Não sou seu pai

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Narradora on

Chegou o dia da viagem, Lua estava acabada, sua solidão voltou com tudo!
Ela sente, ela sabe que algo vai acontecer.

Diego estava totalmente tranquilo, ele não sabe que sua amada está com um probleminha interior.

Madalena estava tranquila, não sabia de nada.

Luan estava com os pensamentos na Espanha, ele não disse nada sobre a Gravidez de Lily pra Lorena.

Lorena e Caio ficaram no México!

O vôo estava tranquilo, Madalena estava na mesma poltrona que Lua, Luan e Diego estavam na mesma poltrona.

Chegaram ao Brasil, cada um foi pro seu lado.
Lua não sabia o que a esperava, sentia algo ruim, mas o seu mundo está prestes a desabar, de vez!

O táxi de Lua chega em sua casa, ela paga e entra na casa!

Lua on

Cheguei ao Brasil, já estou na minha casa, aparentemente parece vazia, essa casa não me faz bem, algo aqui suga minha energia.

- Pai, Verônica? Tem alguém aí?

Silêncio.

Não tem ninguém, estou sozinha, pra variar! Resolvo subir pro meu quarto, preciso tomar um banho, desarrumar a minha bolsa!
Na matéria da vida eu reprovei.

No banho eu tenho uma crise de riso, e logo depois lágrimas começam a escorrer, sem permissão, e eu não consigo fazer com que elas parem.
E assim eu fico, no banho por longos minutos, só sai quando meus dedos já estavam enrrugados.
Ouço batidas na porta!

- Lua, Seu pai tá lá em baixo, te esperando! - Verônica fala.

- Entra, eu preciso falar com você! - ordeno, saiu do banho e Verônica está sentada na minha cama.

- Eu me separei do seu pai, eu e você não nos damos bem, na verdade nunca nem chegamos a ser próximas, mas tenho um carinho por você e quero te ajudar, eu tô aqui. - Verônica despeja as palavras, me pegando totalmente de surpresa, ela me surpreende ainda mais com o abraço que me dá.
As palavras dela me pareceu sincera, e o abraço também, mas é tarde demais pra tudo isso!

- Agora desça! - ela fala me puxando do quarto.

- Vou por uma roupa antes né. - falo voltando pro quarto.

Coloco uma roupa, e fico sentada no sofá, Verônica se senta ao meu lado e meu pai fica em pé.

- Não tem jeito de falar isso da melhor forma, você matou sua mãe, ela morreu no parto, você é fruto de um estrupo, você não é minha filha, eu não sou seu pai, eu encontrei sua mãe largada na estrada e me apaixonei por ela ao longo do tempo, ela teve depressão pós-parto, teve uma hemorragia, perdeu muito sangue, e acabou não resistindo! Eu prometi no leito de morte de Anastácia, que eu cuidaria, te daria um teto e o que comer, não por você e sim por ela, ela não quis tirar você! E eu não vou te perdoar nunca, NUNCA, VOCÊ MATOU O MEU AMOR, VOCÊ É UMA ASSASSINA, eu não te suporto, eu não aguento olhar pra você, você e aquele traficante do seu pai, irão pagar caro pela morte de Anastácia, pronto é só isso, pode ir embora da minha casa!

Eu já não sentia mais nada, parecia que eu estava anestesiada, ele despejou tudo! Direto e reto, e aquilo me invadiu, as palavras que Carlos me disse ficaram martelando na minha cabeça, era muita informação, eu não sei o que fazer!
Agora, só agora eu sei a verdade, o que significa que tudo que eu vivia ou fingia viver, era uma farsa, eu sou uma farsa. Não quero mais saber a verdade sobre o meu passado, eu não quero mais nada, eu não quero sentir dor, eu não quero! Eu desisto!

Narradora

Lua está cansada da vida que ela leva, cansou de sofrer, cansou de não poder falar com ninguém, sua madrasta disse aquelas palavras porque estava com pena na pobre Lua. Lua esta acabada, o pouco de vida que ainda lhe restava, Carlos fez a caridade de tirar.
Ela desistiu, mas não por ser fraca, mas sim porque achava que não tinha opção, todas as saídas estavam fechadas, a única que estava aberta era a de emergência, que significava a morte!
Lua saiu correndo da sua ex casa, deixando pra trás tudo que já tinha acontecido de ruim, deixando pra trás tudo e todos, a carga era pesada pra ela, ela não queria desistir, mas desistiu, foi a maneira mais fácil de acabar com tudo. Ela deixou de lado a parte de esperança que lhe restava, ela seguiu seus próprios femininos, ali era o fim, ela pensou em Diego ela pensou em voltar a trás, mas Lua sabia que nada ia mudar, ia continuar a mesma coisa, só que ela teria um namorado! Poderia ser diferente, mas ela não quis! Ela cansou de arriscar, ela cansou de tudo!
Lua estava decidida, estava correndo sem rumo, decidiu voltar pra casa, foi no porão, pegou uma corda e no teto colocou um gancho, amarrou a corda no gancho com um nó firme! Saiu do porão e voltou pro quarto, tomou banho, colocou uma roupa qualquer, voltou ao porão, pensou duas vezes, mas sabia que aquele era seu fim! Ela subiu na cadeira, colocou a corda no pescoço, respirou fundo, ajeitou a corda no pescoço, e pulou da cadeira.
Lua se debatia sem ar! Aquele foi seu fim! Não sentia nada, era completamente vazia.

Carlos chegou em casa e estava tudo tranquilo, Verônica tinha ido embora de vez, ele estranhou o fato de Lua não está em casa, ele a colocou pra fora! Mas sabia que a própria voltaria pra pegar suas coisas. Foi no quarto dela e abriu seu guarda roupa, estava tudo intacto, foi no banheiro e tinha fumaça, mostrando que ela tinha tomado banho a pouco tempo, ela ainda estava ali, só que morta!
Alguma coisa tinha na cabeça dele, mas ele decidiu não fazer nada, deixou sua intuição de lado, precisava buscar umas caixas que estavam no porão, desceu e a porta do porão estava aberta.

- Estranho, eu sempre deixo isso fechado! - Carlos fala se aproximando da porta, o porão estava completamente escuro, um breu, não dava pra ver nada, ele acendeu a luz! E ali teve uma vista! Sua enteada, filha do amor da sua vida, completamente morta, estrangulada, Carlos não consegui sair do lugar, ligou pra Verônica e ela veio no mesmo instante. E Verônica teve a pior vista da sua vida, uma pessoa querida, uma mulher linda, maravilhosa, mas sofria calada, não sabia o que a Lua tinha, mas também não fez questão de saber e nem de ajudar!
Ligaram pro IML, eles foram ao local, cercou a casa, ninguém entra, ninguém sai, pegaram o corpo de Lua, e simplesmente jogaram dentro do carro que estavam usando, a jogaram como se ela fosse um fardo morto e pesado, e ela era um fardo morto e pesado! Um fardo morto e pesado por causa de se achar um fardo morto e pesado ela tirou sua própria vida.
Aquela morte já não significava nada para Lua, a morte mais grave que teve foi a de dentro, a cada dia a mais é um a menos!

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