele me chama, vindo para perto

- E-eu...- gaguejo e ele faz uma careta - Eu só...

- Vá para casa - diz e eu minhas pernas fraquejarem e minhas vistas ficarem escuras



 

No Way | Hayes Grier Onde histórias criam vida. Descubra agora