O Jisung de Oz

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Numa tarde estival, Jisung almoçou com os próprios pensamentos a acompanhar-te; tão inquietantes e irrequietos quanto consoladores e apreciadores. Triste era olhar ao redor e notar demasiadas companhias, mas era mais fácil imaginar aquele refeitório como um completo vazio de usualidade.

Prato cheio; a mesma coisa a sua cabeça e a mesma coisa o seu interior: cheio de angústias juvenis e ânsia. Ânsia de quê, afinal? Jisung era apenas uma criança, apesar de tudo, apesar da única década e meia vivida e mais um ano. Mesmo assim, era apenas uma criança.

Para Jisung Park, a criança é de dentro para fora, e não de fora para dentro.

Suas mãos suavam apenas pelo fato de ter de ficar na escola por mais algumas horas extras, para uma palestra sobre adsorção e como é possível utilizá-la para tratar a água doce — a qual é de gigantesca importante para a vida  — que foram poluídas por corantes de indústrias têxtil.

Okay, muita informação, mas Jisung já estava acostumado com muita informação, com correria e caos por todos os lados. No final do dia, é claro, sempre compensava, pois ele sempre ia parar na sua aconchegante cama e fazendo uma retrospectiva do dia, sobre o que aprendeu e o que precisava ser aprendido. Talvez seja essa a sua ânsia: o futuro.

Ânsia também da enorme possibilidade de Mark passar na livraria naquele dia, e seus pensamentos só pioravam a medida que ele calculava quão rápido teria de correr para fora do anfiteatro, pedalar pelas ruas e trocar de roupa em tempo hábil para que Mark chegasse.

Além disso, ainda tinha o fato de não saber se Mark realmente apareceria naquele dia, pois nunca era uma coisa marcada ou programada. Quinta-feira era um dia legal, um dia majestoso para um garoto como Park Jisung, que estava nada mais nada menos do que ansioso. Aquela maldita ânsia adolescente...

  — O que tanto pensa, Jisung? Mil won para a resposta, quer? — aquele menino erguera o dinheiro e balançara-o, chamando a atenção de Jisung.

Um olhar corriqueiro pousou no dinheiro de Chenle.

  — Para conseguir a resposta precisa elevar esse preço aí, meu chapa — Jisung brincou, embora quisesse que o mais velho desse meia-volta e sumisse do mapa. Ele estava muito bem na companhia de si mesmo.

  — Mil seiscentos e trinta e seis? — tirou mais dinheiro dentro do bolso, pondo-o em cima da mesa.

Jisung pigarreou.

  — Que casquinha! — exclamou, persuadindo e incentivando o amigo.

Chenle soltou um palavrão; sua mão estava coçando por estar gastando o seu dinheiro com Jisung e, irritado, jogou uma cédula de cinco mil junto com as outras quantias. Seus lábios estavam secos, mas mesmo assim ele fez beicinho para mostrar a sua insatisfação.

  — Fica frio, Chenle, não quero te extorquir — Jisung deu de ombros, empurrando o dinheiro de volta — Nem quero seu dinheiro.

  — Te vi comendo sozinho e achei que seus pensamentos valeriam algo. Quer compartilhá-los?— não esperou ser convidado, apenas sentou-se, inquieto, ao lado do menino.  Não hesitou em guardar todo o seu dinheiro de volta.

Os fios loiros do mais novo esvoaçaram quando decidiu negar com a cabeça, sendo fofo sem nem mesmo perceber. Chenle emitiu um som transparecendo decepção, quase como um "ah" derreado.

  — Dez mil? — propôs Chenle, com um olhar sugestivo.

Jisung riu.

— Desiste — pediu — Eu realmente não tenho pretensão alguma em compartilhar os meus pensamentos. Eles são meus. — tornou a abanar a cabeça, inconsciente daquele fabuloso ato.

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⏰ Última atualização: Apr 15, 2018 ⏰

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