Jovens dançavam grudados uns nos outros, a luz baixa, quase inexistente e o som alto. Como um homem de 26 anos consegue se sentir tão incomodado com o barulho, o cheiro do álcool, as mulheres se jogando a seus pés?
Eu queria dizer não. Queria ter arrumado uma desculpa como fazia todas as vezes que essa galera ia para a farra. Mas eu não podia. Não no dia dela.
Olhei ao redor e vi Léo empolgado. A noite do cara terminaria com uma bela mulher em seus braços. Eu já não via mais graça naquela enrolação toda.
Sempre fui um homem mais sossegado, mas há um tempo que só conseguia pensar em me estabelecer, criar raízes, me casar e ter meu primeiro filho antes dos trinta.
Era estranho e eu sabia disso. Ser o mais velho de todos não deveria ser o suficiente para me tornar um homem com pensamentos tão diferentes deles.
Subimos a escada em caracol e fomos para a sala vip. Léo alugou para comemorarmos já que gostava da garota como se fosse sua irmã. Ele era um ótimo chefe e um grande amigo. Sempre soube que ele nunca a viu com outros olhos e, por isso, nunca senti ciúmes.
Assim que entramos eu a vi. Linda! Um vestido preto de alcinha fina bem apertado que envolvia todas as curvas maravilhosas, o decote era generoso nos seios e chamava a atenção. Minha boca se abriu e umedeci os lábios com a língua.
Se ela não fosse apenas uma garota seria capaz de pedi-la em casamento. Eu seria capaz de passar o resto da minha vida ao lado dela.
– Fecha a boca. Tá babando demais. – Léo bateu a mão no meu pescoço.
Sorri. O que eu podia fazer? Todos sabiam que eu tinha uma queda por ela há muito tempo. Apenas uma menina, Anderson. Era o que tentava me lembrar.
– Eba!!! Vocês vieram! – Ela correu em nossa direção e abraçou Léo.
– Parabéns Manuzinha. – Ele retribuiu o abraço.
O vestido subiu uns centímetros e as coxas grossas chamaram a atenção, assim como a bunda dura. Céus! Nessas horas me arrependia de ser um professor exigente e fazer ela malhar feito o cão.
– Vai lá. Tem várias amigas loucas para conhecer o gato do meu chefe milionário. – Ela deu um tapinha no ombro dele.
Leonardo Brandão não pensou duas vezes antes de ir até Pedro, que já estava rodeado por garotas.
– Obrigada por ter vindo. – Voltei minha atenção para a mulher a minha frente assim que escutei sua voz melodiosa.
Os olhos baixos, os cabelos caídos, escondendo parte de seu lindo rosto, as mãos cruzadas em frente ao corpo. Para completar, a maçã do rosto ficou vermelha de vergonha.
Eu sabia que não era certo, mas a puxei para um abraço. Senti todo o meu corpo se acender enquanto ela, deliberadamente, esfregava os seios pelo meu peito. Levei uma mão para os cabelos rebeldes e suados e inspirei o cheiro dela.
Ela se arrepiou e eu soube que estava no inferno.
– Feliz 18 anos menina! – sussurrei em seu ouvido.
Senti os lábios macios em meu pescoço e respirei fundo buscando o monge em mim.
Céus, essa garota ainda me levaria ao inferno.
Manuela
As luzes coloridas envolviam a pista de dança e a batida fazia meu corpo vibrar. Léo fez um favor enorme ao fechar a área vip da boate para mim. Era uma fortuna, pelo menos para mim, mera mortal que não pagaria um salário inteiro apenas para reservar um lugar ali. Mas para meu lindo chefe loiro, as coisas eram diferentes. Com um clima aconchegante, podia observar todo o movimento da boate de onde estava, no primeiro andar.
Por isso, precisava aproveitar a noite, mas também tinha uma missão a cumprir e era esse o motivo de dançar o mais provocante que conseguia.
Estava completando 18 anos e ele não tinha mais motivo para me chamar de garotinha. Estarmos juntos já não seria considerado ilegal, e torcia que isso fosse motivo suficiente para fazê-lo querer mais.
Ele estava sentado ao lado de Leo, longe da pista de dança, mas sua atenção estava em mim. Então, dancei mais provocante. Queria provocá-lo até que não fosse mais possível resistir. O problema era: eu estava longe de ser as mulheres experientes que ele estava acostumado.
Estava fazendo papel de palhaça, não estava? A vergonha falou mais alto e virei ficando de costas para ele. Diminui o ritmo e respirei fundo. Se concentra Manuela! Se você não tentar, nunca conseguirá.
Curiosa, dei uma leve olhada para trás e me desanimei. Ele havia sumido. E eu, estúpida, achando que estava arrasando.
Um amigo, que fez o ensino médio comigo, me trouxe mais um Cozumel. Agradeci. Eu não podia deixar Anderson acabar com minha festa. Tomei um longo gole, mas sem deixar de dançar.
Estava suando como nunca na vida. O vestido já grudava em meu corpo. O calor me fez levantar os cabelos molhados com a mão livre e segurá-los no alto. Fechei os olhos um momento e aproveitei o som da música.
Senti uma mão rodear minha cintura e um sopro em meu pescoço. Não me importei em descobrir quem era. A área VIP era fechada para meus amigos. Decidi que, se o Anderson não queria, não me privaria de uma boa noite.
Comecei a me entregar ao carinho.
— Você não acha que já bebeu demais, garotinha? — Meu corpo se arrepiou ao descobrir quem era. — É muito para uma primeira vez.
De todos, jamais imaginei que seria ele a me envolver. Sorri. Meu coração se enchendo de esperança.
— Dê, não é porque fiz 18 anos hoje que estou bebendo pela primeira vez. — Talvez fosse o álcool ou o desespero de fazer aquilo funcionar, mas rebolei para provocá-lo.
— Mas está claramente alcoolizada. — Virei-me, ficando de frente para ele.
Nós dois começamos a dançar, mas ele impôs logo uma certa distância.
— Sabe, talvez você não tenha reparado muito em mim durante a noite, mas não bebi tanto e, além disso... — Ele pôs o dedo em minha boca, calando-me
— Muito engraçadinha você. Impossível não ter reparado em você.
— Bom... — Mordi o canto do lábio e desci um pouco rebolando, depois subi o mais provocante bem perto de seu corpo. — Então você deve ter percebido que, a cada gole de bebida, tenho tomado alguns longos goles de água. Não pretendo me embebedar hoje.
— Achei que fosse essa a intenção da garota que completa seus 18 anos. — Os dedos dele seguraram firme minha cintura.
— Oh não! Meus planos são outros. — Sussurrei em seu ouvido.
— Ah garota. Não vou entrar no seu jogo. Você é gostosa pra caralho, mas...
— Me esforço para isso. — Cortei suas palavras de recusa. — Tenho um ótimo professor, inclusive. — Afastei-me um pouco dele, mas fui puxada de volta.
— Isso é verdade. Mas se você está pensando que vai me provocar a ponto de me fazer tirar sua virgindade, garota... Está enganada.
— Que pena! — Estralei a língua. — Mas se você não quiser, sei que consigo alguém que queira. Não tenho intenção de ficar nesse estado por muito mais tempo.
Deixei um beijo molhado no pescoço dele antes de me virar e rebolar para longe. Eu guardei minha virgindade para ele, mas daria a ele o gostinho de saber disso.
Ele ficou no meio da pista de dança e fui até o bar onde estava Deco, um grande amigo. Daqueles que não se importariam de me ajudar a fazer um pouco de ciúmes.
Eita que voltamos! Agora com Manuela e Anderson...
Capítulos serão postados nas quintas e domingos!!!
Devemos terminar o livro rapidinho, já que ele é bem curtinho!
Espero que, quem já leu, aproveite para reler, quem não leu, aproveite para ler!
No mais, estamos aqui!!!
Beijos!!!
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Encontros e Desencontros do Amor: Manuela
RomansaAnderson já está cansado de farra e festas. pretende se estabelecer e precisa encontrar a mulher ideal para você. O grande problema de sua vida é que seu corpo e seu coração chama por Manuela. uma garota que acabou de completar seus 18 anos. Os an...