Capítulo 4 - A aldeia e o vulcão 🌋🗻

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*Aquela noite não parecia ter fim...*

•••

Acordamos, um pouco tontos. Eu estava meio fora de si. Olhei para os lados, e vi que aquele lugar era bem peculiar do que eu conhecia... Era feito de palha. A simplicidade em cada canto. Mandalas gigantes. Era uma oca. Me levantei. Angélica ainda estava desacordada (o que era de se imaginar!). Quando olhei para o lado de fora, haviam varias casas de palha. E uma multidão de pessoas semi-nuas. Mas as mulheres estavam mais vestidas. Fiquei constrangido. Fiquei com vontade de sair dali. Imediatamente. Então corri para tentar acordar Angélica. Mas eu já sabia que ela não acordaria tão rápido. Então empurrei ela da pequena maca de madeira. Ela despertou com um susto.

Angélica: Pietro, o que é!!!?? - Tapei a boca dela rapidamente para não chamar atenção.

Pietro: Fica quieta! Vamos fugir desse lugar, é uma aldeia... E os moradores dessa região tem cara de poucos amigos...

Angélica: Ué... Como assim?! - Ela disse, depois de eu soltar ela.

Pietro: ESSE PESSOAL É ESTRA... - interrompi, ao ver ao meu lado, os índios. Dei um sorriso nervoso para eles. Eles pareciam bem estressados.

Angélica: Eita, são índios mesmo! EU SER ANGÉLICA, E ELE SER PIETRO! UGA, UGA!

Pietro: Angélica, para que tá feio... Na verdade, tá ridículo... - Sussurrei em seu ouvido.

Potira: Meu nome é Potira. E não precisa falar assim... Que língua desorganizada é essa que essa garota disse, hein?

Pietro: Língua do vexame... Eu tento calar ela, mas é complicado...

Jurema: Ah... Eu sou a Jurema. Prazer. - Ela estendeu a mão e nós apertamos.

Conversamos por um tempo sobre a aldeia. E uma coisa que elas me contaram, me deixou intrigado... A aldeia era em cima de um vulcão. Que podia entrar em erupção a qualquer momento.

Pietro: Vocês não tem medo de que tudo seja destruído?

Jurema: Medo nós temos. Mas correr o riso vale a pena. E afinal. Se não aconteceu nada até agora, por que motivo aconteceria logo hoje né?

De repente, tudo balançou. Um tremor forte começou a balançar o chão. Eu olhei para Angélica meio desesperado. Mas depois, parou.

Potira: Jurema, é melhor ficar calada... Palavras podem ter poder de vez em quando.

Jurema: Será que as palavras têm poder? Ou será que essas duas crianças tem?

Eu e Angélica nos olhamos, entrando em desespero.

Jurema: Ai, é brincadeira!! Ha, ha, ha, ha!

Todos riram. Eu e Angélica rimos de nervoso mesmo...

Nos sentamos na beira do vulcão.

Angélica: Vem cá, essa é a aldeia do tipo que vemos nos livros de História é?

Jurema: Livros de... Ah! História! Eu gosto de romances! As lendas que o líder da tribo nos conta são bem românticas... E assustadoras também...

Angélica: Não é esse ti...

Pietro: Angélica, silêncio. - Sussurrei novamente.

De repente, houve um tremor tão forte, que eu e Angélica despencamos, e rolamos montanha abaixo até o rio. Jurema e Potira levantaram assustadas, e gritaram, perguntando se estávamos bem. Levantamos, vivos (não sei como ainda), e respondemos que sim. Mas o tremor ficou muito forte. Começaram a despencar pedras do vulcão. De repente, uma cratera foi se formando no vulcão, e a aldeia foi sendo sugada. Todos estavam em desespero ali em cima. Começamos a nos apavorar também. Jurema e Potira se jogaram da montanha, e caíram no rio. A lava começou a escorrer pela montanha e tomar tudo. Corremos para dentro da floresta, que ia pegando fogo com a lava que a engolia.

Eu e Angélica fugimos para bem longe. Paramos para respirar um pouco em baixo de uma árvore. De longe, ouvimos o vulcão explodir. E vimos Jurema e Potira vindo atrás de nós. Ficamos com medo, mas não tínhamos mais fôlego para correr. E então elas nos alcançaram, mas o que queriam nos dizer era bem diferente do que imaginávamos.

Jurema: Crianças... Fujam... Eles estão querendo matar vocês...

Potira: Mal conseguimos explicar por causa da correria... Mas vamos correr... Nos abrigaremos em algum lugar, vamos cuidar de vocês por enquanto...

Angélica: Mas vocês não podem! O lugar de vocês é junto aos índios!

Pietro: É, nós podemos ir sozinhos!

Jurema: Acreditem, essa floresta é bem tenebrosa. Vocês não vão querer adentrar nela sozinhos à noite...

Eu e Angélica nos olhamos, e acabamos aceitando. Mas a população da aldeia ainda estava atrás de nós. Então, eu e Angélica subimos nos ombros de Jurema e Potira, e sumimos na mata.

Chegamos na beira de mais um rio. Descemos dos ombros das meninas.

Jurema: Ei, crianças, é hora de seguirem. Sozinhos...

Angélica: Perai, vamos ficar sozinhos de novo?! Ah, meu Deus, é só o que faltava...

Pietro: Angélica, fica quieta!

Potira: Estão vendo aquele barco de madeira bem ali?? Com uns remos?

Olhamos e vimos o barco.

Potira: Então... Fujam com ele. Vão pelo rio.

Angélica: Mas... - de repente, vimos a população da aldeia se aproximar com tochas e flechas para nos atacar. Então, elas nos colocaram no barco, e começamos a remar, nos distanciando.

Jurema: Vão, crianças! Aqui não é lugar para vocês!!

E então, agradecemos. E nos distanciamos por completo. Não sabemos o que houve com elas... Espero que não tenham sido vítimas daquela população...

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