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MAITE
Meu pai nunca havia levantado a mão para mim... nunca... eu estava tão decepcionada, tão triste, tão ferida com tudo que estava acontecendo... ele se transformava em uma fera quando eu me opunha a esse casamento arranjando...
Mas eu não quero... não quero me casar com Damián, não o amo... tenho nojo dele, não suporto o seu jeito, sua voz, suas manias... como posso me unir com alguém como ele? Como? Seria como assinar minha sentença de infelicidade... não posso fazer isso e meu pai teria que entender...
A sua bofetada doía muito mais em meu coração do que em minha pele... era muito triste saber que ele se importava mais com o dinheiro do que com a felicidade de sua única filha...
H: Meu Deus o que está acontecendo aqui? Ouvi os gritos lá do quarto... o que você fez Antonio?- Perguntou minha mãe desesperada ao me ver jogada no chão com a mão no rosto
A: Você educou muito mal essa menina... a culpa de tudo isso é sua... a nossa filha é uma desajustada, uma rebelde... ela teve coragem de me afrontar...
M: Não... em nenhum momento eu o afrontei papai... apenas disse que não quero esse casamento... não quero me unir a um homem como o Damian... eu não o suporto papai...
H: Antonio por favor... escuta a menina... ela já é maior de idade, não podemos obriga-la a nada... – Disse ela me ajudando a levantar do chão
A: Vocês enlouqueceram? Esqueceram da nossa situação financeira? A Maite vai se casar com o Damián e está decidido... eu dei a minha palavra e a palavra de Antonio Beorlegui sempre é cumprida...
M: Mas papai...
A: Não tem papai nenhum... não sei o que aconteceu com você Maite... mas seja lá o que você esteja pensando, ou sentindo, é melhor desistir... eu já decidi o seu futuro e ele será ao lado de um homem bom, de família, um homem que vai poder lhe dar uma boa vida... hoje você pode até não entender, mas no futuro, quando for mãe, vai saber que a atitude que estou tomando é a correta... seu casamento acontecerá daqui a dois meses... e é melhor você se comportar como a noiva do homem mais rico e respeitado do México... chega de infantilidade e rebeldia... porque você não é como a Esther? Gostaria que ela fosse a minha filha e não você... – Disse ele saindo da sala e me deixando chorando nos braços de minha mãe
H: Calma meu amor... não chora minha filha... não chora
M: Me ajuda mamãe... me ajuda... não é isso que eu quero para a minha vida... não é...
H: Mas filha... você estava conformada com esse casamento... o que aconteceu para você mudar de idéia? O que? – Ela perguntou e eu queria contar a ela tudo que estava acontecendo comigo... mas não podia... meu coração sangrava de tanta dor e desespero... um enorme medo tomava conta de mim... eu tentava achar uma solução para tudo aquilo mas não conseguia... cada vez mais me via longe de William e mais perto de um casamento infeliz
