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MAITE
Foi como tirar uma tonelada dos meus ombros... sempre sonhei em dizer toda a verdade a William... desde que descobri que estava grávida não teve um só dia que eu não sonhava com esse momento... mas nunca quis que fosse assim... não dessa maneira, não com ele descobrindo dessa forma, com a nossa filha correndo risco de vida.
E agora que finalmente eu havia dito toda a verdade, a ansiedade deu lugar ao medo... a um imenso medo dele me desprezar, de me odiar e principalmente de querer tirar a minha filha de mim... logo ela que era tudo que eu tinha na vida, que durante todas esses anos foi a minha única razão de viver, de ser forte, de seguir em frente.
Ele me olhava com os olhos cheios de lágrimas... ele já sabia, já sentia... só precisava da minha confirmação e ela veio... e agora eu só pedia a Deus para ele tentar entender...
M: Ela é nossa filha Will... minha e sua... a filha que sempre sonhamos em ter... eu sempre quis te contar, sempre quis compartilhar essa alegria com você... mas não consegui, eu nunca consegui te encontrar para dizer que dentro de mim havia uma vida que nós dois concebemos... mas você sumiu do mapa... não estava mais em Cuba e eu perdi totalmente o contato com você... por favor William fala alguma coisa, grita, xinga, briga comigo mas por favor fala... fala alguma coisa... não me deixa nessa angústia... – Pedi não suportando mais aquele silêncio
WL: Você não tinha esse direito... você não tinha o direito de mentir para mim Maite... eu merecia saber, eu precisava saber... você sabe como eu sempre sonhei em ser pai... nós planejamos tanto essa filha... fizemos planos Maite... planos e você simplesmente me deixou de fora desse sonho... você me impediu de ver a minha filha crescer... – Disse ele aos gritos
M: Eu não te achava... pelo amor de Deus entende isso... eu te procurei durante meses e quando a Luna nasceu eu voltei a te procurar mas nunca obtive sucesso... o que você queria? O que você queria que eu fizesse? Eu me vi grávida, casada com um homem desequilibrado, alcóolatra, com a família em ruínas, a beira da falência... eu não podia mais chorar por você William... eu não tinha mais esse direito... eu enxuguei minhas lágrimas e fui a luta... deixei de ser menina e me transformei em mulher porque tinha uma criança que precisava de mim... da minha força... em poucos meses eu me vi sem você, mas com um filho seu nos braços, um fruto do nosso amor... a única lembrança daquele amor tão breve, tão fugaz, tão intenso... eu queria William... queria ter você ao meu lado na hora do parto onde tive tanto medo... queria ter você quando nasceu o primeiro dentinho dela, quando ela disse a primeira palavra, quando ela andou pela primeira vez, queria você ao meu lado nas noites que passei acordada agoniada quando ela estava doente... eu juro que queria... mas você não estava... e só me restava sonhar, imaginar como seria se você estivesse ali ao nosso lado... ao lado das suas meninas...
WL: Eu daria tudo... tudo que eu tenho para estar com vocês, para ver nossa filha crescer... para aproveitar cada momento ao seu lado e ao lado da nossa menina... eu entendo... eu realmente entendo o fato de você não ter me contado da gravidez assim que soube... eu fui embora de Cuba, me mudei para Nova Iorque, mas assim que nós nos reencontramos você tinha que me dizer, tinha que ter contado para mim Maite... era meu direito saber que sou pai, que tenho uma filha... mas você continuou mentindo... eu perguntei para você... perguntei se a Luna era minha filha porque assim que eu a vi senti algo diferente, uma emoção tão grande, um amor que eu não sabia explicar, como se eu tivesse encontrado algo que procurei a vida toda... e o que você fez? O que você fez Maite? Você mentiu... mentiu para mim... você tinha a chance de recuperar o tempo perdido mas mentiu... mentiu por puro egoísmo... – Ele gritava cada vez mais alto
