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MAITE
David tinha razão... eu tinha que tentar mais uma vez impedir essa loucura, esse enorme erro que era esse casamento... eu pedi, implorei, até mesmo coloquei de lado meu amor próprio tantas e tantas vezes... mas eu o amava, eu o amava demais e não podia permitir que ele se casasse com aquela maldita, mentirosa, vagabunda...
Era a última chance, a última esperança, talvez se ele me visse ali na igreja, fosse desistir dessa loucura e daria mais uma chance para sermos felizes: eu, ele e nossa linda filha.
Para o meu azar, o trânsito estava caótico... uma tempestade caía sobre a cidade... raios e trovões riscavam o céu, tornando aquela tarde assustadora... mas a tempestade que caia lá fora só não era maior daquela que havia dentro de mim... do meu coração...
David dirigia o mais rápido que podia, sei que para ele não estava sendo fácil... minutos atrás ele confessou estar apaixonado por mim e agora estava me levando até o homem que amo para que eu impedisse o seu casamento... cada vez mais me encanto por ele, pelo homem íntegro, gentil, capaz de abrir mão da própria felicidade para me ver feliz...
Olho o relógio constatando que o casamento já havia começado... um aperto no peito toma conta de mim só de pensar que eu não chegaria a tempo...
D: Calma... estamos quase chegando... vai dar tudo certo... – Disse ele pegando minha mão e depositando um beijo
M: Ai David... eu queria ter a sua confiança e otimismo... não sei se estou fazendo o certo... e se ele casar mesmo assim? E se ele disser sim a Alicia?
D: Se ele disser sim vai ser o homem mais burro da face da Terra... não tem como resistir a você May... a sua doçura, sua beleza, seu caráter... você é uma mulher maravilhosa... eu sei que o William não é muito inteligente mas ele sabe o valor que você tem... e eu duvido... duvido que ele leve essa cerimônia adiante se você aparecer lá... fique calma... – Disse ele acariciando meu rosto enquanto acelerava mais e mais
M: Ai tomara... tomara David... porque eu não sei se sou capaz de suportar ver o William casado com aquela mulher... você não tem idéia de como dói amar uma pessoa, ter ela tão pertinho e não poder tocar, beijar, abraçar, não poder gritar aos quatro cantos que ama... é horrível... é torturante... é uma dor que não cabe dentro do peito... – Respondi encostando a cabeça na janela do carro observando a chuva que caia
D: Acredite... eu sei exatamente como é isso... sinto na pele essa dor... – Respondeu ele suspirando fundo me fazendo olhar para seu rosto podendo ver a sua dor
Um enorme silêncio toma conta daquele carro depois da declaração de David... ele realmente gostava de mim... e me sinto culpada por isso... não queria que ele sofresse... principalmente porque sei que jamais poderei corresponder a esse sentimento...
D: Chegamos... agora é com você May... – Disse ele estacionando o carro em frente a igreja
M: Você vem comigo? – Perguntei tirando o cinto de segurança
