Minha mão queimada, e meu estranho coração partido

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One-shot de acordo com o episódio Sleepover At Sikowit'z.

Ponto de vista da Jade

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Minha mão ainda doía, queimava como o inferno. As lágrimas caiam de meus olhos, borrando minhas bochechas de maquiagem. Não era por essa dor que eu estava chorando. Era por outra.

Eu o vi flertando com ela, pela primeira vez não era ela flertando com ele. Aquilo corroeu meu coração. Isso fez minha alma evaporar.

Sempre odiei a Tori, desde o primeiro dia. Sempre. Ela vivia flertando com ele, e o beijou também. Em todas as peças ela pegava o papel principal, e é claro, como Beck é um bom ator, ele sempre pegava também. E em TODOS os papéis, eles tinham que se beijar. Eu fui obrigada a ver isso várias vezes por semanas, nos ensaios e nas peças. Esse era um dos motivos pelo qual eu sempre evitava ir para a escola ver essas estúpidas peças.

E por isso eu escrevia peças, para se por ventura eles virassem os principais, não tivessem que se beijar. Por isso que eu tentava entrar em todas as peças, eu fazia o ensaio para todas, fazia o teste e tudo mais...
Mas como a Divina Miss Perfeitinha Vega Que Agrada A Todos Em Sua Volta, recebia todos os papéis principais por sua "personalidade fofa e beleza notável", não havia nem jeito de tentar. Mas eu nunca desistia, eu sempre quis ficar o máximo de tempo perto dele. E isso estava ficando cada vez mais impossível.

Talvez eu merecesse mesmo isso, talvez era algo que o destino reservou para mim. Mas isso era injusto... Eu precisava dele, como todos os seres precisam de água. Não era para ele ser assim, tão duro comigo.

Eu limpei meu rosto. Retoquei minha maquiagem me olhando pelo retrovisor do carro, o que se tornou meio meio difícil por causa da minha mão enfaixada. Bom, se ele queria jogar assim, eu também jogaria.

Sorri. Ainda me olhando. Ele pagaria por aquilo, por aquela noite em claro apenas chorando, por aquela dor no meu coração e não na minha mão. Por ter me enviado aquelas mensagens de textos, me perguntando se eu estava bem. Era claro que eu não estava, depois de ver ele dando em cima da Tori... Era claro que eu não estava bem. Como que ele pôde ser tão insensível assim?

Sai do carro, fui em direção à varanda da casa do Sikowitz. A porta estava aberta, escancarada. Inclinei-me e pude ver que ninguém estava na sala. Bati calmamente na porta, e ninguém respondeu. Entrei na casa, e pisei naquelas granolas da Tori que haviam caído no chão. Merda. Tori e Beck passaram a noite sozinhos, é melhor eu ter a garantia de que eles ficaram à 10 metros de distância um do outro.

- Sikowitz? - Chamei suavemente pelo meu professor de atuação. E bom, ele não me respondeu. - ...Beck?

- Ah, oi Jade. - Ele disse sorridente, colocando em cima do balcão uma bandeja com alguns, bolinhos?

- Oi. - Eu respondi em minha indiferença.

Ele veio até mim, e se inclinou para me beijar, mas eu virei meu rosto, de modo que ele deu um beijo em minha bochecha. Ele estranhou a frieza, mas ele já deveria ter imaginado porque eu estava assim. Afinal, porque ele simplesmente não vai até a Tori e tenta beijá-la novamente?

- O que foi? - Ele perguntou preocupado. - ...Você está bem? Como está a sua mão?

Eu virei novamente meu rosto para o lado, mantendo uma expressão séria. Não teria coragem de olhar para ele, eu cederia, eu choraria. Precisava mudar de assunto. - Cadê o Sikowitz?

- Ah... - Ele pareceu surpreso com meu modo de não responder as perguntas dele. E fazer uma outra pergunta com indiferença. - ...Bom, ele foi atrás da Tori...

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